Jornada aborda diferentes períodos do estudo do folclore
Por Monique de Sá, da Ascom/Secult
No dia do Folclore, 22 de agosto, a Secretaria de Estado da Cultura (Secult) preparou uma programação especial que marca a reta final do projeto ‘Agosto Para Todos’. Na manhã desta segunda-feira, alunos, professores e estudiosos estiveram presentes na Casa do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em São Cristóvão, para a abertura da ‘II Jornada de Estudos sobre Cultura Popular’. À tarde, os aracajuanos serão contemplados com um cortejo folclórico, que terá saída no Centro de Criatividade com destino à Praça Fausto Cardoso.
Este ano a ‘II Jornada de Estudos Sobre Cultura Popular’ abordará pesquisas realizadas antes e após o ano 2000. Segundo um dos organizadores do evento, o diretor do Museu Histórico de Sergipe (MHS), Thiago Fragata, este é o ano em que foi instituído o Decreto 3.551, que marca o Programa Nacional do Patrimônio Cultural Imaterial. Por isso, abrindo a jornada estiveram presentes a superintendente do Iohan em Sergipe, Terezinha Oliva; a secretária de Cultura de São Cristóvão, Aglaé Fontes; e o pesquisador Luiz Antônio Barreto.
“Intitulamos este primeiro dia de apresentações de ‘Desbravadores’. São pessoas bastante atuantes em pesquisas da cultura popular e do folclore. Além dos nossos convidados, devemos lembrar grandes nomes como Beatriz Dantas, Núbia Marques e o próprio Silvio Romero. Amanhã, 23, traremos outros grandes nomes de pesquisadores atuais do cenário sergipano. E no último dia, faremos uma homenagem ao mestre José Calasans”, contou Thiago.
Dando início à mesa de discussão, a professora Terezinha Oliva trouxe para o público um levantamento de grupos folclóricos feito na década de 70, quando ela ainda era diretora do Departamento de Cultura e Patrimônio Histórico (DCPH). “Prossegui com essa pesquisa acerca dos grupos folclóricos, após o trabalho realizado pelas professoras Beatriz Dantas e Núbia Marques. Através deste levantamento, publiquei o primeiro ‘Lúdica Folclórica’ – trabalho realizado em 64 municípios e que levantou dados sobre cem grupos existentes na época e também já extintos”, explicou Terezinha.
Após o interessante trabalho realizado pela professora Terezinha, foi a vez da também professora, Aglaé Fontes, dialogar com os alunos e professores presentes. Além de trazer grandes nomes de pesquisadores da cultura popular, como Alceu Araújo, Rossini Tavares, Carvalho Déda, Edson Carneiro, Aglaé falou sobre a ‘Carta do Folclore Brasileiro’, publicada em 1951.
“A palavra folclore é de origem saxônica: ‘Folk’ é gente e ‘Lore’ é saber; ou seja, sabedoria do povo. O termo folclore mexeu com a cabeça de muita gente e quebrou fronteiras entre várias ciências como a antropologia, a sociologia, a psicologia, a filosofia, a etimologia”, dialogou Aglaé Fontes.
O ex-secretário de Estado da Cultura e pesquisador, Luiz Antônio Barreto fez questão de tratar dois conceitos-chave em relação às manifestações populares: cultura X cultura popular. Com um tom crítico, o estudioso levantou outra questão, como a do jovem inserido dentro do folclore. O término do primeiro dia da ‘II Jornada de Estudos sobre Cultura Popular’ ficou por conta dele que atraiu a atenção de todos que estiveram presentes.
Público
Alunos, pesquisadores e professores integraram o primeiro dia da Jornada. A cada explanação, o público era presenteado com uma aula rica sobre o folclore em Sergipe. Memórias, histórias e troca de conhecimento marcaram o evento.
A arquiteta e pesquisadora, Flor de Lis Cardoso, é uma das integrantes do grupo. Segundo ela, eventos como esse acaba despertando a atenção da população para a questão do patrimônio imaterial. “Esta é uma troca de conhecimento passada não apenas para os alunos, mas também para os professores que poderão levar isso para sala de aula. Ouvir profissionais como estes que estiveram aqui hoje é enriquecedor”, elogiou a arquiteta.
Já para a jovem de 17 anos, Klívia Santos, o que mais chamou a sua atenção foi a forma como os grupos folclóricos de São Cristóvão foram tratados, tamanha a sua importância para a cidade. “Nós, jovens, temos que abrir nossas mentes e valorizar o que é nosso. Uma palestra foi completando a outra, por isso pretendo vir nos próximos dias”, disse a garota que ainda ressaltou que o grupo que mais gosta em sua cidade é o de Samba de Coco.
Programação
Como foi explicitado pelo diretor do MHS, Thiago Fragata, a ‘II Jornada de Estudos Sobre a Cultura Popular’ foi dividida em três dias. No primeiro dia, pesquisas feitas por veteranos foram mostradas ao público. No segundo, pesquisas mais recentes (pós ano 2000) serão apresentadas.
Por isso para esta terça-feira, 23, estão confirmadas as presenças de estudiosos como Gilfrancisco Santos, Janaina Couvo e Lívia Nascimento. No terceiro e último dia será montada uma mesa redonda cujo tema será José Calasans.
A ‘II Jornada de Estudos Sobre a Cultura Popular’ está inserida dentro da programação do ‘Agosto Para Todos’ – realizado pela Secult com apoio do Fundo Estadual de Desenvolvimento Cultural e Artístico (Funcart). A II Jornada ainda conta com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura de São Cristóvão e da Casa do Iphan.
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- Aglaé Fontes/ Fotos: Ascom/Secult