Edvaldo Nogueira participa de sessão de despedida da desembargadora Madeleine Gouveia do TRE/SE
Fortes emoções marcaram a sessão especial de despedida da presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe (TRESE), desembargadora Madeleine Alves Gouveia, na noite de ontem, segunda-feira. Familiares, amigos e autoridades prestigiaram a homenagem a essa servidora pública de carreira, que se aposentou compulsoriamente aos 70 anos completados hoje, terça-feira, após dedicar grande parte da sua vida à atividade jurídica, sempre pautada pela ética, competência e independência.
Integraram a mesa solene o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, o governador de Sergipe, Marcelo Déda, e o presidente do Tribunal de Justiça do Estado (TJESE), desembargador Artêmio Barreto, seguidos dos componentes do pleno, o desembargador José Alves Neto, os juízes José dos Anjos e Yolanda Santos Guimarães, os juristas Juvenal Francisco e José Garcês Vieira, e o procurador regional Eleitor da Procuradoria da República em Sergipe, Eduardo Botão Pelella. O evento aconteceu no Plenário Desembargador Fernando Ribeiro Franco, na sede do TRE, no Centro Administrativo Augusto Franco.
Para Edvaldo Nogueira, Madeleine Gouveia é uma mulher à frente do seu tempo, que marcou época no judiciário sergipano pela sua capacidade intelectual, retidão de caráter e grande espírito de humanidade. "É um exemplo de pessoa, juíza e cidadã que deixa para todos nós um legado extraordinário, pautando sua a vida sempre por uma conduta muito ética e notável capacidade intelectual. Apesar de ser uma estudiosa do direito e elaborada de jurisprudência, nunca perdeu de vista o lado humano e o compromisso com a cidadania", afirmou.
Representando o Judiciário, José dos Anjos fez uma breve retrospectiva da carreira da desembargadora e usou a premissa da regra processual, que avalia primeiro as questões preliminares e depois o mérito, para falar da atuação de uma magistrada "determinada, de inteligência privilegiada, retidão de caráter, censo crítico e sendo de humor refinado". Em nome do Ministério Público Federal, o procurador Eduardo Pelella usou a amizade e a virtude descritas pelo filósofo Cícero para definir seu respeito e admiração pela magistrada, que, apesar da curta passagem pelo TRE, deixou como marcas a implantação dos projetos Eleitor do Futuro e Conhecendo a Justiça Eleitoral, e do plano estratégico de gestão de pessoas.
Numa solenidade de muitas homenagens, Madeleine Gouveia recebeu uma placa comemorativa dos servidores do TRE, além de um vídeo com depoimentos dos filhos netos e amigos, flores e até bolo de aniversário. Mas sem dúvida o momento de maior emoção foi o reconhecimento ao trabalho da sua mãe, a professora Valdice Alves de Souza, que irá dar nome à biblioteca e a umas das vias de acesso ao Tribunal Regional Eleitoral. "Foi sem dúvida uma mulher firme, fora do seu tempo, comprometida em seu trabalho dedicado à educação. Como filha única tinha muito ciúme dos meus filhos, mas cansei de ver minha mãe doá-los a quem precisava. Ela me ensinou que para se aprender, qualquer livro tem que aproveitado", lembrou.
Na sua fala, a desembargadora fez um agradecimento especial ao prefeito Edvaldo Nogueira e ao presidente da Câmara Municipal de Aracaju, vereador Sérgio Góes, pela aprovação e sanção do Projeto de Lei 3.500, de 21 de novembro de 2007, que garantiu a "uma mulher de nome modesto e honrado" ficar eternizada numa rua de Aracaju. Sem perder de vista a Justiça, Madeleine encerrou seu discurso com uma reflexão profunda sobre um dos maiores problemas do Brasil. "A corrupção é, pelo critério do DNA cívico, mãe prostituição infantil, do trabalho escravo, da falta de leitos hospitalares, da educação deficiente e da violência urbana".
Cronologia
Em 1949, Madeleine Alves Gouveia saiu do município de Lagarto rumo a Aracaju para continuar os estudos nos colégios Patrocínio São José e, posteriormente, Atheneu Sergipense.
Em 1956, ingressa na Universidade Federal de Sergipe (UFS) e é a única mulher a se formar na turma, em 1960.
Em 1958 inicia a carreia de advogada no setor jurídico dos Correios e, 10 anos depois ingressa na Petrobras.
Em 1975 torna-se juíza e vai servir à comarca de Porto da Folha.
Em 1988 segue para a comarca de Aracaju atuar na vara de família, até ser promovida a desembargadora do TJE. Nesse período foi a única mulher a ocupar a presidência da Associação dos Magistrados de Sergipe (Amase).
Em 2007, preside o TRE/SE durante nove meses, até a aposentadoria compulsória.
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