Governo promove cidadania e protagonismo juvenil em Brejo Grande

Emprego, renda, educação, ações em favor do meio ambiente e melhor acesso aos meios de comunicação. Os jovens da cidade de Brejo Grande, localizada na região do baixo São Francisco, puderam neste sábado, 7, expressar para representantes do poder público estadual e municipal todas as reclamações, anseios e preocupações que envolvem as suas vidas. Cerca de 250 jovens da cidade, entre 12 e 24 anos, fizeram parte das oficinas do Encontro de Protagonismo Juvenil, promovido pelo Governo do Estado em parceria com a prefeitura municipal. O encontro, que aconteceu durante todo o dia, foi realizado na Escola Estadual Luiz Garcia.

O objetivo do evento foi criar um espaço de interação entre os membros dessa faixa etária e o Estado a fim de que eles pudessem expressar livremente as suas idéias e necessidades. As informações passadas por eles irão orientar a criação de políticas públicas para a juventude naquela localidade. “Esse é um trabalho para o jovem. Queremos ouvir as suas opiniões para que realmente elas sejam inseridas na construção de um projeto. Assim podemos fazer com que essa cidadania saia do papel”, explica Eliane Aquino, coordenadora do Comitê de Integração de Políticas Sociais do Estado.

O Comitê, formado por membros de todas as secretarias do governo, é responsável pela realização da ação. Segundo a secretária de Estado da Comunicação, Eloísa Galdino, o encontro na cidade ribeirinha faz parte de um projeto maior, que pretende criar uma ação integrada na área de políticas públicas com foco na inclusão social. “O primeiro lugar escolhido foi Brejo Grande por conta dos baixos índices de desenvolvimento humano”, revela. O projeto piloto poderá ser multiplicado em outras localidades de Sergipe.

Carentes da presença do poder público, os jovens da cidade não se mostraram nem um pouco inibidos em revelar as suas carências. Durante as oficinas, que reuniram grupos de diferentes faixas etárias, eles aproveitaram para cobrar o cumprimento de medidas que em outros governos nunca passaram de promessas. “Tenho o sonho de ver Brejo Grande de forma diferente”, desabafou Humberto Lemos Dias, 22 anos. Estudante universitário e morador de uma das localidades mais pobres do município, o povoado Brejão, ele fez questão destacar que a sua ida à universidade ainda é um privilégio, uma chance que poucos jovens dali podem aproveitar. “Todo mundo sabe que a educação é fundamental. Aqui nós precisamos de mais oportunidades. Se conseguirmos esse apoio as coisas podem melhorar”, opina.

Ouvindo de perto as palavras dos jovens, o prefeito do município Carlos Augusto Ferreira, se mostrou mais confiante no processo de mudança da realidade de pobreza e falta de perspectiva em que vivem os moradores. “Essa parceria entre as esferas de governo veio para encontrar solução para esses problemas que estão sendo levantados. Não se constrói nada sem planejar. Tenho certeza que com ações como essas o planejamento que será edificado e as melhorias chegarão”, aposta.

Cidadania

Também como parte das atividades de inclusão social, foi realizado um mutirão para a retirada de documentos. Moradores da cidade e dos povoados puderam fazer, de forma gratuita, carteira de identidade, de trabalho, certidão de nascimento e carteira do artesão. A ação aconteceu no Jardim de Infância Hildete Falcão.

Sem nenhum documento de identificação, a diarista Diana Firmina dos Santos, 22 anos, não podia ter acesso aos recursos dos programas de assistência do governo federal. “Em vários programas a gente só participa com o papel e eu tinha perdido. Essa foi uma boa idéia que o governo mandou para a gente”, diz. O acesso à carteira do artesão também vai facilitar a vida de dona Celina Bispo, um das cinco artesãs que faz parte de um grupo de produção de objetos feitos com trançado de palha na cidade. “Com a carteira a gente pode fazer empréstimo nos bancos, fica identificada como uma pessoa que trabalha. Aí já é um passo para uma coisa melhor”, conta.

Foram atendidas neste sábado aproximadamente 600 pessoas. “Ter direito ao registro, e à carteira de identidade, faz parte do conceito básico de cidadania. Como são pessoas extremamente carentes elas não conseguem se inscrever em nenhum projeto. Por isso, temos que começar do zero”, afirma Eliane Aquino. O mutirão foi feito com a participação da Secretaria de Estado da Segurança Pública, Secretaria do Trabalho, Juventude e Promoção da Igualdade, Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe e Delegacia do Trabalho.

Também estiveram presentes nas ações o secretário de Estado da Segurança Pública, Kércio Pinto, o secretário do Trabalho, Juventude e Promoção da Igualdade, Renato Brandão, a secretária de Estado da Inclusão, Assistência e Desenvolvimento Social, Ana Lúcia Menezes, além de secretários municipais.