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A Secretaria de Estado da Saúde (SES) iniciou nesta quinta-feira, 24, o processo de formulação da política estadual de assistência às pessoas com doença falciforme e outras hemoglobinopatias (alterações genéticas). Durante todo o dia, coordenadores e técnicos da Atenção Básica, Especializada, Hospitalar, do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) e de outras áreas da Secretaria estiveram reunidos numa oficina ministrada pela consultora Silma Melo, da Coordenação da Política Nacional de Sangue e Hemoderivados.

"Este é o primeiro passo para a construção da nossa política de atenção aos pacientes falciformes, doença hereditária e freqüente na população negra. A partir da realização desta oficina, identificaremos o papel de cada área e montaremos um grupo de trabalho para dar continuidade ao processo. Nossa meta é institucionalizar esse direito", afirmou Marina Manzano, coordenadora da Atenção Especializada da Secretaria.

Ela explica que o diagnóstico no recém-nascido é feito por meio do teste do pezinho. "Por isso, nosso esforço também estará voltado para a triagem neonatal, que atualmente é realizada no Hospital Universitário e no Hemose. Sergipe é um dos 12 estados do Brasil que está habilitado apenas a ofertar a fase I do teste do pezinho, que detecta as doenças fenilcetonúria e hipotireoidismo congênito. Na fase II do exame é que são detectadas outras doenças genéticas, como a anemia falciforme", ressaltou Marina.

A bióloga Silma Melo, consultora do Ministério da Saúde, garantiu ter ficado otimista em relação às propostas do Governo de Sergipe para conformar a assistência integral aos pacientes falciformes. "Percebi que os profissionais estão comprometidos com a causa, e o mais importante é que há a intenção clara do gestor estadual de organizar essa rede de atenção", disse, acrescentando que outros estados do Nordeste, a exemplo de Alagoas e Rio Grande do Norte, também têm avançado nesse processo.

Anemia falciforme

A anemia falciforme é uma das doenças hereditárias mais comuns no Brasil. É causada por uma mutação no gene (DNA) que, em vez de produzir hemoglobina A, produz uma hemoglobina chamada S. Se a pessoa recebe um gene do pai e outro da mãe, mas que ambos produzem a hemoglobina S, ela possui o padrão genético chamado SS, causador da doença.

Essa mutação genética surgiu há muitos séculos no continente africano e, por isso, a doença é muito presente no Brasil, cuja população tem em sua base de constituição os povos africanos. A Bahia é onde existe a maior incidência da anemia falciforme, com um doente para cada 650 nascimentos. "No entanto, é importante ressaltar que ela não atinge apenas negros. Somos um país miscigenado e a doença é hereditária. Sendo assim, pode ser detectada em todas as etnias, até em brancos de olhos azuis", ressaltou Silma Melo.

As pessoas com doença falciforme apresentam sintomas muito diversificados. Enquanto algumas podem manifestar sinais brandos, outras, em sua maioria, têm sintomas graves, como crises de dores ósseas, dores na barriga e infecções repetidas, podendo levar à morte. A intensidade das crises varia conforme a idade da pessoa e a presença de outros tipos de hemoglobinas associadas com a hemoglobina S. Os bebês têm mais infecções e dores, com inchaço nas mãos e nos pés.

Igualdade racial

O gestor Luiz Cláudio Soares, da Atenção Básica da SES, destaca que a assistência às pessoas com doença falciforme integra a proposta do Governo de atender especificidades da saúde da população negra de Sergipe. "Este é apenas um dos eixos da política que está sendo construída pelas secretarias de Estado da Saúde e do Trabalho, Juventude e Promoção da Igualdade, em parceria com o Ministério da Igualdade Racial. Inclusive, no dia 15 de agosto receberemos a visita do ministro Edson Santos para a assinatura de um protocolo de intenções", comentou.

"Isso representa uma grande vitória para os cidadãos negros, e felizmente coincide com os 120 anos de abolição. Juntos, Estado e União buscam melhorar a qualidade de vida de uma população que no passado teve acesso restrito aos bens públicos como saúde, educação, cultura e trabalho", ressaltou Pedro Neto, coordenador de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Governo. Ele diz ainda que o combate ao racismo institucional e a atenção à saúde da população quilombola são outros eixos da política para equidade racial.

* Com informações do Ministério da Saúde

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