PMA e Governo do Estado firmam parceria para realização de cirurgias em pacientes com fissuras labial e palatina
O convênio funciona da seguinte forma: a Secretaria Estadual de Saúde repassa recursos para a SMS, que custeia as cirurgias e o atendimento aos portadores de fissuras. A verba é utilizada para pagar o Hospital e manter a equipe multidisciplinar do Serviço Especializado em Atendimento ao Fissurado do Estado de Sergipe (Seafese).
“Sem essa parceria, não seria possível melhorar a vida desses pacientes, que em geral são carentes e não teriam condições de pagar uma cirurgia, que custa em média R$ 2 mil. Essa correção permite que os pacientes se integrem à sociedade. Em geral, eles são excluídos por conta da deformidade. Em alguns casos, a rejeição parte até mesmo da própria família”, diz o cirurgião plástico Jorge Luiz Teixeira, coordenador do Seafese, acrescentando que até o momento já foram realizadas 21 cirurgias.
Segundo ele, a cada 560 nascidos vivos, um nasce com fissura, o que significa que em Sergipe nascem de 60 a 70 fissurados por ano. Cerca de 35% dos casos têm causas genéticas e 65% são motivados por um conjunto de fatores, entre eles a deficiência de ácido fólico e o excesso de líquido amniótico durante a gestação. Tais situações impedem, no feto, a junção da parte superior do lábio ou do palato, popularmente conhecido como “céu da boca”.
Ainda de acordo com o médico, as fissuras no lábio são mais freqüentes nos homens. No palato, a incidência é maior nas mulheres. O ideal é que pacientes com fissura labial se submetam à cirurgia aos três meses de idade. Já no palato, a intervenção deve ser feita antes de a criança começar a falar, entre um ano e um ano e oito meses de idade.
Acompanhamento
Após a cirurgia, os pacientes recebem todo o acompanhamento. A equipe que presta atendimento é composta por 13 profissionais, entre cirurgiões plástico e buco-maxilo-facial, anestesistas, enfermeira, fonoaudióloga, psicóloga, dentista, ortodontista e assistente social. De acordo com Jorge Luiz Teixeira, a multidisciplinaridade é fundamental, porque as fissuras acarretam outros problemas, como incorreções dentárias e dificuldade para falar.
“Além de solucionar a parte estética através da cirurgia, é preciso também resolver os problemas que ainda permanecem, entre eles o da auto-aceitação, que é uma das maiores dificuldades, por conta do preconceito. Nós temos conseguido ajudar bastante tanto os pacientes quanto as famílias. Muitas crianças antes chegavam aqui com um paninho, escondendo a boca. Depois de serem operadas e receber acompanhamento, elas deixam de ter vergonha, de se sentir mal”, conta a assistente social Enedina Santana, que também integra a equipe.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text] [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]