[vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]Atuando como agentes da transmissão de arte, ou como receptores da arte, os alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental José Antônio da Costa Melo, bairro Getúlio Vargas, e comunidade em geral, participaram durante todo o dia de ontem, 22, do grande espetáculo de encerramento das atividades do ano de 2003 do Laboratório de Arte do Município (Laborarte). O programa vem sendo desenvolvido no CAIC, anexo cultural da escola.

O início do evento, às 9h, celebrou a abertura da exposição dos trabalhos dos alunos dos cursos de Desenho, Modelagem (Cerâmica), Metamorfoses Expressivas (transformação de objetos descartados em produtos reciclados) e Pintura, dispostos em estandes, separados por categorias, no pátio central do CAIC.

As performances teatrais vieram logo em seguida. Unindo o teatro de fantoches a apresentações corpóreas, com referências à literatura popular dos cordéis, os atores mirins arrancaram risadas do público, dos mais novos até os professores e pais convidados. Os alunos do curso de Capoeira, os mais aguardados da tarde, fizeram a apresentação final, às 16h30.

A prática de ensino da arte na rede municipal, como meta substancial da Secretaria Municipal de Educação (Semed), se estende para muito além do previsto por lei. Essa decisão foi tomada pela necessidade de resgatar o estímulo dos estudantes e garantir o interesse pela cultura regional, ativando o caráter humanizador, inerente ao envolvimento com as artes em geral.

Início das Atividades

Durante três meses, desde o início de setembro, os professores do projeto desenvolveram o Módulo Especial, uma apresentação dos fundamentos e dos objetivos do projeto para a escola e para a comunidade, fazendo com que todos se familiarizassem com as atividades artísticas propostas. Essa também foi uma alternativa para a implementação do projeto de forma mais rápida, aproveitando a proximidade da finalização do ano letivo.

Segundo o coordenador do projeto, Fernando Cajueiro, a resposta da comunidade foi imediata. “A adesão dos alunos, a procura e o empenho deles em participar foi realmente surpreendente. Diversos pais têm nos procurado para saber mais sobre o projeto. Também fomos procurados pela presidente da Associação de Moradores do bairro Getúlio Vargas que se colocou à disposição da gente”, relata. “Esse projeto é fundamental para manter o interesse dos jovens pela escola, e os pais sabem disso. Eles até sugeriram e solicitaram um curso para os pais dos alunos. Algo muito importante a ser pensado, pois uniria ainda mais a família na escola”, acrescenta.

“A escola estava sofrendo um problema de evasão muito grande, eu acho que com esse projeto o interesse pela escola se tornou bem melhor”, afirma a coordenadora pedagógica da EMEF José Antônio da Costa Melo, Janete Maria Oliveira Santos. “Em poucos meses os cursos tiraram as crianças das ruas; resgatou a auto-estima deles e mostrou o sucesso para os alunos que tem interesse em entrar no próximo ano. É muito bom que os alunos tenham outras atividades estimulantes dentro da escola”, acrescentou.

Segundo o professor de Artes da Oficina de Modelagem, Alex de Araújo, o trabalho integrado e integral realizado por ele com as crianças superou as expectativas. “O resultado foi excelente. Em dois meses, a gente conseguiu fazer bastante peças. Não só em termo de quantidade, mas em termo de qualidade também; crianças na faixa de 10 a 16 anos produziram trabalhos com características de pessoas adultas. Eles conseguiram dar uma expressão à arte. Os trabalhos deles têm vida”, elogiou. “Toda a dinâmica da oficina foi em função da questão da espontaneidade deles, para que eles colocassem no trabalho todo lado lúdico e a fantasia presente na criança. Isso resgatou, de uma certa forma, um respeito à ancestralidade nelas”, acrescentou.

Um novo projeto

Iniciado no dia 10 de setembro, o projeto Laborarte (Laboratório de Arte do Município), uma releitura do antigo projeto PACC (Projeto de Arte, Cultura e Cidadania), que era realizado no Parque da Sementeira, promove cursos de artes independente do curso implementado na escola pela obrigatoriedade da lei.

Todas as linguagens da arte são abordadas como na escola. No entanto, o projeto trata de linguagens específicas que são trabalhadas em salas diversificadas. O professor de artes em sala de aula convencional, quando detecta a aptidão de um aluno para determinado tipo de expressão artística, o encaminha para os laboratórios, onde os professores do Laborarte fazem a prática específica da forma artística escolhida pelo aluno.

Um dos aspectos mais importantes, na opinião dos alunos, é que no Laborarte o trabalho é opcional. “Enquanto na sala de aula convencional ele é obrigado a ter informação sobre todas as linguagens, durante as oficinas eles trabalham da forma que melhor se adaptarem. Isso faz com que o trabalho seja prazeroso e renda mais. O aluno faz porque quer; é ele quem nos procura”, explica o coordenador do projeto, Fernando Cajueiro.

Oito professores de Arte, que lecionam na rede oficial de ensino do Município de Aracaju, fazem parte do projeto. As aulas são ministradas em turnos contrários aos das aulas dos estudantes. Os cursos da Oficina de Arte são divididos em módulos. Cada semestre corresponde a um módulo; onde cada linguagem é desenvolvida durante 4 meses. Dentre elas estão Desenho, Pintura, Modelagem, Metamorfoses Expressivas, Dança, Capoeira e Teatro. Ao final do período, uma grande exposição é feita e os alunos recebem um certificado de participação.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text] [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

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