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O governador Marcelo Déda e o vice-governador Jackson Barreto participaram na tarde desta quarta-feira, 1°, da missa de corpo presente do ex-governador João de Seixas Dória, celebrada no Palácio Museu Olímpio Campos, em Aracaju. A cerimônia reuniu familiares, amigos, autoridades e admiradores do trabalho de Seixas Dória para a última despedida ao político que governou Sergipe por dois anos, lutando pela democracia e o crescimento econômico do Estado.

Eleito governador em 1962, Dória ocupou a chefia do Poder Executivo até 1964, quando foi deposto por se opor publicamente ao Golpe Militar.  “Seixas Dória é um dos brasileiros mais ilustres de sua geração, um sergipano que marcou sua presença na vida pública graças à sua dedicação, ao nacionalismo, à defesa dos interesses do país, da democracia, e dos interesses do Estado e do povo de Sergipe. A sua luta transformou Seixas num dos mais eminentes políticos da geração de 1945, da geração da redemocratização brasileira, após a Era Vargas. No Congresso Nacional, a sua inteligência e capacidades de oratória e articulação o marcaram como um dos líderes de um movimento conhecido como a UDN ‘Bossa Nova’, parlamentares da UDN que tinham uma agenda progressista, liberal e democrática. Graças a esse trabalho, Sergipe lhe escolhe como governador em 1962, sendo o seu nome sinônimo de mudança, reforma e política progressista”, afirmou Marcelo Déda.

Para explicar a importância política e histórica do ex-governador, Déda narrou um dos episódios mais marcantes da vida pública do amigo falecido e da história sergipana. “No início do seu governo, o Golpe Militar de 1964 acontece, a democracia é expulsa do Brasil e os democratas sofrem prisão, tortura e perseguição. Aqui neste palácio, na madrugada de 1º de abril de 1964, os militares depuseram o governador Seixas Dória por renegar o golpe e defender o presidente que havia sido eleito pelo voto do povo. Em seguida, levaram-no preso para a 28 DC e depois o mandaram para Fernando de Noronha, onde ficou preso ao lado do grande governador de Pernambuco, Miguel Arraes. Depois, na redemocratização, o governador Seixas Dória voltou a fazer política, a colaborar com o progresso do seu estado, sendo deputado federal, dirigente da Petromisa e um cidadão sempre ativo”, contou.

Em seu discurso, Déda ainda lembrou que se inspirou em Dória ao deixar a prefeitura de Aracaju para disputar as eleições para governador em 2006. “Tive a honra de tê-lo na minha campanha de governador, em 2006, e de muitas vezes recebê-lo nos palácios para ouvir seus conselhos, sua experiência e me maravilhar com a sua paixão pela democracia, sua dedicação ao Brasil e ao nosso estado. Hoje, não é apenas Sergipe quem perde, é o Brasil que fica menor, pois um grande brasileiro nos deixou, mas o que fica é o seu exemplo de coragem cívica, determinação, militância democrática e fé no futuro da nação brasileira”.

Jackson Barreto ressaltou os valores do ex-governador e a herança em termos de inspiração e exemplo que ele deixa. “A história política de Sergipe perdeu um grande homem. Com essa perda, nosso estado diminuiu seu tamanho na sua história política, porque Seixas Dória foi um cidadão que marcou a vida pública de Sergipe, acima de tudo, um homem coerente na defesa dos seus ideais, com uma consciência política incrível e que atuou de forma brilhante como membro parlamentar nacionalista, enquanto deputado federal. Um homem que teve a coragem de defender o governo de João Goulart e pagou um preço muito alto por sua dignidade, mas sem mudar sua forma. Por isso, ele nos deixa uma lição de ética, coragem e amor a Sergipe, sendo um grande lutador pela independência econômica de Sergipe, que lutava pela cidadania, riquezas do Brasil e soberania nacional”, destacou o vice-governador.

Após a cerimônia, o corpo do ex-governador foi conduzido num carro do Corpo de Bombeiros, em cortejo fúnebre até o cemitério Colina da Saudade, onde ocorreu o sepultamento. Antes, ao deixar, definitivamente o local, onde outrora exerceu o cargo de governador, diferente do episódio histórico que bruscamente o tirou daquele mesmo lugar no passado, desta vez, Dória ultrapassou a porta frontal do palácio sob as palmas e a saudade de todos os presentes.

Sepultamento

O governador Marcelo Déda acompanhou de perto todas as honrarias oferecidas pelo Estado em homenagem ao ex-governador Seixas Dória. O último ato ocorreu no cemitério Parque Colina da Saudade, onde o corpo de Dória foi sepultado após percorrer algumas ruas da capital numa viatura do Corpo de Bombeiros.

Chegando ao cemitério, o caixão coberto pela bandeira de Sergipe foi conduzido pela guarda fúnebre, que parou apenas no momento em que os militares executaram a salva de tiros. “Seixas Dória é um exemplo que as novas gerações devem estudar para nele se inspirar quando decidirem seguir a vida pública”, comentou o governador ainda no cemitério.

Pouco antes, Déda havia cumprimentado os familiares do ex-governador, entregando-lhes a bandeira sergipana que encobria o caixão. Na ocasião, Déda ainda descreveu Seixas Dória como “um sergipano que Sergipe nunca vai esquecer, e que merece todas as homenagens que hoje o Estado de Sergipe lhe presta”.

Presenças

Além do governador e vice-governador de Sergipe, estiveram presentes na cerimônia a primeira-dama e também secretária de Estado de Inclusão, Assistência e Desenvolvimento Social, Eliane Aquino; o secretário de Estado da Casa Civil, Jorge Alberto; o secretário-chefe da CGE, Adinelson Alves; os ex-governadores do estado, Albano Franco e João Alves; o vice-prefeito de Aracaju, Sílvio Santos; o reitor e vice-reitor da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Josué dos Passos Subrinho e Ângelo Roberto Antoniolli, respectivamente, e o reitor da Universidade Tiradentes (Unit), Jouberto Uchôa.

Compareceram ainda, a presidente da Assembleia Legislativa, deputada Angélica Guimarães; os deputados federais Rogério Carvalho, Márcio Macedo, Valadares Filho e Almeida Lima; os deputados estaduais Mundinho da Comase, Gilson Andrade e Maria Mendonça; o presidente da Câmara Municipal, vereador Emmanuel Nascimento; os empresários Tarcísio Teixeira e Luiz Teixeira, e o prefeito de Estância, Ivan Leite.

Os governadores dos estados de Alagoas e Pernambuco, Teotônio Vilela Filho e Eduardo Campos, respectivamente, que não puderam estar presentes, fizeram questão de ligar para o governador Marcelo Déda para lamentar a perda e lhe pedi que transmitisse as condolências à família do ex-governador.

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