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Na terça-feira, 26, ocorreu uma visita técnica no Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Lagarto. Na ocasião, o engenheiro agrônomo Paulo Roberto Coelho Lopes, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), orientou os irrigantes que abrigam em seus lotes o projeto de transferência de tecnologia entre as duas estatais, onde estão sendo cultivados sete campos experimentais de variedades frutíferas de clima temperado. Ao todo foram plantadas 5.500 mudas de caqui, pera e maçã no município.

Esta é a segunda visita do agrônomo – da unidade Semiárido da Embrapa – aos pomares do Piauí. Desta vez, após as primeiras mudas já terem sido plantadas há 90 dias, ele demonstrou – na prática – de que forma os agricultores devem fazer a poda das mudas frutíferas para que elas atinjam tanto o tamanho como a estrutura necessária para terem uma boa produção, o que deve começar a acontecer. Segundo Paulo Roberto, em cerca de um ano, devido a precocidade que as plantas atingem no clima quente do Nordeste.

“Em São Paulo o caqui, por exemplo, alcança uma produção em nível comercial em 8 anos, aqui isso vai acontecer em 4. Estas mudas que foram plantadas há 3 meses e que já tinham 2 anos de vida, devem começar a produzir em um ano. Devido a condição climática que nós temos aqui, a planta passa o ano inteiro se desenvolvendo, fazendo a fotossíntese, o que não acontece em lugares de clima frio, onde o inverno a faz perder as folhas, por isso aqui ela tem um desenvolvimento precoce”, esclareceu o agrônomo da Embrapa, que ainda explicou que antes de chegarem aos campos de Lagarto, as mudas passaram por um período médio de 6 meses, em câmaras frias à 1º ou 2º C, para favorecer a brotação.

A experiência adquirida por Paulo Roberto no cultivo destas variedades no clima nordestino se deve ao projeto pioneiro da Embrapa em seu campo de Petrolina-PE. Lá, já se passaram 5 anos desde que foram plantadas as primeiras mudas e hoje os produtores inseridos no projeto alcançam, por exemplo, a produção de 40 toneladas de maçã por hectare plantado, podendo chegar a até 25 kg por planta. Ele disse estar satisfeito com o desenvolvimento das plantas no Perímetro e com o trabalho dos irrigantes assistidos pela Cohidro.

“O que a gente vê é que as mudas estão indo muito bem em Lagarto e até o momento os produtores estão fazendo o manejo da forma correta, é minha segunda visita e estou satisfeito com o resultado”, comentou o engenheiro agrônomo. No projeto, os irrigantes receberam as mudas vindas de produtores certificados do Paraná, todo aparato para a irrigação de gotejamento e lhes será fornecido, durante um ano, os insumos e nutrientes necessários para o desenvolvimento da planta, além da assistência técnica direta da Embrapa, que no Perímetro Irrigado também está sendo feita – de forma mais constante – pelo técnico agrícola da Cohidro, William Domingos Silva.

“Depois de fazermos uma viagem técnica a Petrolina e conhecer o experimento que foi iniciado em 2008, tanto eu como os agricultores que selecionamos, ficamos aptos a participar do projeto. É um desafio introduzir estas culturas aqui, pois são originárias de climas frios, mas pudemos ver, nos campos da Embrapa e de produtores particulares, as plantas produzindo em pleno Sertão e isso nos anima”, relata William, que no Perímetro de Lagarto assiste a dois campos experimentais, cada um com meio hectare e 1000 mudas de pera plantadas, mais dois também com 1000 macieiras e outros 3 lotes, com 500 pés de caqui cada.

Codevasf

Também participou da visita técnica o superintendente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) em Sergipe, Paulo Viana. A Estatal Federal também é uma das beneficiadas pelo projeto, viabilizado a partir da emenda parlamentar do senador sergipano Antônio Carlos Valadares e que destinou o investimento de R$ 300 mil para introdução de novas variedades frutíferas em Sergipe.

“A Codevasf foi quem levou a ideia ao Senador Antônio Carlos Valadares, de introduzir as novas variedades – inicialmente – nas áreas de atuação da Cohidro. Após este período de experimentação de um ano aqui nos lotes de Lagarto, pretendemos implementar estas variedades nas áreas onde fornecemos irrigação”,  revela Paulo Viana, que ainda menciona que a mesma emenda parlamentar também garantiu criar campos experimentais de uvas, no Perímetro Irrigado Jacaré-Curituba, administrado pela Codevasf e no Perímetro Califórnia, administrado pela Cohidro, que abrangem os municípios sergipanos de Canindé de São Francisco e Poço Redondo.

“Tudo isso é uma forma de ampliar a área de atuação do Governo do Estado e Federal, buscando novas alternativas econômicas aos nossos produtores. Estamos aqui aproveitando décadas de pesquisa feita em Petrolina – pela Embrapa – para aplicar em Sergipe, ganhando tempo e economizando recursos públicos”, conclui o superintendente, que adianta para 2014, outra emenda parlamentar levada ao Senado por Valadares, onde serão introduzidas, nas áreas de atuação da Codefasf, Cohidro e Emdagro, mudas de abacaxi, banana e cacau.

Segundo o diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, a intenção deste novo projeto, para o ano que vem, é o de introduzir essas variedades – que já são comuns à fruticultura do Nordeste – com os mesmos critérios técnicos implantados no atual plantio de pera, maçã e caqui, utilizando mudas de abacaxi, banana e cacau livres de doenças e com origem certificada. Para ele, a implementação destes campos experimentais nos perímetros, sem custo inicial aos agricultores, é uma forma de garantir e comprovar a viabilidade desses cultivos, atraindo novos interessados em participar e investir nestas novas alternativas de produção, diversificando a fruticultura irrigada no Estado.

“São unidades que servirão como multiplicadoras, a partir do experimento feito por estes primeiros agricultores, outros virão a abraçar a ideia, depois de verem o resultado alcançado nestas unidades demonstrativas. São alternativas às culturas frutíferas tradicionais como a laranja, que sofre pela ação do mercado especulativo das indústrias processadoras ou pela grande oferta do produto”, elucidou também o diretor e engenheiro agrônomo João Quintiliano, presente à visita ao Perímetro de Lagarto.

Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, acompanhou com entusiasmo os técnicos que percorreram os lotes onde foram implantados os plantios experimentais em Lagarto. Ele reforça o compromisso assumido pela Companhia em apoiar e dar suporte aos experimentos da Embrapa nos perímetros irrigados. “Nossa Empresa recebe, de braços abertos, toda iniciativa público ou privada que tenha a intenção de dinamizar a geração de renda para os agricultores assistidos por nós. O empenho da pesquisa da Embrapa, a preocupação com o homem do campo que teve o senador Valadares e a parceria com a Codevasf, só somam esforços ao nosso trabalho de levar o desenvolvimento, técnico e responsável, ao meio rural”.

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