Estado lança campanha pelo fim da violência contra as mulheres

A Secretaria de Estado da Inclusão, Assistência e do Desenvolvimento Social (Seides), através da Coordenadoria Estadual de Políticas Públicas para as Mulheres (CPPM), lançou oficialmente na tarde desta terça-feira, 23, a campanha ‘16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra as Mulheres’ na Assembléia Legislativa Estadual. A mobilização reflete a luta educativa pela erradicação da violência contra a mulher e pela garantia dos direitos humanos.

Com o slogan ‘Tecendo Redes e Fortificando Laços’, a edição 2010 da Campanha 16 Dias de Ativismo acontece até o dia 10 de dezembro para dar visibilidade às diferentes formas de enfrentar os vários tipos de violência ainda presentes no cotidiano de muitas mulheres e sensibilizar a sociedade e o poder público, além de estimular o comprometimento de todos os atores sociais com a causa.

De acordo com a coordenadora estadual da CPPM, Neusa Malheiros, a campanha acontece anualmente em todo o Brasil. “Desde 2007 Sergipe realiza essa campanha e percebe a importância de implantar uma rede de serviços para o enfrentamento da violência contra a mulher. Não basta a mulher denunciar, é preciso oferecer todo um suporte técnico especializado para aprimorar o atendimento à vítima. Exemplos disso são a ampliação do acesso à justiça, à Defensoria Pública, aos setores da saúde e assistência, dentre outros”, explicou.

Segundo a coordenadora, esta edição da campanha dará atenção especial aos homens, que serão estimulados a enfrentar a violência através da conscientização sobre o plano de erradicação da violência e da campanha do ‘Laço Branco’(www.lacobranco.org.br), que acontece no próximo dia 6 de dezembro. Com a distribuição de fitas brancas que simbolizam o fim das agressões às mulheres, os homens serão convidados a se engajar na luta.

“Estamos ampliando as capacitações dos profissionais que atuam nos Creas [Centro de Referência Especializado em Assistência Social] e nas áreas de saúde e educação. O foco desta campanha é chamar a atenção para a consolidação de mais serviços no Estado e de sensibilização da sociedade no combate à violência, inclusive com atividades voltadas especialmente para o público masculino”, ressaltou.

Pacto Nacional

A secretária-adjunta da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres do Governo Federal (SPM), Teresa Cristina Nascimento, reafirmou o Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres como a iniciativa viável para a prevenção e exercício da cidadania, enfatizando a participação da sociedade civil e setores governamentais. Segundo ela, os estados do Nordeste, inclusive Sergipe, devem priorizar o fortalecimento do trabalho em rede como uma política pública social.

“Essa é uma luta travada de muitos anos. Por isso, a Campanha 16 dias de Ativismo representa um pouco do muito que ainda temos para conquistar. O momento serve para estimular as pessoas a aprederem sobre o combate à violência. Embora tais direitos já sejam reconhecidos pelo poder público, a sociedade civil precisa ser mais bem informada sobre a reprodução de todos os tipos de violência contra mulher. Viver sem violência é um direito humano fundamental”, ressaltou.

Para a delegada da mulher do Departamento de Atenção aos Grupos Vulneráveis, Renata Aboim, o combate à violência contra a mulher precisa de campanhas extensas e educativas para atingir todas as camadas da sociedade. “O momento para discussões é bastante oportuno, por isso precisamos nos ater a importância do atendimento especializado. Na Delegacia da Mulher, por exemplo, a vítima que presta queixa por quaisquer tipos de violência é avaliada em seu contexto e acolhida da melhor maneira possível, com atendimento diferenciado”, afirmou.

Presenças

Participaram do evento os movimentos sociais, parlamentares, Secretarias Estaduais e Municipais, Coordenadorias Municipais de Políticas para as Mulheres e Conselhos Municipais dos Direitos das Mulheres. Até o final da campanha a CPPM e as coordenadorias municipais irão realizar diversas atividades que incluem desde panfletagens até debates, palestras e caminhadas de mobilização social. Veja a programação completa aqui.