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Por Luís Antônio Carvalho, repórter da Ascom/SSP

Média de idade de 24 anos, ex-presidiários, com passagens pela polícia por roubos ou furtos. Este é o perfil dos integrantes de quadrilhas distintas que faziam assaltos a estabelecimentos comerciais de Aracaju. Os grupos de criminosos estiveram envolvidos em assaltos entre agosto e setembro deste ano. Pelo menos seis assaltos foram registrados em pousadas, bares e restaurantes da capital neste período.

O Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), com apoio da Divisão de Inteligência e Planejamento Policial (Dipol) e do Comando de Operações Especiais (COE) agiu com celeridade. De acordo com o diretor do Cope, delegado Everton Santos, inicialmente a polícia trabalhava com uma linha de investigação de que uma única quadrilha cometia estes crimes. No entanto, bastou o primeiro bando ser desbaratado, no dia 23 de agosto, para a polícia descobrir que se tratava de grupos distintos, porém com semelhantes modos de atuação. 

O secretário da Segurança Pública, delegado João Eloy de Menezes, ressalta que nem todos os crimes a polícia consegue evitar antecipadamente, realizando prisões em flagrante, mas disse que a ordem para as unidades especializadas, das polícias Civil e Militar, é de agir rápido para realizar as prisões. “Temos um Cope com delegados e agentes muito experientes, com o apoio imprescindível do COE da PM. Felizmente desbaratamos todas essas quadrilhas”, destacou Eloy.

Daniel Barbosa, 24 anos, Benedito Elias, 42, Uverlan Costa Nascimento, 24, Carlos Alexandre Santos, 23 e Katiane Paixão, 22, faziam parte da primeira quadrilha presa. Todos foram indiciados pelo roubo das pousadas, Belíssima e Mega Opção, localizadas na Avenida São Paulo. A ação foi registrada pelo circuito interno de TV e mostrou os assaltantes roubando a recepção e pertences dos clientes. Após a desarticulação desta primeira quadrilha, os policiais descobriram que havia outras quadrilhas em atividades na cidade, que priorizavam estabelecimentos ligados diretamente ao turismo. 

Hipóteses

O delegado do Cope,  André Baronto, se baseia na hipótese de que a preferência por estabelecimentos turísticos esteja relacionada à divulgação em série deste tipo de crime na grande imprensa. “No mês de junho, a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) contabilizou 50 roubos neste tipo de comércio em São Paulo. Os crimes foram amplamente divulgados pela mídia nacional e acreditamos que isto tenha chamado a atenção dessas quadrilhas aqui em Sergipe”, declarou.

A tese do comandante do COE, tenente da Polícia Militar, Tiago Costa, segue uma linha mais econômica. “Aracaju cresceu e o nível de renda da população também aumentou bastante nos últimos anos fazendo com que as pessoas passassem a frequentar mais bares e restaurantes e isso possivelmente atraiu a cobiça dos criminosos”, destacou o oficial.

Prisões

Ainda em setembro, a sociedade sergipana conheceu os autores dos assaltos a lanchonete ‘Space Burg’ e o restaurante ‘O Rivaldo’. Aluã Vander Santos, 21, Isaias Silva Nogueira, 26, Eduardo Antônio dos Santos, 29, Bruno Aragão Silva, 22, e Paulo Santos Nascimento, 27, confessaram o crime e acabaram presos no Terminal Rodoviário José Rolemberg Leite quando se preparavam para ir para Paulo Afonso (BA), onde planejavam cometer outros assaltos.

O avanço das investigações resultou em outras prisões  também no mês de setembro. Seis envolvidos nos assaltos aos restaurantes O Chalé, na Atalaia, em 17 de agosto, e Gota Serena, na avenida Beira-Mar, nos dias 15 de julho e 21 de agosto deste ano, acabaram presos. O ex-presidiário Edclênisson Isaías Santos, 24 anos, o Clessinho, é apontado pela polícia como líder da quadrilha do último assalto ao Gota Serena. Ele teria realizado o assalto junto com outros dois homens, Leandro Santos Siqueira e Genisson Geraldo Santos da Silva, ambos de 18 anos, que foram presos em flagrante por uma equipe da Polícia Militar.

