PIB sergipano supera a média nacional e cresce 3,7% em 2011

A Secretaria de Estado do Planejamento Orçamento e Gestão (Seplag) torna público os resultados do Produto Interno Bruto (PIB) sergipano para o ano de 2011. Esse estudo sobre os números da economia é fruto de uma parceria entre o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e os órgãos de estatística de todas as unidades da federação, representado, no nosso estado, pelo Observatório de Sergipe. Dessa maneira, são números comparáveis, pois são elaborados sob uma mesma metodologia conduzida pelo instituto e comparável às Contas Nacionais.

De acordo com o relatório final das Contas Regionais, o Estado de Sergipe apresentou um crescimento real de 3,7% em 2011, se comparado ao ano anterior. Com isso, o crescimento do Produto Interno Bruto sergipano superou a média do Brasil, que registrou um crescimento médio de 2,7% para o mesmo período. O PIB sergipano atingiu R$ 26,2 bilhões em valores correntes em 2011.

Para o superintendente de Estudos e Pesquisas da Seplag e coordenador do Observatório de Sergipe, Marcel Resende, tendo em vista a grave crise econômica vivenciada pelos países centrais, com reflexos na economia brasileira, Sergipe teve um desempenho muito bom quando comparado a média nacional. “O estado continua a ter crescimento positivo, o que explica a geração recorde de empregos com carteira assinada e a baixa taxa de desemprego da nossa economia, pontuou o superintendente”, ressalta.

Em relação ao PIB per capita, que se refere ao somatório de tudo que foi produzido pela economia estadual em 2011, dividido pela população no ano em questão, o montante chegou a R$ 12.536,45, um incremento de quase mil reais em relação ao ano de 2010, o que equivale a um crescimento nominal de 8,3%. Dessa forma, Sergipe continua ser o estado com o maior PIB per capita da Região Nordeste.

Setor de serviços

A estrutura de participação do valor adicionado sergipano apresenta-se pouco mais concentrada no setor serviços, que responde por 67,7% da produção estadual. Dentro do setor de Serviços duas atividades se destacam: Administração, saúde e educação públicas que representa 27,6% do PIB sergipano, seguido de Comércio e serviços de manutenção e reparação, com 11,6% do PIB.

Com um crescimento de 2,1% o setor de serviços sergipano diminuiu sua participação para 66,9% no valor adicionado de 2011. Dentre as atividades mais importantes do setor a Administração Pública (APU) perdeu participação no estado passando a representar 27,5% do valor adicionado, o Comércio cresceu 2,2% diminuindo sua participação para 11,6% no produto estadual e os Transportes 4,0% com destaque para o modal aéreo que obteve naquele ano um aumento de 16,9%. As atividades imobiliárias e aluguéis passaram a representar 7,8% do valor adicionado cresceram 4,2% se comparadas ao ano anterior.

Indústria sergipana

De acordo com Marcelo Geovane Cruz, diretor de Pesquisas do Observatório de Sergipe, o setor industrial, que participa com 28,8% na composição do PIB do estado, ganhou participação em relação ao ano de 2010 (28,6%). “No setor industrial, o destaque vai para Construção Civil, que em 2011 ganha participação no PIB estadual e passa ser a atividade com maior importância dentro da indústria. Em seguida aparece a indústria de transformação, seguida da extrativa e dos serviços de utilidade pública, acrescentou o diretor”, aponta.

A indústria cresceu 8,1% em 2011, aumentando a sua participação para 28,8% do valor adicionado do estado. Na extrativa mineral o aumento na extração de petróleo, gás e minerais não metálicos resultou num crescimento de 2,2%. A indústria de transformação obteve um crescimento de 5,8%. Os índices mais expressivos foram nos segmentos de Alimentos e Bebidas 5,5%; Couro e calçados 18,4%; Cimento 6,6% e Química 9,0%. Os Serviços Industriais de Utilidade Pública (SIUP) apresentaram crescimento de 8,8% com aumento na geração de Xingó de 10,6%. Porém o destaque se deu no segmento da Construção Civil que apresentou nesse ano um crescimento de 13,4%, passando a representar 7,7% do valor adicionado estadual.

Agricultura

A prolongada estiagem continuou a impactar negativamente o desempenho do campo agropecuário sergipano. O setor apresentou declínio de 0,8%, passando a representar 3,5% do valor adicionado estadual. A cultura do milho, que vinha obtendo recordes de produção nos dois últimos, reduziu sua produção em 36%, em 2011. O arroz e o feijão apresentaram também quedas acentuadas de 61% e 63% respectivamente. Dentre as principais culturas permanentes apenas a cana de açúcar (+11,4%) e a laranja (+2,0%) apresentaram crescimento significativo. A pecuária apresentou crescimento de 6,7% com destaques para a ampliação do efetivo de bovinos 5,5% e aves (3,1%), além do aumento na produção de leite (6,5%) e ovos (4,6%).

Nota explicativa

O IBGE está realizando a revisão da base do Sistema de Contas Nacionais, cuja nova série, com referência em 2010, será divulgada em 2015. Assim, os números ora apresentados do PIB das Unidades da Federação tiveram como referência os valores das Contas Nacionais Trimestrais. Dessa forma, os números de 2011, apesar de consolidados com o IBGE e as demais Unidades da Federação, ainda são preliminares. Em 2015, quando da divulgação da nova série com referência em 2010, os resultados das Contas Regionais do Brasil referentes a 2010, 2011 e 2012 serão reapresentados, de forma definitiva, integrados, também, à nova série do Sistema de Contas Nacionais do Brasil.

Ainda, nesse ano, excepcionalmente, devido ao momento de transição pela mudança de base, o PIB das Unidades da Federação não foi ajustado em volume com o PIB Nacional. Isto se deve ao fato de que nesse momento as Contas Nacionais não estão sendo calculadas, apenas o PIB Trimestral que utiliza as pesquisas conjunturais. Portanto, em razão das diferenças de base de dados, metodologicamente, há uma impossibilidade de comparação do ponto de vista do crescimento em volume do PIB entre as Unidades da Federação, que tem como base para seu cálculo, as pesquisas estruturais.