[vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]Trabalhadores informais da orla de Aracaju estão resgatando a confiabilidade dos consumidores. O fato deve-se a amplitude do projeto “Trabalho Cidadão”, aplicado pela Prefeitura de Aracaju, gerenciado pela Fundação Municipal do Trabalho – Fundat. As estatísticas indicam que num universo aproximado de 1.800 vendedores, que compreende o percurso entre o farol da praia dos Artistas até a praia de Aruana, 1.200 participaram de curso, foram cadastrados e identificados através de uniformes e crachás. Desde a implantação do projeto, a fundação distribuiu cerca de três mil fardamentos e cadastrou 1.570 trabalhadores.
O projeto foi implantado em 2001. Em dois anos, a Fundat promoveu a organização e a regulamentação do segmento, desenvolvendo ações em busca da melhoria na qualidade de vida desses trabalhadores. Com o objetivo de treinar e proporcionar a inserção no mercado de trabalho, técnicos da fundação – assistentes sociais e agentes sociais –, se pautam na abordagem educativa, orientadora, resultando em pontos positivos, a exemplo da elevação da auto-estima e, conseqüentemente, o aumento nas vendas. “Não nos prendemos a fiscalização controladora porque não é o nosso papel. Levamos informações necessárias ao bom desenvolvimento da atividade desempenhada”, afirmou o presidente da Fundat, Edson Freire Caetano.
Os trabalhadores informais participaram de curso, absorvendo conhecimentos sobre turismo, manipulação e higienização de alimentos, técnicas de abordagem junto ao consumidor e outros assuntos concernentes à comercialização de produtos. Depois de cadastrados e identificados, a Fundat intermediou em instituição financeira à aquisição de financiamento para a compra de carrinhos e barracas. A fundação distribuiu uniformes para a categoria, nas mais variadas cores, sendo de acordo com o produto comercializado.
Pesquisa realizada por técnicos da Fundat apontam que, depois da implantação do projeto “Trabalho Cidadão”, os ambulantes estão mais confiantes diante do consumidor, existindo também a reciprocidade do cliente. Os vendedores deixaram de ser vistos como “desocupados”, mas como trabalhadores e pais de família que estão conquistando o sustento do dia-a-dia. A medida deve-se ao fato de que com a identificação e as técnicas de abordagem, o diálogo entre vendedor e consumidor se tornou mais fácil. O resultado disso é o aquecimento nas vendas, chegando a superar os 50%.
Segundo Edson Caetano, outro fator positivo diagnosticado através do projeto, diz respeito ao resgate da relação de cidadania entre trabalhadores e a comunidade. “O diferencial do projeto Trabalho Cidadão com política pública, consiste na inclusão desta parcela da população, que o mercado marginaliza, no fortalecimento e sua inserção econômica”, comentou, acrescentando que, a parceria com a cidadania é marca da administração do prefeito Marcelo Déda.
Satisfação – De acordo com Gilvan Gomes dos Santos, 26 anos, que comercializa castanha na orla de Atalaia, depois que fez o curso aprendeu a abordar o cliente, principalmente o turista. “Passei a ter uma nova visão do tipo de comércio que desenvolvo. Com o fardamento e o crachá, os consumidores já não ficam temerosos com a gente. Eles se sentem mais seguros e nós também”, esclareceu, comentando que, no seu caso, o faturamento aumentou em 60%.
Gilvan dos Santos disse que é o terceiro fardamento que recebe. “É bom à gente estar identificado. O meu uniforme é vermelho e, ao longe, o consumidor sabe que comercializo castanha”.
O vendedor de queijo Giliard Ferreira Campos, explicou que o seu trabalho é valorizado. Agora temos um novo perfil. O consumidor vem ao nosso encontro. Antes, a gente tinha receio em oferecer o produto. Hoje, sabem que somos cadastrados através da Fundat, que usamos uniformes e que existe uma maior confiabilidade de ambas as partes”.
Artesãos – Trabalhadores da economia informal que desenvolvem atividade na área de artesanato, comercializando o produto na calçada da orla da praia de Atalaia, em frente ao Delmar Hotel, também foram contemplados ao projeto Trabalho Cidadão. São 60 artesãos que foram cadastrados; receberam uniformes e crachás. A medida está possibilitando a implantação da Associação de Artesãos e Expositores da Orla de Atalaia.
Everaldo Mota Melo, artesão e artista plástico, definiu o projeto como uma parceria entre a categoria e a Fundat. “Para nós esse acontecimento foi muito bom. Não deixa de ser a valorização do trabalho que desenvolvemos”.
João Roberto de Melo Silva, conhecido como “Anapory”, vende artesanato indígena há cerca de 15 anos. “Com o nosso cadastramento e, conseqüentemente, à uniformização, criamos um elo junto à fundação. Agora temos mais apoio para a formação da nossa associação. Temos uma muleta para nos equilibrar”.
O projeto também se estendeu para ambulantes do Centro de Aracaju e o Estádio Lourival Baptista, com a distribuição de uniformes.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text] [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

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