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O sonho de um convite de trabalho que quase se transformou em pesadelo. Esse foi o início da história vivida pelo lavrador cearense do município de Crato, Francisco Sávio Alves Cruz, 42 anos. Depois de ser convidado para trabalhar em uma fazenda de café no estado de Minas Gerais com a promessa de que teria bom salário, moradia e outros benefícios, o lavrador se deparou com uma situação contrária e fugiu da fazenda sem dinheiro e sem documentos, pois o seu barraco havia sido incendiado.

A partir daí começava uma nova peregrinação na vida do cearense. “Quando fugi da fazenda, peguei carona nas estradas e muitas vezes caminhava quilômetros até conseguir outras caronas para voltar para o Ceará. Até que chegando à cidade de Maruim, na beira da estrada da BR-101, fui fazer uma brasinha para cozinhar minha refeição, quando acendi a lenha e fui colocar um pouco de álcool para aumentar a brasa a chama tocou em minha perna que acabou totalmente queimada”, relatou.

De acordo com ele, o socorro foi rápido, o que ajudou para que maiores problemas fossem evitados. “Foi tudo muito rápido. As pessoas me socorreram e a ambulância me trouxe aqui para o hospital onde fui muito bem tratado. Que pessoas maravilhosas, salvaram minha vida, não vou esquecer nunca”, declarou.

Tratamento

Histórias como essa são freqüentes no Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), segundo a coordenadora do serviço social do Pronto Socorro (PS), Vanete Cardoso. “Muitos desses pacientes vem da rua e não podem ser devolvidos pra rua, sem documentação e muitas vezes desorientados porque foram atropelados. O tratamento que esses pacientes recebem aqui tem todo um acompanhamento que envolve psicólogo, assistente social, equipe medica e de enfermagem”, declarou.

No caso do paciente Francisco, que estava internado há 13 dias na Unidade de Tratamento de Queimados (UTQ), a sua história teve um final feliz. “Graças a Deus esse paciente chegou consciente. Ele recebeu alta e nós não tínhamos para onde mandar esse paciente, já que ele reside em outro estado. Então fizemos contato com o Centro de Apoio ao Migrante para abrigar o paciente até ele ser conduzido de volta pra sua terra de origem”, contou a assistente social.

Centro de Apoio

O Centro de Apoio ao Migrante é mantido pela Secretaria de Inclusão e Desenvolvimento Social (Seides) e funciona como um abrigo para pessoas que vem de outros estados e que estão de passagem aqui na cidade, para serem encaminhados para postos de saúde, instituto de identificação, hospitais, entre outros serviços. O tempo de estadia varia de acordo com cada caso entre cinco e 30 dias.

Para a coordenadora do centro, Tânia Cristina do Nascimento, esse foi mais um caso especial. “Recebi uma ligação da assistente social do HUSE que me contou uma historia muito interessante e triste ao mesmo tempo. Recebemos o paciente que realmente estava totalmente curado e sem seqüela e demos a ele todo apoio e cuidados que ele precisava” afirmou.

Humanização

No trabalho de humanização realizado no hospital, o voluntariado tem sua participação destacada. “Na humanização, nós temos o trabalho voluntário e temos vários voluntários e instituições que são parceiras. Ao saberem da necessidade desse usuário do hospital, um dos voluntários se prontificou em doar a passagem de volta para sua cidade natal. É a sociedade sendo parceira de uma instituição pública de saúde”, informou a assessora do Núcleo de Apoio Técnico do Huse (NAT), Silvania Lima.

Ainda de acordo com ela, o usuário volta pra sua terra recuperado fisicamente e emocionalmente. “É gratificante, é mais um usuário que esta sendo conduzido ao seu ambiente familiar e a sociedade, totalmente recuperado fisicamente com condições emocionais para que ele possa voltar integrado a sua família”, enfatizou.

Para o agricultor Francisco Sávio, ficou o aprendizado e as amizades conquistadas. “Agora tá muito bom, é só agradecer a Deus, às doutoras que cuidaram de mim, às enfermeiras que foram bem legais e tinham muito cuidado comigo. Agora é só chegar na minha terra e esquecer o que passou em Minas. Não sou de Sergipe, mas me considero sergipano, fui muito bem tratado nesse estado e tenho certeza que fiz amigos que vou levar para o resto da minha vida. Muito obrigado a todos”, concluiu emocionado.

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