Governo do Estado viabiliza R$ 460 mil em linhas de crédito para agricultores
A Companhia de Desenvolvimento de recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) auxilia agricultores alocados nos perímetros irrigados da Companhia no acesso às linhas de crédito oferecidas pelos bancos estatais. Em 2012, a Empresa viabilizou a concessão de R$ 460 mil em forma de financiamento aos produtores. No mesmo ano, a Cohidro prestou 155 assistências, auxiliando em uma das etapas dos pedidos de empréstimos e renegociação de dívidas, beneficiando ou resguardando o emprego direto de 465 pessoas na zona rural.
Como critério principal para concessão de benefícios, em condições facilitadas de pagamento e juros mais baixos para agricultores familiares, é exigido que ele esteja enquadrado às normas do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). É regra, por exemplo, que o produtor não possua propriedade rural maior do que quatro módulo fiscais, tenha 70% da renda familiar obtida através de atividade agropecuária e só mantenha até dois empregados assalariados. Todos estes pré-requisitos concedem a ele a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), renovada anualmente e que também concede, ao agricultor, o direito de comercializar sua produção pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
Outras linhas de crédito obtidas junto ao Banco do Nordeste (BNB), destinadas aos agricultores não enquadrados ao Pronaf também existem, sejam oriundas dos Recursos Internos do Banco (Recin) ou do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE). Propriedades rurais localizadas na região do Semiárido tem juros menores nessas modalidades de empréstimos, graças às medidas de combate a seca do Governo Federal.
Investimento e custeio agrícola
Existem duas modalidades de crédito rural, o investimento e o custeio agrícola, como explica o engenheiro agrônomo, Arício Resende Silva, que é o assessor de crédito rural na Cohidro. “Quando o financiamento se destina a iniciar uma nova atividade agrícola, que exija investimentos maiores, como construções de benfeitorias ou compra de equipamentos, trata-se de um investimento agrícola, que requer um minucioso estudo da viabilidade do novo negócio rural que o produtor pretende implantar. Desse estudo é elaborado o projeto, trabalho que nos perímetros irrigados é feito pela nossa equipe”, revela.
O valor do custeio dos tratos culturais da lavoura também pode estar inserido no projeto de investimento, mas quando o agricultor necessita desse apoio para dar continuidade a uma lavoura já implementada, existe também a modalidade específica. “Geralmente o crédito de custeio é para compra de novas sementes, insumos, preparação da terra e contratação de pessoal para auxiliar o agricultor familiar na lida com a plantação. Todo laudo técnico de como proceder nessa plantação é feito pela Cohidro e encaminhado ao banco para que seja aprovado”, afirma Arício, reiterando que é só a partir da confecção do projeto, elaborado por um engenheiro agrônomo é que será concedido o financiamento em ambas as modalidades.
No ano passado, foram concedidos para os irrigantes da Cohidro, a partir do assessoramento dos técnicos da Empresa, 9 financiamentos de investimento agrícola, somando R$ 75.500, captados junto ao Banco do Brasil (BB), Banco do Nordeste (BNB) e Banese. Já o custeio agrícola foi concedido a 33 agricultores assistidos pela Companhia, onde R$ 225.000 foram investidos na continuidade de cultivos irrigados, ao todo beneficiando 230 integrantes de famílias que vivem da agricultura.
Autorização de Elaboração de projetos
Além dos 42 irrigantes em que a concessão de crédito foi toda elaborada pela equipe da Cohidro, a Companhia ainda atuou fornecendo a autorização para elaboração de projetos para outros 33 produtores nos perímetros irrigados em 2012, somando R$ 158.666,94 em financiamentos.
Nestes casos, instituições de planejamento independentes – com ou sem fim lucrativos – elaboram o projeto para os produtores, mas necessitam do aval da Companhia para que a instituição financeira libere o empréstimo, já que há tanto áreas de comodato, onde a terra pertence ao Estado, como também é necessária a garantia da Empresa de que a água de irrigação será fornecida à lavoura a ser custeada.
Perímetro Califórnia
A irrigante Maria Monteiro da Silva, assentada há 15 anos no Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé do São Francisco, foi um das agricultoras que captaram o crédito agrícola com o projeto elaborado pela Cohidro no ano passado. Ela financiou R$ 7 mil, dinheiro retirado no mês de maio para custeio do seu cultivo de goiaba. Ela acredita que com a colheita de 2013 consiga quitar o empréstimo, feito junto ao BB com recursos do Pronaf.
