NOTA DE ESCLARECIMENTO: Maternidade Hildete Falcão Baptista

O Governo do Estado, através da Secretaria de Estado da Saúde, esclarece as circunstâncias que no período de 21 a 26 de agosto de 2007 levaram a óbito onze recém-nascidos na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin) da Maternidade Hildete Falcão Baptista.

1 – Na última sexta-feira, 24, a equipe técnica da Secretaria detectou a possibilidade de um surto de infecção hospitalar.

2 – A partir deste momento, os 29 bebês que por lá passaram no período de 21 a 26 de agosto foram submetidos ao procedimento de hemocultura (exames de sangue para detectar a presença de bactérias que causam infecções). Em seis casos o resultado foi positivo e destes, cinco foram a óbito. Dos cinco óbitos, os resultados laboratoriais apontaram para três tipos de bactérias associadas à situação de prematuridade extrema das crianças. Em duas delas, as mães também tinham infecções maternas.

3 – Como medidas preventivas, desde a sexta-feira, 24, as crianças foram isoladas, a UTIn e os equipamentos passaram por processos de limpeza e desinfecção, procedimentos já realizados de forma rotineira na maternidade. Os atendimentos de baixo risco que chegaram à unidade foram redirecionados ao Hospital Santa Isabel e demais maternidades do interior do Estado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192 Sergipe).

4 – A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informa que nas últimas 60 horas a Maternidade Hildete Falcão Baptista não registrou nenhum óbito de bebês internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. O último falecimento aconteceu às 7 horas do domingo, 26. Neste momento, a unidade funciona normalmente para atender exclusivamente a casos de alta gravidade e o trabalho de prevenção e bloqueio de provável cadeia de transmissão de infecções continua sendo realizado.

5- UTI´s neonatais são espaços dedicados ao cuidado de pacientes de altíssima gravidade. A Maternidade Hildete Falcão Baptista é referência para gravidez de alto risco, o que implica dizer que os casos que chegam a este estabelecimento são de extrema gravidade, com crianças prematuras, com malformações genéticas, e mães com histórico de infecção, entre outros problemas e, portanto, com elevado risco de morte.

6 – Segue abaixo a descrição detalhada das razões que levaram aos óbitos:

Recém-nascidos (RN) com hemocultura positiva:

RN 1 – 17 dias de vida, 1150g. Sepse mista, infecção neonatal precoce e tardia, infecção urinária materna tardia e prematuridade extrema. Resultado de hemocultura positivo para Klebsiela.
RN 2 – 10 dias de vida, 630g , amniorexe extrema e mãe com bolsa rota de 46 horas. Hemocultura positiva para Pseudomonas.
RN 3 – 6 dias de vida, 1785g, choque séptico, placenta prévia e membrana hialina. Hemocultura positiva para Pseudomonas.
RN 4 – 5 dias de vida, 1355g, hemorragia pulmonar, infecção respiratória, membrana hialina. Hemocultura positiva para E.Coli.
RN 5 – 4 dias de vida, 1075g, choque séptico, sepse neonatal, prematuridade e infecção materna. Hemocultura positiva para Klebsiela.

Recém-nascidos com hemocultura negativa:

RN 1 – 4 dias de vida, 3kg, pneumonia congênita, parto domiciliar, leucopenia.
RN 2 – 12 dias de vida, 1170 g, mãe com doença hipertensiva gestacional (DHEG).
RN 3 – 2 dias de vida, 1910g, hemorragia pulmonar maciça, asfixia grave, parto domiciliar.
RN 4 – 3 dias de vida, 985g, prematuridade extrema, hemorragia pulmonar, membrana hialina.
RN 5 – 3 dias de vida , 2210g. síndrome genética a esclarecer, hidropsia fetal.
RN 6 – 2 dias de vida, 685g, prematuridade extrema, hemorragia pulmonar, pneumotórax e membrana hialina.

7- O Governo do Estado se solidariza com todas as mães e famílias que perderam seus filhos e está à disposição para prestar todo o apoio necessário. O Secretário de Estado da Saúde, Rogério Carvalho, e a equipe da Secretaria envolvida no gerenciamento de todas as questões pertinentes à Maternidade Hildete Falcão estão abertos à sociedade e a todas as instituições para prestar quaisquer esclarecimentos necessários.

Atenciosamente,

Secretaria de Estado da Saúde
Governo de Sergipe