[vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]No Forró Caju, festa onde os artistas locais são 70% do total de atrações, Nino Karva é um dos grandes nomes de Sergipe a se apresentar. Dono de um trabalho que busca a preservação da música regional, o cantor foi a principal atração do palco Gerson Filho na sétima noite do evento. Nino encantou o fiel público do palco alternativo, levando muita animação e música da maior qualidade.

Em seu show, o cantor tocou e cantou com sua banda músicas de seu antigo CD, intitulado ´Mangaba Madura´, e de seu trabalho atual, que homenageia esse ritmo tão nordestino que é o forró, ´Aquarela para Pandeiro ou Cajueiro Forró Clube´. Além de mostrar um trabalho mais autoral, em sua apresentação ele mostrou também canções de grandes nomes da música do nordeste brasileiro, como Clemilda, Luiz Gonzaga e Trio Nordestino.

O forró, o repente, o aboio; o blues, o funk e o rock se misturam formando um som que o cantor define como “universal”. As letras de Nino mesclam questões humanas e contemporâneas, abordando temas como problemas sociais, existenciais, amor, drogas, internet e globalização.

“O incrível é que nós fazemos shows de forró sem sanfona e zabumba, e com o som da gaita. A cada apresentação, as pessoas se impressionam com isso. Além do mais, fazemos a mistura do forró tradicional e da sonoridade regional com o blues, o funk, o rock. Acredito que isso demonstra que a mistura de musicalidades pode se tornar um som universal”, explica o cantor.

Trajetória de sucesso

Talvez essa mistura da musicalidade regional com sonoridades de outras culturas seja o segredo do sucesso do cantor. Na verdade, o que se pode ter certeza é que o trabalho do artista é encantador e tem dado certo, desde que esse sergipano resolveu sair de Simão Dias para mostrar seu talento.

Nino é um desses artistas que saem do interior e busca agregar a rica cultura popular à sua produção musical. Após algum tempo na capital sergipana, começou a demonstrar a que veio. Em sua primeira participação em um festival de música, o Festival Novo Canto de 1987, foi vencedor.

A partir daí lançou outros trabalhos, trilhando sempre um caminho de sucesso. Em 2006, sua música intitulada ‘Pós-Moderno’, foi a vencedora do Sescanção, Mostra Sergipana de Música que é uma promoção do Serviço Social do Comércio (Sesc).

Vários talentos

Nino Karva é um artista com vários talentos. Além de compositor e cantor, ele é ator profissional e leva para seus shows toda a teatralidade de sua formação, quando interpreta, por exemplo, repentistas e violeiros. O momento contagiante é quando ele recita versos de cordel, usando seu dom para performances cênicas.

Além disso, ele é luthier, ou seja, profissional que cuida da produção e manutenção de instrumentos de cordas. Por causa desse trabalho de lutheria, Nino foi até Beijing ano passado, capital da China, onde expôs os modelos de violões criados por ele, vendeu CDs, trabalhou em instrumentos inacabados e fez shows. “O mais bacana é que eu levei junto comigo os nomes de Sergipe e de Aracaju”, afirma orgulhoso.

Forró Caju: 70% de artistas locais

Nino Karva é apenas um dos artistas sergipanos que fazem parte da maior festa junina popular do país, que atrai uma média de 100 mil pessoas por noite. Ao todo, são 132 atrações musicais. Desse total, 42 são nacionais e 90 são locais. Os números refletem a preocupação da organização do evento, a Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA), por meio da Fundação Municipal de Cultura Turismo e Esporte (Funcaju), em preservar a cultura e a produção local, dando espaço para que tudo isso apareça para um grande número de expectadores.

“Um público de mais de 100 mil pessoas por dia é uma vitrine fantástica para qualquer artista da região. A preocupação da nossa gestão é fazer do Forró Caju um palco para os artistas da terra, proporcionando a eles o acesso a um grande número de pessoas que poderão conhecer melhor seus trabalhos. É por isso que mesclamos artistas de renome nacional, que atraem muita gente, com os nomes do nosso Sergipe. Assim damos oportunidade de divulgação para esses artistas, que no evento têm também uma renda garantida todos os anos. Preservar e divulgar a cultura local é essencial para o trabalho da Fundação”, afirma Lucimara Passos, presidente da Funcaju.

De acordo com Fernando Montalvão, coordenador de Eventos da Funcaju, sempre foi um objetivo da festa dar um maior espaço aos artistas sergipanos. “Nosso objetivo é dar espaço para a prata da casa, por isso temos esse ano cerca de 70% das atrações locais. É uma forma de incentivar o trabalho desses artistas que têm grande talento e valor”, afirma.

As atrações são divididas entre o palco alternativo, o Gerson Filho, que é multicultural e apresenta atrações regionais, não só de bandas de forró, mas de outros estilos musicais, inclusive bandas que estão começando na carreira. No Luiz Gonzaga, palco oficial, a animação fica por conta das atrações nacionais e também de artistas sergipanos com maior tempo de carreira.

“Essa iniciativa de colocar a maioria das atrações locais é muito importante porque valoriza o nosso mercado musical. Claro que a festa deve trazer artistas nacionais, mas é inegável a importância da presença dos cantores sergipanos no Forró Caju. O evento aumentou muito nos últimos anos, e isso é muito bom pra cultura local, pois abriu as portas para vários talentos da terra mostrarem seus potenciais. Foi um salto fenomenal. Fico muito feliz por mostrar meu trabalho numa festa tão grandiosa”, finaliza Nino Karva.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text] [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

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