“Gostei demais do apoio dado pela Cohidro, porque é muito importante esta ajuda que o crédito rural nos dá, sem ele a gente não consegue pagar todo custo que temos para manter a plantação e fazer a colheita”, conta Maria Monteiro. Ela já tinha obtido dois outros financiamentos anteriores junto ao Banese, um para o custeio de sua lavoura de 1 hectare de milho e outro para investimento de uma nova plantação de banana, a qual mantém produtiva, com suas cerca de 600 bananeiras renovadas ano a ano, com os brotos da planta mãe, eliminada após a colheita do cacho.
Batata-Doce
Sendo o plantio de batata-doce o de maior predominância no Perímetro Irrigado Jacarecica I (Pejac I) da Cohidro, em Itabaiana, boa parte dos irrigantes busca no crédito rural o dinheiro para o custeio da adubação e preparo da terra, além da contratação temporária de mão de obra para a colheita. Graças a este apoio, que o financiamento dá por meio do Pronaf, em 2012 foram colhidas 3200 toneladas do produto no Pejac I, gerando um faturamento bruto de R$ 2.560.000, dividido entre os irrigantes que optam pelo cultivo.
Das 126 famílias assentadas nos lotes que compreendem o Pejac I, quase a totalidade planta a batata-doce. Uma delas é a do agricultor Silvio Mendonça de Jesus. Desde o ano de 2000 ele opta por fazer o empréstimo para o custeio do preparo da terra, plantio, suplementos e da colheita de sua produção. No ano passado ele captou, junto ao BB, R$ 5.500 pelo Pronaf. Com seis meses para quitar o débito, o irrigante diz que conseguiria pagar antes, já que todo processo do cultivo da planta leva 3 meses.
“Da Cohidro não tenho o que reclamar, sempre que preciso de algum documento para apresentar ao banco sou atendido. Renovo o financiamento a cada safra, já são 12 anos. É o mesmo projeto, mas a cada renovação me pedem para fazer a análise do solo e da qualidade da água, mas este papel a Cohidro sempre me fornece”, explica Silvio, lembrando que também é necessário estar sempre com a DAP regularizada, para tanto captar o crédito como para comercializar os produtos com os programas federais.
O também irrigante do Pejac I, Pedro Pereira da Silva, da mesma forma solicitou em 2012 o crédito rural de R$ 5.500, para o plantio de seus pouco mais de 2 hectares de batata-doce, mas seu financiamento é feito pelo BNB. Renovando o financiamento a vários anos consecutivos, ele conta que a atenção dada pela Companhia para aprovação do projeto é fundamental. “Da parte da Cohidro está tudo OK. Só o banco que impõe certas dificuldades. Mas até entendo, acho que é por causa da inadimplência de alguns outros produtores que eles são mais exigentes”, desabafa.
Renegociação de dívidas
Nos casos em que o irrigante junto a Cohidro esteja inadimplente com a quitação dos débitos adquiridos com o crédito rural, a Companhia também auxilia o agricultor, fazendo a ponte entre as instituições financeiras e aqueles que não conseguiram pagar seus empréstimos. Só em 2012, foram 20 os casos em que a Empresa atuou – junto ao BNB – para regularizar a situação dos produtores assistidos e que captaram dívidas nos anos anteriores.
Segundo o agrônomo Arício Resende, a inadimplência é uma exceção. Na maioria dos casos, o produtor quita as dívidas e ainda obtém lucro com o aprimoramento de sua produção. “A ideia do financiamento é que o produtor invista em seu próprio negócio, e com o resultado financeiro, pague o banco e obtenha lucro entre 30% e 40%. Se tiver os devidos cuidados, com a assistência técnica e a água de irrigação da Cohidro – de graça – não há chances de prejuízo. A dica é ter planejamento”, revela o especialista.
Para Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, o apoio do crédito rural é peça fundamental dentre as políticas públicas governamentais. “Se o Governo do Estado dá a água, assistência técnica e ainda provêm terras para plantar, o apoio dos bancos – assegurados pelos fundos do Governo Federal – entram como a injeção de crédito necessária para impulsionar os projetos. Nos perímetros, a Companhia assegura que todo irrigante tenha acesso aos financiamentos que tem direito, dando mais essa contribuição para a agricultura familiar prosperar”.
[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]- Governo do Estado viabiliza R$ 460 mil em linhas de crédito para agricultores – O agricultor Silvio Mendonça de Jesus/ Foto: Ascom/ Cohidro