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Professores e acadêmicos da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Prefeitura de Malhador, técnicos do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e da Companha de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), se reuniram quarta-feira, 23, no Assentamento de Reforma Agrária Dandara – situado na área do Perímetro Irrigado Jacarecica II – para expor aos agricultores os resultados de projeto de extensão desenvolvido pelos estudantes e aplicar palestras temáticas, além de práticas de campo, no “I Encontro Técnico do Assentamento Dandara”.

De uma inciativa dos alunos das Engenharias Agronômica, Agrícola e Florestal, coordenados pelo professor Dr. Marcos Cabral de Vasconcellos Barreto, nasceu o projeto de extensão que tinha como intenção inicial propor aos agricultores a prática da análise de solo, objetivando o uso correto e racional da adubação de correção. “O adubo é sempre usado de qualquer forma, então decidimos pesquisar a funcionalidade dos que mais são usados – e acessíveis – conforme a fertilidade do solo de cada um dos lotes”, explica Dr. Marcos Cabral, reiterando que a partir de uma análise, é possível identificar até quando o adubo é usado além do necessário, trazendo economia para o produtor.

Estudante de agronomia e estagiário da Cohidro na Gerência de Desenvolvimento Agropecuário, Geannin Arruda Conceição conta que a iniciativa começou com a ida dos alunos ao campo coletando amostras de solo dos lotes. “Foram 20 agricultores atendidos inicialmente, principalmente aqueles que cultivam hortaliças e batata-doce. Começamos isso como uma experiência e com os recursos que nós tínhamos disponíveis, mas agora, para o próximo ano, teremos o apoio da UFS, Prefeitura de Malhador e Cohidro”, anuncia ele sobre a adesão destas instituições públicas ao projeto de extensão originado em sala de aula.

O professor Marcos Cabral, comenta que depois de feitos os estudos no solo coletado no Dandara, se fez necessário expor os resultados. “Neste encontro apresentamos aos agricultores o diagnóstico de fertilidade do solo e o grau de adequação da adubação, que explicarei como será feito em palestra e prática de campo. Aproveitei o ensejo e trouxe mais três colegas para expor outras práticas, que identificamos ter muita potencialidade neste Assentamento”.

Irrigação

Doutor em ecologia aplicada e mestre em irrigação e drenagem, Ariovaldo Antonio Tadeu Lucas foi um dos professores da UFS a apresentar as palestras e práticas de campo no Assentamento Dandara. Ele explicou que mesmo dispondo da irrigação gratuita e distribuída por gravidade – sem necessidade de bombeamento – no Perímetro da Cohidro, o irrigante precisa estar atento às técnicas corretas de irrigação, visando tanto a produtividade quanto a diminuição dos impactos ao meio ambiente.

“Vou falar sobre o manejo da irrigação, de como e quando utilizar, para isso, irei demonstrar o funcionamento do tensiômetro na aula prática, que faz a leitura da umidade do solo. Além disso, vou expor sobre a necessidade da análise física, onde analisamos aspectos como a porosidade e a capacidade de absorção do solo, indicando a melhor forma de irrigar. Se o agricultor irrigar em excesso, pode não produzir bem, pois a terra perde nutrientes e a água em excesso pode gerar impactos ambientais como a erosão”, relaciona o Dr. Tadeu Lucas.

Piscicultura

A fartura da água que os colonos do Dandara dispõem abre a possibilidade da exploração da criação de peixes, que hoje é explorada pelos produtores – de forma esporádica – em tanques escavados, de concreto e tanques-rede no reservatório do Jacarecica II. Para demonstrar técnicas de manejo produtivas e que respeitei o meio ambiente, veio ao Encontro Técnico o professor doutor da UFS, Jodnes Sobreira Vieira.

“Vim trazer boas práticas de manejo na piscicultura, que no Dandara podem ser muito bem aproveitadas pelos produtores, já que percebi que há uma oferta de água abundante fornecida pela Cohidro e que nem sempre é totalmente aproveitada. Aplicando técnicas adequadas, com um projeto de manejo, se consegue tanto uma boa produtividade, garantindo renda aos assentados, como também prevenimos qualquer impacto ambiental, partindo do princípio que o piscicultor tem que devolver a água, que vai ser utilizada na criação de peixes, com a mesma qualidade de que captou na natureza”, adverte o Dr. Jodnes.

Plantas ornamentais

Outra potencialidade identificada no Assentamento Dandara, diante da oferta de água para irrigação, foi a produção de flores e plantas ornamentais. Para demostrar as vantagens da atividade, explicar técnicas de produção de mudas e manejo, o Encontro contou com a colaboração da professora doutora, também da UFS, Maria Aparecida Moreira. “O objetivo maior é de mostrar as espécies que tem possibilidade de introdução nesta região. São plantas de locais com clima tropical, que precisam de alta temperatura, sombra e carecem de muita água, item que o Assentamento tem à disposição pelo fornecimento da Cohidro”, expõe a especialista.

Bastante interessada nesta nova potencialidade agrícola, gerada a partir da oferta de água para irrigação, ficou a prefeita de Malhador, Elayne de Dedé. A administração municipal tem intenção de se tornar a principal consumidora das flores e plantas ornamentais produzidas no Dandara, visando a jardinagem e paisagismo dos espaços públicos da Cidade. Sendo a Prefeitura a nova parceira no projeto dos pesquisadores da UFS, ela também não deixou de expressar seu otimismo com a iniciativa, sob o argumento de ser a agropecuária a principal fonte econômica do Município.

“É grandioso, é uma parceria que só vai trazer benefícios ao povo de Malhador, gostaríamos de agradecer toda a equipe que faz a UFS, por ter escolhido Malhador, para iniciar esta parceria. Agora nós vamos até lá, até a diretoria técnica da UFS para poder firmar este convênio, pois está aqui o Município, de braços abertos, para trazer benefícios ao agricultor”, anunciou a prefeita que avalia como estratégica a posição do Município na agricultura do Estado, graças a oferta de água. “A Cohidro também é nossa parceira e nós temos aqui talvez umas das grandes maravilhas que Deus nos deu que é a irrigação através  do Perímetro Irrigado de Jacarecica II”, concluiu.

A Prefeitura de Malhador, segundo o secretário de Agricultura Izaias Soares, forneceu a estrutura para realização do Encontro Técnico e apoiou na mobilização dos agricultores, diante da importância do evento para o Município. “Com essas orientações e apoio técnico, além de ter boa produção, a gente também diminui os custos de produção”, considerou ele que é um dos assentados do Dandara. “Temos uma cooperativa, começando agora o processo vendas pelo PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar), na horticultura e produção de tubérculos e estamos buscando parcerias para introduzir o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos)”, expõe também o agricultor, sobre o potencial produtivo do Assentamento.

Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, avalia como positiva a interferência dos pesquisadores da UFS no Perímetro, respaldando a assistência técnica lá fornecida em conjunto, tanto pela Companhia, como pelo MST. “Satisfaz muito saber que os novos especialistas do meio agrícola, que entrarão no mercado de trabalho num futuro próximo, hoje estão preocupados em estudar a situação e oferecer melhorias a esta agricultura de base e familiar, que é também foco da nossa Empresa. Eles, os pequenos, são responsáveis por 75% da comida que é produzida no país e é neles que todos os esforços governamentais e acadêmicos devem ser focados, gerando renda e provendo nossa segurança alimentar”.

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