Exploração sexual pode afetar até 500 mil crianças no Brasil
No texto, Juan Miguel Petit, relator da ONU para o Tráfico de Crianças, Prostituição e Pornografia Infantis, aponta a existência de 241 rotas de tráfico – marinha, aérea e terrestre. Petit visitou cidades como Brasília, Belém, Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro e declarou que testemunhou “horrores” durante as vistorias.
Segundo o relatório, de 100 mil a 500 mil crianças são exploradas sexualmente no Brasil. Entre os fatores apontados para esse cenário estão a pobreza, a violência vinculada a desigualdades sociais, o crime organizado e a lentidão na implementação das medidas previstas no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).
Impunidade
Para a senadora Patrícia Saboya Gomes (PPS-CE), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga a exploração sexual de crianças e adolescentes, a maior dificuldade no combate ao problema está na impunidade.
Segundo Saboya, é fundamental compreender que a exploração ocorre porque há uma conjuntura favorecendo. “É a miséria ligada às relações de poder, com apoio da cultura do silêncio”, define.
Em seis meses de trabalho, a comissão já reuniu denúncias de violência e exploração sexual envolvendo políticos, magistrados, religiosos e atletas.
Equilíbrio
O governo brasileiro classificou como “equilibrado” o estudo elaborado pela ONU. “O relatório é equilibrado, na medida em que aponta deficiências do sistema de proteção dos direitos da criança e do adolescente, mas reconhece os esforços e as ações do governo no sentido de corrigir tais deficiências”, declarou em nota o secretário especial de Direitos Humanos, Nilmário Miranda. No relatório, Petit declara que o Brasil está passando por uma reforma e que a situação melhorou desde 1992, quando foi realizada a primeira missão da ONU para tratar desse tema.
Fonte: Rede Andi (Agência de Notícias dos Direitos da Infância)[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text] [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]