Oficina de Papel da Emsurb promove cidadania
O projeto foi iniciado com grupos específicos: filhos de garis e margaridas, além de ex-catadores de material reciclável. Em funcionamento há 10 anos, o projeto faz exposição da maior parte dos produtos em escolas e shoppings da cidade. Dentre alguns dos utensílios feitos estão bolsas, cestas, porta-retratos, porta-lápis, lixeiras, bandejas, baús, luminárias, leques e chapéus.
De acordo com a coordenadora da Oficina de Papel, Tereza Cristina Nascimento Sales, a produção dos objetos é feita por etapas. “Nós recebemos o jornal que não é mais utilizado, já lido, através de doação. A primeira fase corresponde ao corte das tiras – a espessura de cada tira depende da peça a ser elaborada; após esse corte, fazemos o canudo. Na segunda fase, começamos a técnica do trançado (forma do produto); em seguida a peça vai para o banho de cola – feito para dar resistência ao produto; e por fim vem a parte da pintura e o banho de verniz”, explicou.
Ainda conforme Tereza Cristina, o número de pessoas que procura a Oficina para participar do projeto é bastante significativo. “Normalmente, a prioridade é dadas àquelas pessoas que necessitam fazer uma terapia ocupacional, que apresentam quadros de depressão, entre outros. Na verdade, damos prioridade a pessoas que têm o perfil do projeto, como por exemplo, os cursitas da Adevise (Associação de Deficientes Visuais de Sergipe), que estão conosco há 15 dias. Aqui, eles aprendem a técnica e passam a ser multiplicadores do projeto”, contou.
Para José Batista Santos, 58 anos, que participa do curso, o projeto é de extrema importância. “Poder participar com os colegas desse projeto é muito bom. Os professores são bem legais. Aqui eu aprendo a montar peças. Eu já fui vaqueiro, trabalhei em roça, fui motorista e depois me acidentei, perdendo a visão. Agora estou aqui me distraindo, contribuindo. Estou muito feliz e empolgado, porque aprendi coisas novas”, disse.
Antônio Cardoso, 61 anos, também concorda que a oficina é fundamental como forma de instigar a potencialidade do cidadão. “Aqui no projeto eu sei que estou sendo útil. Estou aprendendo, para depois poder passar esses ensinamentos aos colegas da Adevise. Agradeço a Deus e aos colegas que com dedicação me ensinaram. Eu estou muito satisfeito e feliz”, comentou.
Segundo a funcionária da Emsurb Tereza Samuel Ribeiro, 45 anos, ensinar aos cursistas a reaproveitar os jornais e revistas é prazeroso. “Nos sentimos muito bem por estarmos passando para eles o que um dia também aprendemos. Ensinar a fazer o trançado, o corte do papel, a montagem do canudinho é uma satisfação. Além do mais, eles aprendem rápido porque são muito interessados”, relatou.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text] [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]