Falta de planejamento em gestões anteriores causa perda de medicamentos
O secretário de Estado da Saúde, Rogério Carvalho, esclareceu na manhã desta terça-feira, 18, em entrevista coletiva à imprensa, concedida no auditório da Secretaria, todas as medidas que o Estado adotou para evitar o desabastecimento de medicamentos e materiais médico-hospitalares nas unidades de saúde. Na oportunidade, o secretário confirmou que o Governo do Estado terá de incinerar uma grande quantidade de medicamentos vencidos encontrados por causa da falta de planejamento das administrações anteriores.
Durante a entrevista, Rogério Carvalho também detalhou todos os contratos emergenciais que foram realizados pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) para garantir a continuidade dos serviços prestados pela administração estadual. Em 2007, o Governo do Estado economizou mais de R$ 19 milhões nos contratos de gestão dos hospitais sergipanos.
"A quantidade de medicamentos vencidos é suficiente para encher um caminhão baú", afirmou o secretário, acrescentando que o material está no Almoxarifado Central (Alcen) da Secretaria aguardando procedimentos legais para a incineração. "Como o forno do Estado está quebrado e o custo do conserto é inviável, entramos em contato com a fábrica de cimentos Nassau para incinerar os medicamentos. Agora, a Administração Estadual do Meio Ambiente está avaliando o impacto ambiental disso", explicou Rogério.
De acordo com o secretário, a ausência de dados de consumo médio, especificação inadequada dos produtos, falta de controle de entrada e saída de materiais do almoxarifado são as principais causas da grave situação que a Secretaria de Saúde encontrou.
"São medicamentos oncológicos, caros, e outros de uso geral, como antibióticos e antiinflamatórios, todos vencidos pela falta de planejamento e organização do estoque. No Alcen, por exemplo, até o ano passado os medicamentos que chegavam eram sobrepostos aos que já estavam armazenados e, conseqüentemente, consumidos primeiro", disse Rogério.
Situação grave
Para exemplificar a gravidade da falta de planejamento na aquisição de medicamentos e material médico-hospitalar, o secretário destacou o cancelamento da compra de ampolas de Tenecteplase 40mg. "Havia um processo de compra para 500 ampolas deste medicamento, cujo consumo estava programado para um semestre. Hoje, sabemos que a média de consumo é de 12 ampolas por ano, ou seja, a quantidade seria suficiente para 30 anos", frisou Rogério. Além de evitar o desperdício, o custo da compra caiu de R$ 1,825 milhão para R$ 87 mil, uma economia superior a R$ 1,7 milhão.
"Outro problema grave que encontramos foram Pregões para medicamentos previstos para 12 meses, mas as estimativas previstas para alguns itens não duravam mais que três meses. Alguns Registros de Preço também não eram suficientes para atender às demandas do ano de 2007", comentou Rogério Carvalho. Ele acrescentou que a falta de registro dos equipamentos existentes nas unidades, bem como a manutenção irregular e informal dos que existiam, também trouxe transtornos e ameaçou a continuidade dos serviços.
Soluções
O Governo do Estado vem se empenhando para reverter a situação que encontrou, sem comprometer a garantia de serviços aos cidadãos. "Essa não é uma tarefa fácil, mas a equipe da SES vem fazendo um grande esforço para não deixar a população desassistida. Aos poucos, nós estamos ganhando autonomia para corrigir esse grave problema. Para isso, precisamos montar uma série histórica de abastecimento, o que só se constitui ao longo do tempo. Estamos tomando conhecimento do consumo médio regular para, a partir daí, fazer o gerenciamento adequado do estoque", reforçou o secretário.
"É um ponto importante nesse processo, que requer investimentos em infra-estrutura e profissionais capacitados", afirmou o secretário, ao apresentar fotos do Almoxarifado no início do ano, que mostram como foi deixado pelo governo anterior, e fotos atuais, depois das mudanças.
Também participaram da entrevista coletiva a secretária-adjunta da Saúde, Mônica Sampaio, e o coordenador de Logística da SES, Fernando Monteiro.
[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]- Falta de planejamento em gestões anteriores causa perda de medicamentos – Foto: Márcio Garcez/Saúde