Povoado Areia Branca, em Aracaju, recebe ações do programa ‘Pontos de Cultura’
Dança, teatro, fotografia, circo, percussão e artesanato são algumas das atividades que irão circular a partir deste mês de julho no povoado Areia Branca, através do Ponto de Cultura Circo-Lando. O projeto da Sociedade para o Avanço Humano e Desenvolvimento Ecosófico (SAHUDE) foi apresentado para a comunidade no último sábado, dia 7, na Escola Municipal Florentino Menezes.
A iniciativa, que conta com financiamento do Ministério da Cultura (Minc) e Secretaria do Estado da Cultura (Secult), pretende levar diversão e cultura para crianças, jovens e adultos da comunidade de Areia Branca. “Isso vai ser muito bom para nossas crianças. Vai ser um divertimento pra elas que não tem nada para fazer aqui, não tem nem uma praça e no fim de semana elas ficam tudo agoniadas sem ter o que fazer”, declarou Maria Alciene Snatos, que levou os dois filhos para conhecer o projeto e aproveitou para matriculá-los nas oficinas.
Só no primeiro dia das atividades foram efetuadas 25 inscrições de jovens e crianças entre 5 e 16 anos. Estão sendo ofertadas seis oficinas e na apresentação do projeto no sábado, dia 7, os oficineiros tiveram a oportunidade de interagir com a criançada e falar um pouco sobre os trabalhos que serão realizados na comunidade.
Um dos carros-chefe do Ponto de Cultura é o Circo, daí o nome do projeto Circolando. O artista uruguaio Robert Clark, mais conhecido como o palhaço Colores, será um dos oficineiros e sua proposta é aliar as artes circenses a aspectos importantes da educação das crianças. “Através das artes circenses elas podem vivenciar experiências que complementam a educação e daqui também podem nascer futuros artistas de circo”, enfatizou.
Colores vive no povoado Areia Branca desde 2009 e é um dos padrinhos do projeto do Circolando. Além de conhecer bem a comunidade local, o palhaço também já fez parte de um Ponto de Cultura itinerante ‘Caravana Arco Iris Pela Paz’, e por conta disso entende a importância de projetos como esse. “O Minc e a Secult estão investindo dinheiro nas pessoas que são o futuro do Brasil”, destacou Colores, que atualmente faz parte da Cia de Palhaços ‘O Mínimo’.
Além das oficinas de circo, as crianças e jovens de povoado Areia Branca também terão a oportunidade de participar da oficina de dança, que será ministrada pelo bailarino Anderson Bomfim. Para ele, o objetivo é levar conhecimento, além de diversão para o público do projeto. “Nós pretendemos formar esses jovens para que no futuro eles possam trabalhar com a formação de outros jovens”, afirmou.
A ideia, segundo Anderson, é que a oficina de dança possa trabalhar em parceria com a oficina de percussão, que será ministrada pelo músico Pedrinho Mendonça, e que terá como foco a cultura popular sergipana. “Vai ser uma oportunidade para eles conhecerem a riqueza dos ritmos que temos aqui no nosso estado. E para mim será um trabalho gratificante, porque gosto de trabalhar com pessoas e acredito muito no projeto”, explicou Pedrinho.
Quem também apostou no projeto do Ponto de Cultura Circolando e resolveu contribuir com os trabalhos foi Jake Orhai, que ministrará a oficina de Fotografia. Para Jake, através da fotografia as crianças e jovens do povoado poderão mostrar o trabalho que estará sendo desenvolvido no Ponto de Cultura. “Também será uma forma de registrar o que acontece no dia a dia da comunidade”, acrescentou.
Há cinco anos morando em Sergipe, o norte-americano Jake, que participa de um projeto com a comunidade carente da invasão do Pantanal, aposta que a arte pode ser o pontapé para um futuro melhor para esses jovens e crianças. “Nós temos que mostrar que as artes podem ser o ponto de partida para a profissionalização”, ressaltou.
O Projeto
Foi com esse objetivo de levar oportunidades para comunidades desfavorecidas, que nasceu o projeto Circolando. A iniciativa leva esse nome porque além de trabalhar as artes circenses irá circular por outros povoados da região. “Nesse primeiro momento nós iremos trabalhar com a comunidade de Areia Branca, mas depois iremos levar as oficinas também para o Mosqueiro e Robalo”, explica o coordenador do projeto Rubens Carvalho. As primeiras oficinas ocorrerão na Escola Municipal Florentino Menezes.
Só no primeiro dia de contato com a comunidade, o projeto recebeu 25 inscritos, o que para a presidente da Sociedade para o Avanço Humano e Desenvolvimento Ecosófico (SAHUDE), Márcia Arévalo, foi um número bastante positivo. “Nós não tivemos quase divulgação nenhuma, foi mais no boca a boca, pois queríamos saber como seria a receptividade das pessoas”, destacou Marcia, ressaltando que o resultado superou suas expectativas.
O objetivo é atingir um público de 120 jovens e crianças. Márcia explica ainda que o projeto pretende também envolver as famílias das crianças, especialmente as mães, que terão a oportunidade de participar das oficinas de artesanato com materiais recicláveis. “Será uma forma de ensinar algo novo para elas e de repente pode servir como uma forma de geração de renda”.
Resgate da tradição
O coordenador do projeto, o médico paulista Rubens Carvalho, reside e trabalha na localidade desde 2004. De lá para cá, ele vem desenvolvendo projetos de resgate da auto-estima da comunidade através das artes, o projeto do Ponto de cultura, é apenas mais uma ação que carrega esse objetivo.
Em 2009, ele foi contemplado com o Programa BNB de Cultura e desenvolveu um projeto de samba de coco mirim com crianças da comunidade de Areia Branca. “Aqui em Sergipe sempre me chamou muito a atenção o fato de que o folclore é muito presente. As brincadeiras populares são muito fortes”, ressaltou.
O grupo de samba de coco, formado durante o projeto de 2009, continua atuando e mantendo viva a tradição popular no povoado. Rubens destaca que dentro das atividades do Ponto de Cultura essa tradicional manifestação popular da comunidade também estará muito presente.
Ele explica que dois momentos importantes para o Ponto de Cultura serão as apresentações durante a Festa do Mastro, que acontece em julho, e a festa de Bom Jesus dos Navegantes, que ocorre em janeiro. “Nessas duas ocasiões o grupo de samba de coco terá a oportunidade de interagir com os nossos alunos das oficinas do circo, da dança e da percussão. Será um momento para mostrar para as famílias e para a comunidade o que estamos produzindo no Ponto de Cultura e uma forma de enriquecer ainda mais essas duas festividades”, destacou o coordenador do projeto.
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- em Aracaju
- recebe ações do programa ‘Pontos de Cultura’ – Fotos: Ascom/Secult