Mutirão do lixo movimenta o bairro Santa Maria
Cerca de 300 pessoas estão envolvidas na atividade que consiste na coleta seletiva de lixo. O objetivo é reunir a maior quantidade possível de material reciclável para que seja vendido, demonstrando e viabilizando uma nova fonte de recursos para essa população.
A renda obtida será distribuída para as 50 famílias que estão cadastradas para o mutirão. O que não impediu de outras famílias estarem contribuindo nesta ação. As ruas do conjunto estavam repletas de crianças, jovens e adultos. Todos munidos com sacolas plásticas de 100 litros para o recolhimento do lixo.
“Eu já trouxe dois sacos cheios e à tarde vou recolher ainda mais”, disse todo empolgado Marcos Felipe de Oliveira, 11 anos, morador do conjunto. Para ele, não foi difícil encontrar o material, pois tem muito lixo jogado inadequadamente na área. O garoto recorreu aos terrenos baldios, encostas de riachos, e até mesmo ao quintal da sua casa.
A dona de casa Cristina Santos Rodrigues, 32 anos, mãe de duas crianças, também recorreu ao quintal da casa. “Era lixo que não acabava mais, a gente ia juntando e a situação piorando. Foi bom que fiz uma faxina, diminuíram os mosquitos e as minhas filhas podem brincar mais tranqüilas agora”, diz a moradora que pretende continuar com a coleta, garantindo a saúde da família e obtendo alguma quantia em dinheiro com isso.
“O entusiasmo dessas pessoas demonstra que o projeto “O meio ambiente começa no meio da gente” já está surtindo efeito”, afirma o Frei Cristiano Lima Santos, que atua na comunidade e está participando ativamente da organização desse projeto.
A expectativa é de que após esse período, a população local esteja conscientizada da importância da preservação do meio em que vivem, fazendo um bom proveito de todas as orientações que lhes foram destinadas.
A secretária de Assistência Social, Maria da Conceição Vasconcelos, presente no local, ressaltou que o projeto vai muito além da questão ambiental. “A realidade do bairro Santa Maria pode mudar. Acreditamos no potencial dessas pessoas e estamos indicando possíveis caminhos para uma vida mais digna. A partir de pequenas ações e conseqüentemente da transformação do ambiente em que se vive, demonstramos que se pode alcançar a verdadeira cidadania”, afirma a secretária.
Repercussão
O evento foi registrado por um grupo de jornalistas estrangeiros da Organização Ajuda à Igreja que Sofre, fundada em 1947 na Bélgica. Os jornalistas, acompanhados pelo Arcebispo de Aracaju, Dom José Palmeira Lessa, visitaram algumas casas e entrevistaram o Frei Cristiano para saber o que vem sendo desenvolvido na área social em prol da comunidade. Tudo que foi registrado irá percorrer o mundo, em forma de documentários, reportagens, artigos, entre outros meios de notícia. O material deverá ser veiculado em diversos países da Europa, nos Estados Unidos e no Chile.
“Ficamos felizes em constatar que o poder público está dando atenção a comunidades tão carentes como esta. Trabalhos sociais desse tipo são fundamentais para a educação das comunidades desamparadas”, afirma Dom Lessa.[/vc_column_text][/vc_column]
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