Primeiro quadrimestre confirma bom momento do Comércio Exterior sergipano

O comércio exterior sergipano vive um bom momento. Até abril as exportações somam US$ 58,358 milhões, resultado 64,8% superior ao valor exportado no mesmo período do ano passado. Para o secretário do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec), Saumíneo Nascimento, este crescimento nas exportações sergipanas revela o processo de recuperação de mercado externo de alguns segmentos empresariais que realizam transações internacionais.

“Pretendemos desenvolver ações que viabilizem maior inserção das empresas sergipanas no comércio exterior, para isso vamos atuar em parcerias estratégicas com a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) para que tenhamos os principais programas de apoio ao exportador sendo melhor utilizados, a exemplo dos programas difusão da cultura exportadora, treinamentos tipo o ‘Aprendendo a Exportar’, Drawback, atualizar os agentes de comércio exterior que foram capacitados no Estado, consolidar e aperfeiçoar o projeto Primeira Exportação em Sergipe, além de realizar mais um Encomex por aqui”, elencou Saumíneo ao destacar que as iniciativas estão contempladas no plano nacional da cultura exportadora, uma ação do MDIC com os Estados da Federação. 

De acordo com análise do economista Danilo Munduruca, do departamento Técnico da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec), em se tratando apenas do resultado de abril de 2012, verifica-se um crescimento das exportações ainda mais acentuado, com expansão de 153,9% frente ao mesmo mês de 2011 “Já as importações, por sua vez, apresentam um recuo de 27% no mesmo período, sendo o montante importado de US$ 77,170 milhões”, divulgou.

Ainda segundo Danilo, o avanço das exportações e a retração das importações devem-se, em parte, a desvalorização do Real frente ao Dólar. “Isso tem ocorrido com mais força neste início de ano, o que barateia as exportações e encarece as importações. Outra variável que deve estar contribuindo para o menor ritmo das importações é a desaceleração do setor industrial no Brasil, pois a pauta de importação de Sergipe concentra-se em bens de capital e insumos”, explica.

Conforme observa o economista, embora o estudo econômico trabalhe com a necessidade de geração de superávit comercial, ou seja, exportações maiores que as importações, para o caso de Sergipe as importações elevadas podem ser vistas como fator positivo. “Visto que representam que as indústrias estão adquirindo insumos e bens de capital para ampliar a sua produção, sendo que boa parte destes não estão disponíveis no mercado interno. Ou seja, embora o Estado tenha importações elevadas, isto não prejudica o PIB estadual, pois os produtos importados terão valor agregado, contribuindo para o desenvolvimento da indústria local”, ressalta Munduruca.

Principais produtos

Na pauta de importações de Sergipe, destacam-se como principais produtos o diidrogeno de ortofosfato (14,7%), trigo (13,8%), coque de petróleo (9,6%), sulfato de amônio (8,1%) e fios de fibras artificiais (4,1%), tendo como principais parceiros comerciais os EUA, Argentina, China, Marrocos e Alemanha. “Entre as empresas que realizaram estas transações destacam-se a Heringer (20,7%), Moinho Sergipe (13,8%), Cimento Poty (12,9%), Ematex (7,1%) e Ceconsud (5,8%)”, observa Danilo.

Segundo sua análise, com relação aos produtos exportados pelo Estado, o destaque continua sendo o suco de laranja, cujo valor exportado até o momento é US$ 27,569 milhões. “Isso representa 47,2% do volume exportado no ano. Já em relação ao mesmo período do ano anterior, as exportações de suco de laranja apresentam um crescimento de 204,1%”, destaca o economista ao analisar que esse crescimento deve-se tanto ao aumento da cotação internacional do produto quanto pelo aumento da quantidade. “A cotação do produto para o primeiro quadrimestre do ano, por tonelada, passou de US$ 1.958,97, no ano passado, para R$ 2.173,99 esse ano. E a quantidade exportada, no mesmo período, passou de 4.629 para 12.681 toneladas”.