Emdagro orienta agricultores sobre agrotóxicos e boas práticas da mandioca
Durante a realização do Encontro Regional Sobre Saúde do Trabalhador, que aconteceu nesta sexta-feira, 17, em Lagarto, a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), através dos seus técnicos Ismar Francisco Ramos e Izildinha Dantas, proferiu duas palestras que abordaram questões relacionadas ao uso indiscriminado de agrotóxico e as boas práticas para a fabricação e beneficiamento da mandioca e o controle de agravos para a saúde do trabalhador rural.
O Encontro faz parte da programação do Festival de Mandioca, promovida pela prefeitura de Lagarto, o qual busca discutir com agricultores familiares, empresas públicas e privadas do ramo agropecuários, gestores municipais e parceiros os principais temas da cadeia produtiva da mandioca na região e em Sergipe.
Na palestra, que tratou sobre as resultantes do uso de agrotóxico e medidas preventivas para a saúde do trabalhador, o Engenheiro Agrônomo da Defesa Vegetal da Emdagro, Ismar Francisco Ramos, fez uma ampla e sistemática abordagem sobre os principais cuidados na utilização de defensivos agrícolas para a produção saudável dos alimentos, a saúde do trabalhador rural e a proteção do meio ambiente. “Todo trabalhador rural que manipule com agrotóxicos deve, obrigatoriamente, respeitar os procedimentos de segurança para que não venha a ficar intoxicado e coloquem seus familiares em risco, além de prejudicarem próprio meio ambiente”, conscientizou Ismar.
O técnico fez um relato sobre os principais alimentos nacionais que apresentaram maior índice de contaminação por agrotóxico, segundo o Programa de Análise de Resíduo de Alimentos (PARA), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que são o pimentão, com 80% de resíduo, a uva (56,4%), pepino (54,8%), morango (50,8%), couve (44,2%), abacaxi (44,1%), mamão (38,8%), alface (38,4%) tomate (32,6%) e beterraba (32%).
Dentre as ações da Emdagro para o controle de agrotóxico e para proteção a saúde dos agricultores e do meio ambiente, Ismar destaca uma que, em parceria com a Cohidro e com a Agência Estadual de Vigilância Sanitária, vem identificando o número de agricultores contaminados em Sergipe. “Nós estamos realizando desde maio exames de colinesterasi – um exame feito nas pessoas para identificar nível de intoxicação por agrotóxico no sangue”, diz, acrescentado que, até o presente momento, já foram feitos aproximadamente 120 coletas em agricultores dos municípios de Canindé do São Francisco, Itabaiana e Lagarto.
E finalizou a palestra comemorando que, no ano de 2010, foram entregues, por parte de produtores rurais, na Central de Recebimento de Embalagens Vazias, 20,6 toneladas de embalagens de agrotóxicos. “Através de um trabalho de conscientização realizado pela Emdagro, nós conseguimos receber 20 mil e seiscentas quilos de embalagens de agrotóxicos, isso no período de 2010. Semente esse ano, de janeiro a maio, foram recolhidos 5,3 toneladas de embalagens que poderiam ser jogados no meio ambiente”, destacou Ismar.
Boas práticas
Na segunda palestra, a Médica Veterinária da Emdagro, Izildinha Dantas, apresentou aos agricultores, técnicos e gestores as boas práticas de produção da mandioca com foco na saúde do trabalhador. Segundo ela, são métodos como controle de pragas, higiene das instalações e do pessoal, adequações dos equipamentos, bem como, o bem estar dos trabalhadores e o destino correto da manipueira que contribuem para a produção de uma mandioca de alta qualidade aqui no Estado de Sergipe.
“Atuando em desacordo com esses procedimentos vários prejuízos podem atingir a saúde da população, do próprio agricultor, dos donos e trabalhadores de casa de farinha e da economia local”, alertou a Médica Veterinária a uma platéia bastante atenta.
Izildinha relatou ainda problemas encontrados em algumas casas de farinha no Estado. “São problemas que vão desde a inadequação das instalações, o que compromete a qualidade do produto, a segurança da saúde do trabalhador e meio ambiente; até a presença de entulhos nas áreas internas e externas, passando pela disponibilidade e higienização de sanitários e da precariedade das instalações elétricas”, disse, acrescentando que, nessas casas de farinha, a Emdagro vem procurando orientar donos e trabalhadores para que providenciem as adequações necessárias.
- Emdagro orienta agricultores sobre agrotóxicos e boas práticas da mandioca – Fotos: Ascom/Emdagro