[vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]No final da tarde de ontem, dia 6, a Prefeitura de Aracaju, através da Funcaju – Fundação Cultural Cidade de Aracaju -, divulgou o resultado final do primeiro Concurso de Crônicas sobre a cidade de Aracaju. De acordo com o presidente da Funcaju, João Francisco dos Santos, foram inscritos 74 textos dos diversos autores aracajuanos que retrataram a cidade em seus diversos aspectos: culturais, religiosos, políticos etc.
O presidente da Funcaju informou ainda que a comissão julgadora considerou o nível das crônicas excelente e recomendou a publicação de um livro contendo as melhores. “Em breve estaremos fazendo essa seleção para que o livro seja publicado e mostrado a todos os aracajuanos”, disse, lembrando que o concurso faz parte da programação comemorativa dos 147 anos da cidade de Aracaju, a serem completados no próximo dia 17 de março.
A premiação será entregue no próximo dia 14, às 20 horas, na Galeria de Arte Álvaro Santos. Os dez primeiros vencedores do concurso, que garante um prêmio de R$ 2 mil para o primeiro lugar, R$ 1 mil para o segundo e Rr$ 500 para o terceiro, são os seguintes:

1º Lugar: Aracaju – Cleomar Ribeiro Brandi
2º Lugar: Ai de ti Aracaju – Paulo Roberto Santos Lima
3º Lugar: Pierrô de Quaresma – Daniel Damázio de Oliveira
4º Lugar: Apologia à cidade-mãe – Gemma Galgani Fontes de Faria Fernandes
5º Lugar: Aracaju: entre o áspero e o afago – Jeová Silva Santana
6º Lugar: Sob o mangue – Marcel Erik Egisto Reginato
7º Lugar: Porta-retrato – Tânia Maria da Conceição Menezes Silva
8º Lugar: “Aracaju-crisantempo” – Araripe Coutinho
9º Lugar: O Padre e o Pintor – Érica Karoline Oliveira Santos
10º Lugar: Estandartes em remendos – Ina Valéria Silva Freitas

A seguir, leia na íntegra a crônica vencedora do concurso:

Aracaju

Cleomar Brandi

Quando te lembro, quando te olho, é como se sentisse pulsar em minhas veias o ritmo forte do Cacumbi, do canto e da dança do teu povo, como se minhas narinas fossem docemente invadidas pelo cheiro provocativo das moquecas domingueiras, como se o vento oceânico das tuas praias repousasse em minha pele os dentes amigos do salitre que me tempera nos finais de semana. Quem te espreita de longe, da quietude do morro que te vigia, percebe teu jeito sinuoso com as mansas águas dos rios que te banham, desenhando contornos na beleza da tua geografia. Navegando no regaço morno de velhas canoas, cheias de história de lua e de água, deslizo no teu dorso e percebo a riqueza dos teus manguezais, onde fervilha o equilíbrio orgânico da natureza, uma festa para os olhos.
Em finais de tarde, a mansidão das tuas águas acolhe a labuta do pescador, longínquas gaivotas e o brilho dos frutos do mar, ofertados pela gratidão do teu ventre. Ali, se mistura o trabalho e a poesia do momento de intimidade com a natureza…
Tuas ruas simétricas passeiam por praças arborizadas onde o aracajuano vai buscar a tranqüilidade do entardecer à sombra de antigas árvores que guardam em seus galhos e raízes a sabedoria do tempo. Teu povo passa por essas ruas, vendedores, estudantes, o homem do povo e o casal de namorados. Todos eles são acolhidos pela beleza e tranqüilidade do teu jeito de ser, Aracaju.
Como guardião da beleza das tuas praias, a imponência do farol parece clarear na noite a brisa oceânica que vem de longe afagar os cabelos da cidade-morena, guardada pelo breve murmúrio das palhas dos coqueirais. Quem te conhece, quem te visita, Aracaju, guarda nos olhos as imagens do teu novo rosto, das tuas novas formas, do teu novo jeito de ser. Quem te conhece, menina, sabe guardar com jeito cúmplice de parceiro as belezas que tu nos oferece.
Estalo nos dentes os teus coloridos frutos de safras amigas e acolho oferendas de frutos do mar que provocam meu paladar. Passeando pelos teus caminhos, viajando nas tuas curvas, banhando-me em tuas águas, é como se resgatasse de ti a beleza dos gestos dos homens simples do teu ventre.
A geometria boêmia dos teus mercados parece fortaleza de resgate do teu passado, como se afrontasse, atrevidamente, novos prédios do teu crescimento ordenado.
Guardo em mim, pelo tempo da minha vida, teus folguedos e tradições, tua história e tua gente. Atiças minha alma, na cadência de sanfonas e quadrilhas guardadas no tempo da minha memória e acendes, como fogueiras juninas, xotes e baiões nas esquinas do meu coração que te ama.
É assim que te guardo, Aracaju, compartilhando de cada momento vivido, de cada amanhecer que te visita, como se marcasses no coração da gente uma cumplicidade definitiva dos que te amam.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text] [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

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