Governador Marcelo Déda visita obras da ponte sobre o rio Piauí

* Matéria atualizada às 19h08 desta sexta-feira, 14/05.

O governador Marcelo Déda convidou a imprensa sergipana no final da manhã desta sexta-feira, 14, para conferir, de perto, o andamento das obras da ponte Gilberto Amado, sobre o rio Piauí, que ligará o município de Estância a Indiaroba. A ponte é um marco significativo e interligará plenamente o litoral sul sergipano ao Estado da Bahia, beneficiando diretamente a população e abrindo as janelas para o desenvolvimento turístico. Entre recursos estaduais e federais, estão sendo investidos aproximadamente R$ 106 milhões.

De acordo com Marcelo Déda, levar a imprensa local para visitar o canteiro de obra é a forma mais contundente e honesta de externar à sociedade sergipana a magnitude desta edificação, que é considerada a maior em construção no Norte e Nordeste. “A importância de trazer vocês da imprensa para ver o andamento da construção da ponte é para mostrar que nós não estamos tratando de uma obra pequena, ela é grande e está a todo vapor pela dimensão que já alcançou. É um investimento estratégico e estruturante, fundamental para o litoral sul, o turismo, e para a integração do estado”.

Ainda segundo o governador, a interligação do litoral sul sergipano é de fundamental importância para fazer de Aracaju uma sede de treinamento para uma das seleções que vier treinar em Salvador durante a Copa do Mundo de 2014. “É o Governo do Estado se antecipando para a Copa de 2014 que será, sem dúvida, o evento mais importante na história do turismo brasileiro, e nós não poderemos ficar fora dessa”, enfatizou.

Déda reiterou ainda que o Estado não se limitou a investir apenas nas pontes, mas em toda a infraestrutura que as circundam. “Inauguramos a ponte Joel Silveira, mas imediatamente aplicamos R$ 6 milhões na pavimentação e na infraestrutura urbana do povoado Caueira. No momento em que estou trazendo vocês para conhecer como está a ponte Gilberto Amado, posso assegurar que tanto em Indiaroba, quanto em Santa Luiza do Itanhi, nós já estamos realizando investimentos de infraestrutura turística. A ideia é que quando os turistas atravessarem essa ponte, possam também conhecer as belezas, a culinária e o artesanato dessa região”, acrescentou.

Para o prefeito de Indiaroba, João Eduardo, os benefícios da ponte não ficarão restritos a Indiaroba e Estância, mas ultrapassarão as fronteiras para levar o progresso para todo o estado. “Com essa ponte, os turistas irão passar por aqui em maior número, então, não é uma obra que é boa apenas para estes dois municípios, é fundamental para todo o Estado de Sergipe”, afirmou.

Opinião da imprensa

Dezenas de assessores e jornalistas compareceram à visita às obras. Eles puderam ver ‘in loco’ o andamento da construção da ponte. Para Gabriel Damásio, repórter da emissora de rádio Liberdade AM, levar o jornalista para ver de perto a construção é bastante expressivo. “Com essa visita, temos a capacidade de conhecer uma obra importante como esta que tem muitas repercussões. Até mesmo saber se as cidades estão preparadas para receber os impactos e os ganhos. É um contato super interessante e enriquece o nosso trabalho como repórter”, frisou.

Para Marcos Couto, repórter da emissora de rádio Ilha FM, quando os jornalistas estão presentes em determinados eventos governamentais, as informações ganham qualidade. “É muito importante presenciar obras como esta, porque temos uma visão das ações do governo na prática. Com essa visita, tiramos a prova dos nove”, disse.

Construção a todo vapor

A construção da ponte sobre o rio Piauí, que vai ligar Porto do Cavalo, em Estância, a Terra Caída, em Indiaroba, avança dentro do ritmo planejado pelo Governo do Estado, atendendo ao cronograma físico-financeiro. São 450 homens trabalhando e das 160 estacas que serão colocadas, 53 já foram cravadas do lado de Terra Caída, além de nove blocos, cinco pilares e travessas, 21 vigas, 412 pré-lajes e 328 lajes de passeio. Quando concluída, a ponte terá mais de 1,7 quilômetros de extensão, duas pistas de rolamento, acostamento de 1,5 metros de cada lado, corrimão e divisor de vias, totalizando 14,2 metros de largura. A inauguração está prevista para agosto de 2011.

 Outra obra

Ao lado da construção da ponte Gilberto Amado, concluindo o projeto de interligar o litoral sul do Estado, o Governo de Sergipe realiza a implantação e pavimentação da Rodovia que liga o povoado Convento ao povoado Pontal, em Indiaroba. Com mais de 8 km de extensão e 10 metros de largura, os investimento nesta obra aproximam-se da marca de R$ 7 milhões.

Quem foi Gilberto Amado

Jornalista, político, diplomata, poeta, ensaísta, cronista, romancista, memorialista e jurisconsulto, o sergipano Gilberto Amado nasceu em Estância, em 7 de maio de 1887. Foi um dos mais prolíficos e célebres integrantes de uma família de escritores, dentre os quais seu primo baiano, Jorge Amado, seria o mais consagrado. Após realizar os estudos primários em Itaporanga e estudar Farmácia na Bahia, diplomou-se pela Faculdade de Direito do Recife.

Em 1910, Amado transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde iniciou sua colaboração na imprensa por meio de estudos para o Jornal do Commercio. Foi, por Sergipe, eleito deputado federal (1915) e Senador (1926). Por volta do início da década de 30, voltou ao magistério superior na Faculdade Nacional de Direito do Distrito Federal e iniciou fase de grande produção intelectual. Em sua homenagem, a Comissão de Direito Internacional criou a “Amado Lectures”, que anualmente é proferida por um especialista em direito internacional.

Por volta de 1931, Gilberto Amado chamou a atenção do país para problemas de direito político, a exemplo dos sistemas representativos, da representação proporcional e do sufrágio universal. A advertência repercutiu com mais veemência entre os então vitoriosos revolucionários de 30. Em 1934, foi nomeado consultor jurídico do Ministério das Relações Exteriores. Logo em seguida, passou a embaixador, cargo que exerceu no Chile, na Finlândia, na Itália e na Suíça. No ano de 1941, Amado surgiu como romancista por meio da obra ‘Inocentes e culpados’.

A partir de 1948, o sergipano foi membro e muitas vezes presidente da Comissão de Direitos Internacionais da ONU. O Anuário das Nações Unidas registra diversos trabalhos de sua autoria, tais como ‘Direitos e deveres dos Estados’, ‘Definição da agressão’, ‘Processo arbitral’ e ‘Reservas às Convenções multilaterais’, dentre várias outras. Por conta de suas atribuições no exterior, realizava raras mas periódicas vindas ao Brasil, fazendo quase sempre coincidir sua permanência no Rio com o lançamento de uma nova obra de sua autoria.

Em 1954, Amado iniciou a publicação de suas memórias com ‘Histórias da minha infância’, a que se seguiram mais quatro volumes. Em 1963, o sergipano foi eleito para a cadeira número 26 da Academia Brasileira de Letras, sucedendo a Ribeiro Couto. Faleceu no Rio de Janeiro a 27 de agosto de 1969.