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As aulas práticas do curso de Musicografia Braille tiveram início nesta terça-feira, 6, no Conservatório de Música de Sergipe. Estão participando do curso professores de música e alunos de música da Universidade Federal de Sergipe que desejam dominar a linguagem Braille adaptada ao texto musical. O curso de Musicografia Braille é ministrado pela professora Dolores Tomé, da Universidade de Brasília (UNB). As aulas tiveram início no dia 5 de novembro e prosseguem até o dia 9. O curso está inserido nas atividades da VI Mostra de Arte sem Barreiras, realizada em parceria com a Secretaria de Estado da Educação (Seed). 

A professora Dolores Tomé explica que o objetivo do curso é capacitar os professores de música para que dominem a grafia do deficiente visual para ler e escrever música. “Estamos tentando com este software que os alunos cegos tenham acesso às partituras como os alunos normais. Queremos mudar essa cultura de que o cego tem um ouvido superdotado e que tem que gravar para aprender. É difícil para o cego também gravar as músicas. Ele quer ter acesso à tecnologia. É um trabalho de conscientização pela inclusão. O cego não vê com os olhos, mas ele pode compreender pelo toque das mãos”, afirmou.

A coordenadora do Atendimento Educacional Especializado (AEE) da Seed, Luciene dos Santos, disse que ao visitar as escolas da rede estadual sentiu a necessidade de oferecer o curso para os deficientes visuais. “Baseados nessa necessidade, solicitamos o curso de Musicografia Braille para incluir os alunos com deficiência visual interessados em música”, salientou. 

A professora de Teoria Musical do Conservatório, Maria Gorethe de Almeida Lima, participa do curso e se diz extremamente satisfeita. “É uma nova marca. O Conservatório tem alguns deficientes visuais. Tive uma experiência em sala de aula em que ao passar um conteúdo, o exemplo que dei não pôde ser visto por dois alunos deficientes. Foi um momento de reflexão para mim. Acredito que é importante nos prepararmos para outras linguagens. Estou muito animada. O Braille não é um bicho de sete cabeças para mim a partir de hoje”, acentuou.

Izis Cristiane de Oliveira Posener, presidente da Adesive, também participa do curso. “Hoje em dia nós temos que possibilitar a inclusão de pessoas com deficiências. Aqui no Conservatório nós temos cinco alunos com deficiência visual. Eu sou uma delas. Estou me formando e senti muita dificuldade. Como eu estou me formando, eu posso ensinar a outras pessoas. É uma felicidade enorme”, disse.

Autonomia 

Lucas Aribé, vereador eleito, participa do curso e diz que este permite a autonomia do aluno deficiente.  “Eu fico muito feliz que professores do Conservatório estão envolvidos na inclusão. Já fui aluno do Conservatório e estou participando do curso com o objetivo de refrescar a memória e ajudar e incentivar meus amigos. Acredito que essa oportunidade vai representar uma autonomia muito grande para eles que são músicos e que no futuro também poderão ser professores de Musicografia Braille. Serão multiplicadores do conhecimento”, destacou.

O vereador relata que a música abriu as portas em muitos sentidos na sua vida. “Com a música venci o preconceito e a discriminação. As pessoas passaram a me perceber melhor; a entender a pessoa com deficiência, a partir do momento em que eu passei a divulgar a minha arte. Eu fico muito feliz em perceber que a comunidade com deficiência encontrou a música não só como uma forma de relaxamento, mas também como uma carreira profissional. Entendo que a Musicografia Braille vai facilitar melhor a compreensão do aluno”, frisou o vereador eleito.

O aluno do curso de música da UFS, Diogo Santos de Oliveira compartilha da mesma opinião.  O estudante relata que sentiu dificuldade no curso que faz na UFS porque não é adaptado à sua deficiência. “Nós deficientes visuais entendemos a música somente através do áudio. É importante conhecermos a partitura para poder estudar as peças. O curso que faço é diferente porque é voltado para todos. Lá eu utilizo mais o áudio e textos em computador que um amigo lê para mim. A Musicografia Braille permite a liberdade de conhecer a música escrita e poder estudar na partitura. Teremos um pouco mais de independência musical”, concluiu o aluno.

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