Estratégia Nacional de Promoção da Alimentação Saudável é tema de oficina
Profissionais de saúde vinculados à Estratégia de Saúde da Família (ESF) de seis municípios sergipanos participam desde a última terça-feira, 24, até a quinta-feira, 26, no Hotel Parque das Águas, em Aracaju, da I Oficina para a Formação de Tutores na Estratégia Nacional de Promoção da Alimentação Complementar Saudável (ENPACS), implementada em todo o país pelo Ministério da Saúde (MS). O evento em Sergipe é promovido pela Coordenadoria de Atenção Básica, vinculada à Diretoria de Atenção Integral à Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SES).
Segundo Sandro Assumpção, gestor da Atenção Básica da Área Técnica de Alimentação e Nutrição da SES, 24 profissionais, entre enfermeiros, nutricionistas e assistentes sociais dos municípios de Aracaju, Estância, Itabaiana, Tobias Barreto, Nossa Senhora da Glória e Lagarto participam da oficina, organizada em nível nacional pela coordenação geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, em parceria com a Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar (IBFAN).
De acordo com o gestor da SES, o objetivo central da oficina é a formação de tutores na Estratégica Nacional de Promoção da Alimentação Complementar Saudável, capacitando-os a multiplicarem as informações sobre hábitos alimentares mais saudáveis, principalmente entre as crianças menores de dois anos. “Sabemos que a alimentação hoje em dia não é a mais adequada, pois nossas crianças convivem com a desnutrição infantil e, além disso, há hoje um problema sério, que é o do sobrepeso, causado pelo excesso de consumo das comidas industrializadas”, justificou.
Por isso, segundo Sandro Assumpção, a ideia de realizar em Sergipe essa oficina, a primeira de várias que serão desenvolvidas ao longo do ano. “A intenção da oficina é a formação de tutores na estratégia nacional para a alimentação complementar saudável, para que eles façam a replicação dessas informações em todos os municípios sergipanos, e resgatar a alimentação tradicional, com o aproveitamento dos alimentos da região nordeste, visando a estimular hábitos saudáveis nas crianças de seis meses aos dois anos de idade”, disse. Além dos profissionais sergipanos, também participa da oficina uma representante do Ministério da Saúde de Moçambique, na África.
Hipovitaminose A
Ao explicar as linhas gerais da Enpacs, Gisele Bortolini, técnica da Área de Alimentação e Nutrição do MS e uma das ministrantes da capacitação, ressaltou que o governo federal, ao idealizar a Estratégia Nacional, levou em conta vários fatores. Um deles, o cenário de nutrição das crianças brasileiras. “Às vezes, numa mesma região, num mesmo estado, você encontra crianças com baixo peso e outras com excesso de peso e deficiências nutrientes. A prevalência de crianças com anemia é elevada no país”, afirmou.
Ela lembrou que muitas doenças e problemas nutricionais entre as crianças menores de dois anos, como a hipovitaminose A (deficiência de vitamina A, que pode causar cegueira noturna e até a cegueira irreversível) estão relacionados aos hábitos alimentares absorvidos nesse período e que geralmente são cultivados para o resto da vida. “O que ela come nesse período vai passar o resto da vida comendo. Então, se nós conseguirmos evitar que consuma refrigerante, biscoito recheado e salgadinhos, com certeza essa criança será uma pessoa mais saudável na fase adulta”, ressaltou, lembrando que hábitos alimentares das crianças são formados nos três primeiros anos de idade.
Gisele Bortolini lembrou que, atualmente, 50% da população brasileira tem excesso de peso, conseqüência direta do consumo cada vez maior de produtos industrializados e do processo mundial de globalização, que acaba interferindo diretamente na prática de hábitos alimentares mais saudáveis.
“A ideia da Estratégia Nacional de Promoção da Alimentação Complementar é também valorizar os alimentos regionais. O que acontece muito é que as famílias estão deixando de comer os alimentos da região, riquíssimos em vitaminas e minerais, para consumir aqueles mais globalizados. O objetivo então é resgatar junto a esses profissionais quais os alimentos típicos de cada região, orientando as mães, por exemplo, a observarem que aquele alimento, às vezes encontrado no quintal da casa dela, é rico em nutrientes e que ela pode utilizá-lo”, concluiu.
[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]- Estratégia Nacional de Promoção da Alimentação Saudável é tema de oficina – Fotos: Fabiana Costa/SES