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Para apresentar estratégias de enfrentamento às condições adversas que desencadeiam os processos de desertificação no semiárido sergipano, durante a manhã de quinta-feira, 26, o gestor da Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), Genival Nunes Silva, lançou o Plano Estadual de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca, o PAE/Sergipe. O lançamento, que ocorreu no auditório da Codise, é parte integrante da programação da “Semana da Caatinga”.

“O bioma caatinga envolve vidas, história e cultura. O lançamento de um programa onde nele estão contidas a fala de um povo que vivencia o dia a dia da Caatinga, suas lutas e anseios, tem muito a ser apreciado. Cuidamos para que nesse instrumento fossem considerados conhecimentos técnicos e visões locais, buscando a excelência de implementar ações que contribuam para que as Áreas Susceptíveis à Desertificação (ASDS) em Sergipe não se tornem áreas com altos níveis de empobrecimento e com dificuldades para a prática de atividades econômicas”, afirmou o secretário.

Uma novidade anunciada pelo secretário Genival Nunes sobre o plano de Sergipe é que Ministério do Meio Ambiente (MMA) solicitou da Semarh a autorização de publicação por parte do próprio ministério de exemplares do PAE/SE, a qual será encaminhada para demais Estados da Federação como modelo.

Revelou ainda aos participantes que o bioma da Caatinga será monitorado via satélite conforme ocorre hoje com os manguezais de Sergipe. “Estamos nos estruturando para da mesma maneira que acompanhamos o quantitativo dos manguezais do Estado, também monitorarmos a Caatinga do nosso Estado”, conta.

Após abertura do evento, houve a assinatura da Formalização do Grupo Interinstitucional do Grupo Permanente de Combate à Desertificação (GPCD). O grupo foi formado pelo Pronese, o qual representou a esfera Estadual, pelo Dnocs, representando a esfera Federal, pela Associação de Áreas susceptíveis a Seca (ASA), que representou a sociedade Civil, e pela prefeitura de Canindé, em representação aos demais municípios da região da Caatinga.

Em seguida, a superintendente de Educação Ambiental da Semarh, Fátima Maynard, fez a apresentação da Revista Digital do Plano Estadual de Combate a Desertificação e Mitigação aos Efeitos da Seca. Além de servir de modelo para que os municípios sergipanos criem seus planos municipais, o Plano de Combate à Desertificação poderá ser acessado por todo o Brasil através do portal da Semarh ( www.semarh.se.gov.br).

Palestras

O evento contou ainda com duas importantes palestras. A primeira foi ministrada pelo professor do Núcleo de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Dr. Leandro de Sousa Souto. Em sua explanação destacou que 49% do território sergipano é ocupado pelo Bioma Caatinga e fez menção à riqueza que o bioma carrega. Segundo ele, o clima é que dirige a beleza do lugar.

“Observando os variados ambientes, o bioma Caatinga não é tão pobre assim como alegam. É mito. Pesquisas revelaram que o bioma é influenciado pelo clima da região. Se chove, um novo olhar sobre a caatinga é revelado. Somente na fauna da caatinga foram identificadas 932 espécies, sendo 380 delas endêmicas”, defende o professor sobre o valor ambiental que o bioma oferece.

O segundo momento da palestra foi proferido pela representante da Secretaria de Estado Especial das Mulheres, Cláudia Pereira. A convidada falou sobre os “Saberes e fazeres da mulher do sertão sergipano”.

Presente no evento, o secretario de Gestão Governamental e do Meio Ambiente do município de Canindé, Antônio Carlos Porto de Andrade,  considera que “a Caatinga preservada para o sertanejo significa a possibilidade de sobrevivência  e de condições dignas, produzindo o sustento sem a devastação desse ecossistema de extrema importância para o nordeste brasileiro”.

Desertificação

Sergipe, que ocupa uma área de 21.910,348 km², não está imune aos processos que resultam em desertificação. De acordo com os critérios estabelecidos pela Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD), os municípios de Canindé de São Francisco, Nossa Senhora da Glória, Gararu, Poço Redondo, Monte Alegre e Porto da Folha enquadram-se em áreas susceptíveis à desertificação.

“Nessas regiões são observadas ainda a extração de lenha para obtenção de energia com práticas degradadoras, que expõem os solos aos agentes erosivos, entre outros fatores que ainda fazem parte do cotidiano do homem do sertão sergipano. Merecendo a essa configuração uma atenção especial no tocante a estratégias de combate e mitigação dos efeitos da Seca”, declara Vera Cardoso, técnica da SEMARH integrante da equipe de coordenação do PAE-SE.

Participaram do evento cerca de 150 pessoas, entre secretários municipais, pesquisadores, representantes do poder legislativo, órgãos e instituições de municípios e do Estado, além dos integrantes do Grupo  Interinstitucional de Combate a Desertificação (GCPD), residentes nas regiões susceptíveis à desertificação.

Semana

A Semana da Caatinga será encerrada na tarde desta sexta-feira, dia 27, com programação das 14 às 18 horas. O evento será na praça Fausto Cardoso, em frente ao Palácio Olímpio Campos, com Exposição sobre Riquezas do Bioma Caatinga em Sergipe. Na ocasião haverá apresentação do Concerto da Orquestra Sanfônica de Aracaju.

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