Em SE, cerca de 70 casos de câncer em crianças são descobertos por ano
O Centro de Oncologia do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse) possui hoje 12 mil pacientes cadastrados. Desse total, cerca de 500 são crianças. Em Sergipe, 70 novos casos são descobertos por ano em crianças. Entre os mais comuns estão leucemias, linfomas, tumores cerebrais e os intra-abdominais.
Vânia Porto descobriu que a filha Ketely Mariane, na época com um ano e quatro meses, estava com um tumor no cérebro. “Ela começou a perder o equilíbrio. A pediatra nos encaminhou a um neurologista. Antes da consulta com o neuro, ela teve uma convulsão e foi encaminhada para o Huse. Foi feita uma tomografia e diagnosticada a doença”, lembra a mãe.
Após o diagnóstico, Mariane passou por duas cirurgias e começou a quimioterapia. “Mas o tumor voltou. Daí logo ela começou a rádio”, conta Vânia. Hoje, aos quatro anos de idade, a menina está há dois anos sem a doença. “Graças a Deus, hoje ela tem uma vida normal: vai à escola, brinca. Tivemos um excelente tratamento aqui, tanto que hoje minha filha adora participar das festas da Oncologia”, salienta.
Segundo o hematologista pediátrico Richer Mota, os pais precisam estar atentos a alguns sintomas apresentados pelos filhos. “Os sintomas, muitas vezes, são corriqueiros como febre, dor de cabeça, dor nos ossos, dor de barriga. Porém se essas queixas se repetem, se não melhoram facilmente ou se começam a interferir na vida normal da criança, os pais devem buscar atendimento e o médico deve estar atento a possibilidade de estar diante de um caso oncológico”.
O prognóstico e as taxas de cura dependem de muitos fatores, como o diagnóstico precoce e o tipo de câncer. “Mas estamos evoluindo muito nas possibilidades terapêuticas para o câncer infantil. Posso dizer que, de uma maneira geral, a chance de cura está sempre presente para a criança e adolescente com câncer”, destaca o médico.
Durante o tratamento, afirma Richer, é importante a participação do serviço social e dos profissionais de postos de saúde dos municípios, principalmente do interior do estado. “Esses profissionais são nossos pontos de apoio para nos ajudar a evitar a falta às consultas e o abandono ao tratamento”.
Outro fator indispensável durante o tratamento é o apoio familiar. “Esse apoio vem de duas formas. Uma é através da responsabilidade nos cuidados em casa, seguindo as orientações médicas e não faltando aos retornos. Além disso, é preciso ofertar a criança um suporte emocional e psicológico, requerendo, desta forma, uma boa estrutura familiar”, reforçar Richer Mota.
Humanização
É visível que o tratamento oferecido ao paciente com câncer não pode se resumir a medicamentos e intervenções clínicas, conforme relata a coordenadora da Oncologia do Huse, Rute Andrade. “Posso afirmar que na Oncologia os pacientes são acolhidos com o nosso coração, em um amor contagiante, capaz de criar o melhor clima possível para o paciente e sua família”, diz.
Ela conta que todos os colaboradores – da vigilância à gestão – trabalham de forma especial, com a preocupação de ajudar a minimizar os efeitos da doença. “O processo de tratamento costuma ser longo e doloroso, interferindo muito na vida do paciente. Por isso, é preciso torná-lo o menos traumático possível e nesta hora o atendimento, o acolhimento, são fundamentais para o processo de cura”, destaca.
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- cerca de 70 casos de câncer em crianças são descobertos por ano – Foto: Wellington Barreto