[vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]

Para intensificar o controle do uso inadequado de agrotóxicos nas áreas irrigadas, a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) iniciou, em 2008, o Programa de Racionalização do Uso de Agrotóxicos, em seus perímetros irrigados. O trabalho consiste na emissão da receita agronômica, que será prescrita mediante a necessidade do uso de agroquímicos para combater pragas ou doenças que estejam causando danos expressivos às culturas e o agricultor não venha a correr risco de perda da sua produção agrícola.

O engenheiro agrônomo é o profissional habilitado para desenvolver esse trabalho, que na Cohidro acontece durante as visitas técnicas aos lotes dos produtores. Só de posse da receita o agricultor adquire, no estabelecimento comercial, o produto recomendado e faz sua aplicação na lavoura, conforme também é prescrito neste documento.

Emissão

A receita agronômica é um formulário padrão em todo território nacional, emitido pelos Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (CREA), com número de série para o controle e segurança. Nele é identificado o nome do agricultor e a propriedade em que será aplicado o agrotóxico. São descritas também informações essenciais, desde o diagnóstico dado pelo engenheiro agrônomo para o problema, informação sobre o produto recomendado, assim como o método de aplicação e sua periodicidade.

Segundo o engenheiro agrônomo da Cohidro, Arício Resende Silva, a receita agronômica tira todas as dúvidas que o agricultor pode ter no momento da compra e da aplicação. “Vem descrito o nome comercial do produto, para facilitar de ser encontrado no varejo, a quantidade, a forma como deve ser feita a aplicação e a recomendação do uso do EPI no ato da aplicação. Além disso, é descrito o número de aplicações, o período de carência entre a última aplicação do agrotóxico e a colheita da cultura”.

Arício ainda esclarece qual é o papel da equipe técnica da Cohidro, no processo do receituário agronômico. “A partir do diagnóstico da praga ou doença na cultura, dependendo da gravidade do problema, é necessário recomendar o uso de agrotóxicos. O trabalho desenvolvido nos perímetros irrigados é a prescrição e emissão da receita agronômica. Como estamos tratando de agricultura convencional e comercial, a ideia é minimizar os efeitos colaterais para a saúde de quem consome, de quem utiliza, de sua família que fica exposta na zona rural e ainda os danos ao meio ambiente”, conclui o agrônomo, também coordenador da Câmara Especializada de Agronomia do Crea-Sergipe.

Classificação e redução de impacto

Nos trabalhos de emissão da receita agronômica, torna-se importante o conceito de classe toxicológica dos agrotóxicos. O engenheiro agrônomo Remi Bastos, técnico responsável pelos trabalhos fitossanitários nos perímetros irrigados da Cohidro, esclarece de que forma isso é feito pelos fabricantes. “Todo pesticida trás em seu rótulo uma faixa compreendendo uma das cores, vermelha (I), amarela (II), azul (III) e verde (IV) indicativa de sua toxidade ao homem e ao meio ambiente, sendo portanto, extremamente tóxico; altamente tóxico; medianamente tóxico e pouco tóxico”.

O agrônomo Remi detalha os critérios utilizados para escolha dos produtos próprios para cada tipo de ocorrência e a preocupação com os seus efeitos no momento de emitir as receitas. “Em razão das ocorrências fitossanitárias nos cultivos dos perímetros irrigados gerenciados pela Cohidro, os inseticidas são os mais exigidos. No período de 2008 a 2013, foram emitidas 1691 receitas agronômicas, destas, 818 (48,40%) compreendem os inseticidas, principalmente aqueles de classe toxicológica III e IV, respectivamente, azul e verde, destinados ao manejo de controle de pragas nas culturas irrigadas. Há ainda os fungicidas, geralmente utilizados no controle das enfermidades que acometem as plantas cultivadas, os acaricidas, que controlam os ácaros, cuja ocorrência é mais severa nos períodos quentes e secos e os herbicidas, destinados ao controle das ervas daninhas, plantas indesejáveis que surgem no interior da lavoura”.

Remi Bastos e demais técnicos da Cohidro têm alertado os produtores irrigantes através de palestras, cursos e por ocasião de suas visitas aos lotes, da necessidade do agricultor ter consciência quanto ao uso dos defensivos químicos. “Só aplicar o produto de forma segura e com base nas informações contidas na receita agronômica. Desta forma podemos controlar o emprego de agrotóxicos de alta toxidade (faixa vermelha e amarela), ou seja, extremamente e altamente tóxicos, bem como evitar o seu uso indiscriminado, dando prioridade para os de faixa azul e verde”, enfatiza.

Cartilha

Com base no princípio do receituário agronômico, Remi Bastos fez um levantamento das principais ocorrências fitossanitárias que atacam as culturas nos lotes irrigados. A partir de suas visitas constantes aos perímetros e coletando amostragens, ele identificou as pragas e doenças de importância econômica, facilitando assim a emissão das receitas pela Companhia. Tanto que desta pesquisa do agrônomo surgiu a cartilha “Racionalização do Uso de Agrotóxicos”, publicada pela Cohidro em 2011.

“Além de determinar níveis seguros de dosagens e regularidade de aplicação, a cartilha dispõe de uma lista de produtos no mercado, recomendados no controle das principais pragas e doenças que afligem as olerícolas e fruteiras tropicais nos perímetros irrigados assistidos pela Cohidro. Ademais, sempre procurei dar preferência àqueles agrotóxicos que apresentem o menor grau de toxidade, com o objetivo de diminuir o impacto gerado por cada um desses produtos”, expõe o agrônomo Remi, autor da publicação.

Descarte de embalagens

O diretor de irrigação da Cohidro, engenheiro agrônomo João Quintiliano da Fonseca, explica que a emissão da receita faz parte da prestação dos serviços de assistência técnica a todos os irrigantes dos perímetros administrados pela Empresa, na qual os agricultores também são orientados quanto ao destino final das embalagens vazias de agrotóxicos. “Todas as embalagens devem passar pelo processo da tríplice lavagem e a água dessa lavagem é colocada no pulverizador e utilizada no controle de pragas e ou doenças, evitando com isso o desperdício do produto e respeitando o meio Ambiente”.

João ainda revela que a lei obriga às lojas que comercializam agrotóxicos a assumirem a responsabilidade do recolhimento das embalagens vazias. “Em nosso Estado, Essas embalagens são encaminhadas à Central de Recebimento de Embalagens Vazias de Agrotóxicos, localizada no município de Ribeirópolis. A Central é mantida pela Associação dos Revendedores de agrotóxicos do Estado de Sergipe (Ardase)”, esclarece o diretor.

O presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, defende que é preciso empenhar os esforços da Companhia na racionalização do uso de defensivos industriais, pensando na qualidade dos produtos agrícolas e na saúde das famílias envolvidas nos cultivos. “No Governo de Sergipe, almejamos reduzir os índices de contaminação por agrotóxicos. Para isso, há tanto o empenho em orientar o uso consciente e regulado dessas substâncias como também oferecemos a oportunidade, aos nossos irrigantes, de trocarem o método de agricultura convencional, com defensivos químicos, pelo agroecológico, gerando assim alimentos orgânicos e livres de contaminação”.

[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text] [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Comments are closed.