Oncologia comemora “Outubro Rosa” e alerta para o diagnóstico precoce

Um alerta sobre a importância do diagnóstico precoce. Esse é o objetivo da campanha “Outubro Rosa”, que visa chamar a atenção para o crescimento do índice de câncer de mama. Pelo segundo ano, o Centro de Oncologia do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse) participou do movimento e deixou um recado importante para as mulheres.

“A prevenção ainda continua sendo o melhor remédio contra o câncer de mama. Temos que combater essa doença estimulando à população para a prevenção. Nosso intuito é disseminar informações para alertar às mulheres”, explicou a coordenadora da Oncologia, Rute Andrade.

A preocupação da coordenadora tem fundamento, pois, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), Sergipe deverá registrar este ano, 370 casos novos de câncer de mama, sendo 180 em Aracaju. “Precisamos que o diagnóstico seja feito cedo, porque aqui os casos chegam em fase avançada. Aqui na oncologia nós realizamos além da quimioterapia e radioterapia, a integração e a autoestima dos pacientes e isso é muito importante para o resultado do tratamento”, justificou.

Para detecção precoce do câncer de mama é fundamental a realização constante do autoexame, baseado na palpação e mamografia, exame que utiliza radiação para identificar as alterações no órgão, como nódulos e tumores, realizado em mulheres a partir dos 40 anos, uma vez por ano.

A técnica de enfermagem, Hortência Batista, 40, descobriu o câncer de mama através do autoexame. Diagnosticado, ela iniciou o tratamento há um ano e seis meses e destaca a importância do diagnóstico precoce. “As mulheres têm que se tocar e autoexaminar. Além disso, devem conversar com o mastologista e se cuidar. Aqui tenho um tratamento muito bom, uma equipe maravilhosa e o carinho da coordenadora da oncologia ajuda bastante”, afirmou.

Programação

Em um espaço decorado especialmente para a programação do “Outubro Rosa”, as pacientes do grupo Mama Fest – formado por mulheres mastectomizadas (que retiraram a mama), se divertiram ao som dos músicos Hamilton e Bebero, que trouxeram um repertório musical variado. Uma das integrantes do grupo, Magnólia Santos, 49, ficou encantada com a surpresa preparada. “Acho essa data significativa e educativa. Muita gente ainda não entende o que é um câncer de mama e a importância do autoexame. Tenho colegas que entraram em depressão quando descobriram. Graças a Deus, tenho aqui no grupo Mama Fest uma grande família”, relatou.

Há três anos em tratamento contra um câncer de mama, a dona de casa Maria José Barbosa, 56, destaca a importância que o Grupo Mama Fest teve em seu tratamento. “O grupo ajudou a levantar minha autoestima e hoje estou aqui para contar minha história. Formamos uma grande família e dividimos as nossas tristezas e muitas alegrias. É muito bom você lutar e ter muita fé”, enfatizou.

A paciente Alcione dos Santos, 34, está há um ano e dois meses em tratamento. De acordo com ela, a alegria está completa quando ela chega na Oncologia. “Tem gente que vem triste e quando chega aqui extravasa. Aqui é muito divertido. Às vezes prefiro estar aqui na oncologia do que em casa tendo preocupação”, comentou.

Segundo o cirurgião toráxico, Frederico Mansur, o câncer de mama precisa ser diagnosticado cedo nas pacientes. O médico destacou também que é importante desenvolver uma campanha sobre o câncer de pulmão. “Nas próximas décadas, o câncer de pulmão também terá uma grande incidência nas mulheres, devido ao tabagismo. Cerca de 90% das neoplasias pulmonares”, informou.

Força

As pacientes da Oncologia e integrantes do grupo Mama Fest encontram força para continuar o tratamento sem desanimar. É o caso da dona de casa Gilvânia Matias, 40, há treze anos lutando contra o câncer que a fez retirar as duas mamas, mas não fez perder sua autoestima. “Me considero linda e privilegiada, por estar durante todo esse tempo com a mesma alegria e disposição. Tenho um marido que me ama, filhos e netos lindos e saudáveis. Sou uma batalhadora e uma mulher feliz”, disse emocionada.