A prisão de Edclênisson ainda ajudou na solução de dois assaltos a residências cometidos um na cidade de Malhador (agreste do Estado) e outro no bairro Ponto Novo (zona oeste de Aracaju). Nos dois casos, famílias foram rendidas e ameaçadas de morte. A prisão de Clessinho era considerada uma questão de honra para o Cope.

O outro assalto ao restaurante Gota Serena, bem como ao O Chalé, foram cometidos por dois foragidos da Justiça. José Marcos da Silva Santos, 31, foi preso por porte ilegal de arma e tinha mandado de prisão pela prática de um homicídio registrado em julho deste ano no bairro Luzia (zona sul de Aracaju). O outro foi o detento Josivaldo Santana dos Santos, 42, que cumpria o regime semi-aberto na Penitenciaria Estadual de Areia Branca (Peab) e tinha sido beneficiado pela saída temporária do Dia dos Pais. A dupla contou a participação nos assaltos de dois adolescentes, um de 16 anos e outro de 17.

O modo de ação dos dois assaltos foi o mesmo da primeira quadrilha presa. Eles invadem os restaurantes em horários de movimento, geralmente com armas de fogo rendem os clientes, subtraem muitos objetos de todos eles e fogem em veículos. No primeiro assalto, eles escaparam de moto e, no segundo, de carro, conta, acrescentando que os objetos roubados teriam sido vendidos pelos assaltantes ou entregues em troca de drogas. 

“Clientes e comerciantes sofreram nas mãos destes criminosos. Somente o restaurante Gota Serena foi roubado duas vezes neste período por duas quadrilhas diferentes. O comerciante eram obrigados a entregar a renda do dia e os clientes eram coagidos a entregarem dinheiro, jóias, relógios, celulares, carteiras e outros pertences pessoais”, salientou Baronto.

Com a retirada de cena de três quadrilhas, os assaltos a bares e restaurantes pararam de acontecer, porém ainda restava prender a quadrilha que roubou uma soparia no bairro Atalaia, no dia 1º  setembro, fato que só veio a ocorrer no dia 18 de outubro. Na ocasião foram apresentados Romário Folha de Almeida, 21 anos, Alan de Melo Silva, 29, e André da Silva Farias, 30.  De acordo com o diretor do Cope, delegado Everton Santos, eles entraram armados e ameaçaram clientes e funcionários antes de roubar dinheiro e alguns objetos das vítimas.

Antônio Resende de Oliveira, 29, o ‘Tony’, líder da última quadrilha envolvida nesse tipo de crime , foi preso no último dia 24 de outubro. “Agimos com celeridade porque uma onda de assaltos em bares e restaurantes em uma cidade turística como Aracaju não traria problemas apenas para os comerciantes e clientes, mas toda infraestrutura turística sofreria se estes assaltos continuassem”, completou o delegado André Baronto.

Materiais apreendidos 

Vários integrantes dessas quadrilhas já foram transferidos para o sistema prisional do Estado, alguns presos ainda encontram-se no Cope. Em relação aos materiais roubados uma parte foi recuperada, a exemplo de quatro revólveres calibre 38, sendo que uma destas armas foi roubada de um policial militar.  Também foi apreendidos celulares, máquinas fotográficas, um veículo Gol, duas placas veiculares falsas e pequenas quantidades de maconha.

Transportadora

No mesmo período das prisões das quadrilhas envolvidas com assaltos a restaurantes e pousadas, a polícia também desarticulou um bando responsável pelo assalto a transportadora GS, no bairro Olaria. Tiago Alves dos Santos, 24 anos, Renan Renilson da Silva, 23, e Felipe Santos Fraga, 22, também foram apontados como autores de roubo de veículo na região do fórum Gumercindo Bessa no último dia 31 de agosto. Além deles foi preso o ex-presidiário Carlos Henrique Santos, 26 anos, uma espécie de “reserva” do grupo. “Ele não participou do assalto da transportadora, mas foi preso por ter participado do roubo de uma pousada”, explicou Everton Santos.

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