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A distância entre o aeroporto de Aracaju e a plataforma da Petrobras PCM9, na costa sergipana, é de apenas sete minutos de helicóptero. Mas as normas de segurança para quem visita a plataforma exigem procedimentos que duram quase uma hora, entre revistas e pesagem de bagagens, instruções de primeiros socorros em caso de acidentes no mar, credenciamento e colocação de equipamentos de proteção individual (EPIs).
 
Todo esse cuidado também é levado a sério pela Comissão de Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) da Petrobras, quando o assunto é prevenção às doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e Aids. Numa rotina que inclui turnos de sete ou 14 dias de trabalho em alto mar, sem direito a voltar para casa nesse período, os 100 funcionários da PCM9 – a maioria formada por homens – mantêm uma forma intensa de buscar lazer durante o retorno à cidade.
 
“Em idade sexualmente ativa [a maioria tem entre 30 e 55 anos], muitas vezes esses homens exageram durante a folga, seja com bebida ou com sexo. Por isso, a importância de palestras sobre prevenção às  DSTs e a Aids, através do uso da camisinha”, explicou Beroaldo Valeriano, presidente da Cipa Polo Mar, responsável pelo convite ao médico Almir Santana, gerente do Programa Estadual de DST/Aids, que proferiu palestra na PCM9, durante a celebração do Dia Mundial de Luta Contra Aids (1º de dezembro).
 
O auxiliar de serviços gerais, Erolalio Fabiano de Oliveira Santos, 25 anos e casado, considerou a palestra “ótima”, por levar mais incentivo ao uso da camisinha. “Além disso, tem sempre coisas novas que não sabemos. Desta vez, por exemplo, aprendi que o leite materno pode transmitir o vírus HIV”, disse o trabalhador. Já o técnico de segurança, Valdeson Benedito Silva Melo, 50 anos, também casado e há 18 trabalhando na plataforma, mesmo já tendo assistido a outras palestras sobre o assunto, disse sempre aprender novas orientações. “Fiquei impressionado com a história dos atletas antigos que se doparam e compartilharam seringas e agulhas e hoje estão com aids”, relatou.

Durante a palestra, Almir Santana intercalou as informações sobre as DSTs e Aids com histórias reais de pessoas que contribuíram com a luta pelo fim do preconceito aos portadores do vírus HIV. O médico lembrou da menina Sheila: paulista, a garota era filha de pais com Aids e sofreu com o preconceito. Nenhuma escola a aceitou. Sheila já morreu, mas a luta de seus pais adotivos serviu de incentivo à criação de leis que combatem a discriminação, razão pela qual o Brasil é hoje o primeiro país a ter leis específicas sobre o assunto.
 
Aprender a como se comportar sexualmente fora de casa foi a maior lição aprendida por Carlos Alberto dos Santos. Responsável pela Logística de Transportes, aos 53 anos ele ressalta que costuma assistir a todas as palestras que ocorrem na plataforma. “Nunca é demais. O que aprendo aqui, divido com os amigos na mesa de bar”, contou. Mas, para os participantes, o que mais chamou a atenção foi saber que há sempre novas doenças surgindo e que apenas alguns segundos separam uma vida sexualmente saudável da possibilidade de se contrair sérias doenças: apenas o tempo de se colocar a camisinha.

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