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Por Hugo Brandão, da Agência Sergipe de Notícias
 
Palavras que alegram os corações, alentam o espírito e trazem conforto aos que estão enfrentando a árdua luta contra o câncer. Gestos de carinho, ternura e, sobretudo, amor ao próximo, fazem parte dos ingredientes que tornam o “Dia da Vitória” um momento inesquecível para muitos dos pacientes que recebem tratamento no Centro de Oncologia do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse). Ao reunir pessoas curadas do câncer para levar palavras de apoio aos que estão em tratamento, em meio a muita alegria e animação, os profissionais e parceiros da instituição buscam oferecer o maior e mais poderoso ‘remédio’ que alguém pode receber: o amor.

Aos 65 anos, com os cabelos brancos e muita vitalidade, dona Natércia Silva Santos é uma das pacientes curadas que faz questão de participar anualmente do “Dia da Vitória” e trazer suas palavras de fé para os atuais pacientes. “Nunca tenham medo, façam todo o tratamento e tenham fé em Deus em qualquer situação, pois, para Ele, nada é impossível”, diz a ex-paciente, que fora vitimada por um câncer de mama, passou por uma mastectomia (que é a retirada da mama afetada), e hoje é sempre uma das mais animadas participantes do evento que integra as comemorações ao Dia Nacional de Combate ao Câncer (27 de novembro).

“Não tem como ficar insensível aos depoimentos que ouvimos aqui. A gente chora, ri, mas sempre leva algum aprendizado destas pessoas que já passaram por este caminho e saíram vencedoras”, revela a paciente Maria Augusta Santos, 48, que enfrenta a batalha contra o seu terceiro diagnóstico de câncer, um tumor num gânglio detectado no mês de fevereiro, após ter enfrentado duas mastectomias. “Nossa sorte é que aqui temos um atendimento muito bom, profissionais excelentes, a Rute, que é uma festa, e sempre nos estimula a pensar positivo, além do carinho que recebemos de todos”, destaca a paciente, referindo-se à coordenadora do Centro de Oncologia, enfermeira Rute Andrade.

Para a coordenadora, a importância do “Dia da Vitória” também é percebida pelos próprios funcionários da instituição que, como também são seres humanos, sentem os abalos de uma luta que não se vence todas as vezes. “Nem sempre conseguimos vencer. Mas nunca desistimos de lutar. A partir deste lema, realizamos o “Dia da Vitória” e muitas outras comemorações, onde os pacientes se animam, ouvem outras experiências e isto colabora com o trabalho de toda a equipe que também percebe a evolução nos tratamentos”, relata Rute Andrade.

“Para tratar de gente, tem que ser gente”

“Nós temos que nos adaptar a conviver com o sofrimento das pessoas. Pois, na oncologia as coisas são diferentes, sobretudo quando se trabalha com crianças. Você tem que amar o que faz, pois é este amor que vai sustentá-lo em sua ação profissional. Não basta apenas gostar, você tem que amar”, enfatiza a enfermeira Elaine Brito Azevedo, que é a gerente do Ambulatório de Quimioterapia, responsável pela realização de aproximadamente 1200 sessões por mês, das quais cerca de 400 são com crianças.

“Como a nossa coordenadora sempre diz: só cuida de gente quem é gente. E isto nós constatamos diariamente aqui. Por isso, é fundamental a realização de eventos como esse”, completa a enfermeira, ao informar que chegam ao local cerca de 100 novos casos por mês. O centro possui mais de 10 mil pessoas cadastradas, portadores dos mais variados tipos de câncer. Lá, cerca de dois mil pacientes estão recebendo o tratamento contínuo, com medicação completa (em grande parte importada) que é fornecida gratuitamente.

Os usuários assistidos na unidade têm à disposição todos os serviços relacionados ao diagnóstico e tratamento do câncer como quimioterapia, radioterapia, tomografia, além de quadro médico completo e equipe interdisciplinar capacitada e envolvida com o projeto de humanização proposto pela nova coordenação a partir de 2007. “Mesmo pacientes que tem condição financeira e planos privados de saúde, muitas vezes nos procuram para algum procedimento ou medicação que não estão disponíveis nem nos hospitais privados”, revela Elaine Brito.

Histórias Vitoriosas

Ganhadora de uma das medalhas distribuídas simbolicamente durante o evento aos pacientes curados, Carla Juliane de Melo, hoje com 15 anos, revela a sua satisfação em poder conversar e trocar experiências com quem faz o tratamento, relatando o que sentiu durante os cerca de 10 anos em que lutou contra uma leucemia. “A gente às vezes fala sobre a dor que sentiu, mas o importante é nunca perder a esperança. Eu fico feliz em poder dividir estas experiências com pessoas mais velhas, que estão passando pelo problema, mas querem me ouvir e ficam contentes com minha história”, revela a jovem, emocionada.

Outro vitorioso que sempre faz questão de compartilhar da sua experiência é Marcos José Santos, 26 anos, que descobriu a leucemia aos seis anos de idade, iniciando uma luta de onde também saiu vitorioso há cerca de 10 anos. “Eu lembro que meus familiares sofreram muito, pois até calazar diziam que eu tinha antes de se chegar ao diagnóstico. Eu faço questão de vir falar da minha gratidão a Deus, pelo dom da vida, e por ter certeza de que Ele me curou iluminando os médicos que me trataram. Falo com alegria da minha experiência pessoal de ser amado por Deus e tenho certeza de que esse testemunho é fundamental para quem passa por esse sofrimento”, diz o jovem que hoje também é integrante de um movimento de evangelização da Igreja Católica, o Shalom.

Mais um drama que terminou com final feliz é o da pequena Katelyn Mariana, que completou quatro anos justamente no “Dia da Vitória”, na última quinta-feira, 25, ao sair vitoriosa da luta contra um tumor cerebral. “Ela estava andando normalmente em casa quando começou a perder o equilíbrio e cair”, revela a mãe, Vânia Porto Santos, ao relatar os sintomas que a filha começou apresentar quando tinha um ano e quatro meses de idade.

“Ela parou de andar. Após uma ressonância magnética, descobrimos que ela estava com um tumor cerebral. Após a cirurgia para a retirada, uma biópsia revelou que o tumor era maligno e ela fez oito meses de quimioterapia e, ainda assim, o tumor voltou a crescer e ela teve que iniciar a radioterapia. Em maio de 2009, ela terminou as sessões da radio e o tumor não evoluiu mais”, conta a mãe ao enfatizar a importância de um diagnóstico precoce.

Desde então, ela fez questão de se somar às dezenas de pessoas que se alegram ao tornar suas histórias em elementos de motivação para quem está na luta contra a doença. Eles dão um testemunho de que a fé e a esperança são elementos imprescindíveis na luta pela vida.

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