Emdagro realiza diagnóstico sobre aquicultura em Sergipe
A aquicultura mundial tem evoluído muito nos últimos anos, e as taxas de crescimento anual de toda a cadeia produtiva que abrange a atividade, tem se desenvolvido a passos largos. No Brasil, essa atividade já está presente em todo o território nacional e sua produção atingiu a marca de 300.000 toneladas ao valor de R$ 1 bilhão em 2003. Em Sergipe, o Governo do Estado, através da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) e a Secretaria de Estado do Planejamento (Seplan) – em parceria com o Governo Federal – vem realizando um diagnóstico preciso sobre tais práticas, identificando assim que seu potencial vem obtendo um crescimento considerável.
De posse das informações, foi possível a Emdagro desenvolver ainda mais as unidades de observação de outras modalidades de cultivo, a exemplo da tilapia em tanques rede, especialmente desenvolvida nos municípios de Canindé do São Francisco e Cumbe, locais onde a tecnologia foi repassada, assistida tecnicamente e que, ainda hoje, apresenta-se como uma ótima fonte de renda gerando desenvolvimento das famílias destas localidades. “Todo esse trabalho trouxe resultados às famílias dos agricultores familiares, redundando em um aumento de renda e melhoria nas condições de alimentação, através do consumo da carne de pescado na sua maioria tambaquis, tilapias e curimatãs, acessível a cada família”, afirma o Engenheiro Agrônomo Especialista em Aquicultura da Emdagro, Sandro Kruger.
Segundo o Especialista, a Emdagro já realizou sete capacitações para qualificação técnica na atividades, beneficiando mais de 30 profissionais de seu próprio quadro, bem como técnicos de conselhos municipais e das secretarias de agricultura de diversos municípios. “Quando surge uma demanda em qualquer município ou área de abrangência de algum escritório, a grande maioria dos técnicos da Emdagro tem a capacitação básica necessária para dar atendimento a esses produtores”, destaca Sandro. “Além da capacitação básica, nós promovemos, em parceria com Codevasf, DNOCS e o Instituto Xingó, a doação de mais de 700 mil alevinos na sua maioria tambaquis, tilapias e curimatãs, com seu peixamento (soltura dos peixes) em tanques nos municípios de Itabi e Cumbe”, acrescenta o Agrônomo.
Ele ressalta ainda que o Estado tende a se desenvolver cada vez mais nas atividades da aqüicultura, por conta da elaboração do Plano Nacional de Desenvolvimento da Aqüicultura e da Pesca, o qual a Emdagro teve um papel importante, cuja implementação está começando a dar seus primeiros passos. Para a consecução do plano fez-se necessário a contratação de uma equipe técnica capacitada de forma a dar todo o acompanhamento das ações em Sergipe.
Investimentos
Mas o especialista afirma que nem sempre foi assim. A atividade teve um grande revés quando, no passado, o governo do estado resolveu incentivar uma tecnologia de produção de pescado que ainda estava carecendo de desenvolvimento tecnológico. Para isso, foi feito um grande investimento em cultivo de peixes em tanques rede, em barragens e nos grandes mananciais hídricos, incluindo ai a calha do rio São Francisco.
“Se investiu muito em um processo que classifico como sendo a UTI das modalidades de cultivo de peixes, o cultivo de peixes em tanques rede e o cultivo super intensivo, os resultados não foram os esperados, e não poderia ser diferente, a atividade caiu em descrédito por um erro técnico do governo que, na época, ocupava os cargos de definição da política estadual de aqüicultura. Isto fragmentou a cadeia produtiva”, relata Sandro Kruger.
Segundo ele, a situação só veio a melhorar em meados de 2007 e 2008, quando a Emdagro procurou potencializar esta atividade, nas regiões do alto e médio sertão sergipano. Lá, foram executadas capacitações de produtores e técnicos, em uma cooperação entre a empresa, Universidade Tiradentes (Unit) e a Codevasf. “Mais de 300 agricultores e técnicos foram capacitados, visitados e foi realizado georeferenciamento das aguadas dos produtores em 11 municípios sergipanos, bem como, dimensionado tecnicamente a quantidade de alevinos a serem colocados em cada manancial hídrico, de acordo com a capacidade de suporte de cada local. Este trabalho contava com a cooperação das prefeituras, conselhos municipais e dos técnicos da Emdagro de cada escritório local da área de abrangência do projeto”, conclui Sandro.
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