[vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]“Ler bons livros é capacitar-se para ler a vida”. A frase, da escritora e ilustradora de livros Rita Foelker, especialista em obras de cunho educacional e dirigidas ao público infantil, pode ainda ser desconhecida pelos alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Presidente Juscelino Kubitschek. Mas a leitura de importantes obras, seguramente, desde o primeiro semestre, já faz parte da rotina dos estudantes da 1ª a 8ª séries da instituição, localizada no bairro Coroa do Meio, ajudando a transformar a realidade de toda a comunidade.

Basta uma visita à biblioteca da escola para entender porque a leitura ganhou um novo significado para a turma. Por todas as prateleiras, são inúmeras obras didáticas e para-didáticas à disposição dos alunos, fruto de uma doação feita à escola municipal pelo Colégio do Salvador, ocorrida depois que a diretoria da Juscelino Kubitschek fez a proposta à escola particular para obter livros usados, através do Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE), um programa do Governo Federal, realizado em parceria com o Ministério da Educação (MEC) e com o apoio da Secretaria Municipal da Educação (Semed).

Segundo o coordenador geral da escola municipal, o professor José Ítalo Augusto Correia, a doação de quase mil livros novos ou em bom estado de conservação oxigenou a biblioteca da instituição e possibilitou aos alunos entrarem em contato de forma mais fácil com o mundo do conhecimento e aumentar o prazer pela leitura.

“É claro que toda mudança em educação é um processo lento, em que é necessário mais tempo para que os resultados comecem a aparecer. Mas já é visível a animação de todos, que passaram a freqüentar a biblioteca com mais freqüência ou pegando obras para ler em casa também”, explica.

Ainda de acordo com Ítalo, a chegada de novos títulos possibilitou que os estudantes tenham agora à disposição mais gêneros literários, o que é pedagogicamente saudável, já que nesta faixa etária os alunos ainda buscam se identificar com os variados tipos de leitura. O sucesso do projeto, inclusive, motiva o coordenador a tentar estender a parceria a outras escolas particulares, para ampliar o acervo da biblioteca.

“Os alunos precisam ter contato com o máximo de livros que puderem. Só assim eles vão identificar o tipo de leitura que mais gostam e então se motivarem a continuar lendo cada vez mais. Tem estudante, por exemplo, que gosta mais de romance, outros de aventura ou ficção. Nossa intenção agora é fazer com que novas escolas passem a contribuir conosco, despertando cada vez mais o gosto pela leitura entre nossos jovens”, informa.

Um mundo novo

Amistrong dos Santos, 15 anos, aluno da 8ª série, é um dos que passou a visitar a biblioteca mais vezes por semana. Aliás, ir à biblioteca. É que ele confessa que o pequeno e antigo acervo de livros não o motivava a procurar o local, nem mesmo na hora de pesquisar assuntos para trabalhos da classe.

“Antes, não vinha muito aqui. Mas a chegada dos novos livros e o incentivo dos nossos professores mudou meu pensamento. Agora, passo aqui quase todos os dias na hora do intervalo. Ou, então, levo algum livro para ler em casa”, explica Amistrong, que adora os livros de aventura e se mostra fã da “A ilha do tesouro” e “O tio que flutuava”.

A mudança se estendeu à família. Amistrong diz que leva também alguns livros para os quatro irmãos mais novos e que todos estão gostando muito da possibilidade de ter acesso de forma mais fácil às obras. “Acho até que aprendi a ler mais e escrever melhor”, salienta.

Já Raquel Santos, de 14 anos, estudante da 7ª série, comemora o fato de não precisar se deslocar para a biblioteca da Treze de Julho para conseguir livros de romance ou mesmo os de sala de aula, para realizar os trabalhos escolares. “Antes eu tinha que pagar ônibus e perder um tempão para ir e voltar. Agora, tenho tudo pertinho na escola”, festeja Raquel, que desde a ampliação da biblioteca já leu “O Santinho”, “A bailarina”, “Sinhá Moça” e que também leva livros para casa, onde divide a leitura com a irmã, estudante da 5ª série.

O clássico “Sinhá Moça” despertou também a curiosidade de Mirian Oliveira, 13 anos, estudante da 7ª série. A aluna diz abertamente que não gostava de ler, mas que os livros doados exerceram sobre ela uma curiosidade tão grande que foi impossível continuar alheia ao mundo da leitura. “Fui descobrindo novas histórias e ficando cada vez mais interessada. Acho que já li uns três livros só de romance, além daqueles que os professores mandam pesquisar para fazer os trabalhos”, observa.

Os livros de poesia são a paixão da estudante Verônica Costa Santos, de 12 anos, hoje na 6ª série. Verônica, que já experimenta a construção de alguns versos em seus cadernos, vê ampliado o leque de modelos e autores, o que a faz entender cada vez mais sobre o assunto. “Com a ajuda dos professores em sala de aula, tenho descoberto livros muito bons”, informa Verônica, que recentemente leu “As aventuras de Ripió Lacraia” e “O rei de Ramos”.

O atual acervo da biblioteca tem de tudo um pouco. Além dos livros para-didáticos, dicionários e atlas, há livros da séries “Vaga-Lume” e “Para gostar de ler”, passando por clássicos como “O Guarani”, de José Alencar, “Dom Casmurro”, de Machado de Assis, “O Atheneu”, de Raul Pompéia ou “Triste fim de Policarpo Quaresma”, de Lima Barreto. Não vai faltar, portanto, boa leitura.

Entenda o PDE

Para aperfeiçoar a gestão da escola pública e melhorar a qualidade de ensino, o Fundo de Fortalecimento da Escola (Fundescola) estimula a elaboração do Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE). Ao elaborar o PDE, a escola realiza um diagnóstico de sua situação, identificando, a partir dessa análise, seus valores e definindo sua visão de futuro e missão, bem como traçando objetivos, estratégias, metas e planos de ação a serem alcançados a longo, médio e curto prazos, respectivamente.

Recebem recursos financeiros e apoio técnico para elaborar o PDE as escolas que tenham a partir de 100 alunos, organizem unidades executoras, disponham de condições mínimas de funcionamento e possuam liderança forte. As metas e ações consideradas essenciais para a melhoria da aprendizagem dos alunos e que poderão ser financiadas pelo Fundescola deverão ser descritas no Projeto de Melhoria da Escola (PME).[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Comments are closed.