Estações elevatórias de esgoto recebem arte de Adauto Machado

Um toque de humanização e arte começa a desenhar um novo aspecto nas Estações Elevatórias de Esgoto de Aracaju. Os painéis de concreto espalhados em pontos turísticos da capital, que antes passavam despercebidos, agora estão embelezados com o trabalho assinado pelo artista plástico Adauto Machado. As estruturas foram modeladas com cerâmica esmaltada que expõe de maneira bem regional a importância da água. Ele já finalizou dois importantes trabalhos: um na orla da Atalaia e outro na Avenida Ivo Prado.

Para o diretor-presidente da Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso), Antônio Sérgio Ferrari Vargas, a empresa pretende valorizar as instalações do sistema de esgotamento. “O esgoto é visto como algo sujo, mas o que a maioria da população não sabe é que as estações elevatórias são estruturas importantes para que os dejetos sejam tratados e levados de volta à natureza em melhores condições sanitárias. O processo é indispensável ao meio ambiente e à saúde humana”, explica.

A iniciativa de utilizar a arte como forma de humanizar o espaço inerente ao esgotamento também viabilizou o reconhecimento do trabalho de um artista sergipano. Adauto possui obras espalhadas por diversos países e aceitou a missão de transformar as Estações Elevatórias da Deso em destacados painéis de arte.

“A Deso me proporcionou uma oportunidade que eu jamais tinha imaginado. De início pensei nas dificuldades, mas o desafio que sempre esteve presente na minha vida, resultou nas obras, que expostas ao ar livre, poderão embelezar as estruturas da empresa e da cidade. Creio que nada mais positivo poderia acontecer para mim neste ano que inicia”, revela Adauto.

As obras

O artista plástico não hesita em declarar que o prazer em levar a arte ao alcance de todos sempre foi uma constante em sua obra. E hoje duas estações que integram o sistema de esgotamento sanitário, apenas responsáveis por transportar todo material coletado para tratamento, têm novas funções: preservar a arte de um sergipano, além de humanizar uma estrutura essencial à manutenção do meio ambiente. As obras estão concluídas desde o dia 28 de dezembro de 2012. Foram necessários dois meses de dedicação.

Para compor o desenho na cerâmica, Adauto utilizou uma estrutura de “madeirite” montada com inclinação, onde os azulejos são colocados e pintados com pigmentos à base de óleo de copaíba. Em seguida, as peças são levadas ao forno em alta temperatura por várias horas. Retirados do forno, os azulejos (cerâmica esmaltada) são levados ao local de fixação para receber acabamento.

“Procurei priorizar o bom acabamento, para que os temas abordados proporcionassem visual agradável. Os temas ligados a água tiveram grande significado. Na Av. Ivo do Prado, as “lavadeiras” foi uma das opções, enquanto na orla da Atalaia (Oceanário), escolhi um fundo de mar como tema”, descreve Adauto Machado.