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A suspeita da presença do ‘greening’, doença conhecida por ser muito devastadora à cultura do citros, em três municípios baianos, motivou a visita do presidente da Emdagro, Jefferson Feitoza, e da coordenadora de Defesa Vegetal da empresa Aparecida Andrade, à cidade de Bom Jesus da Lapa (BA), a fim de conhecerem de perto a realidade da doença.

Lá, eles se reuniram com o Diretor Geral da Adab, Paulo Emilio Torres, com o diretor de Defesa Sanitária Vegetal, Armando Sá Nascimento Filho, e com a agrônoma Suely Xavier para discutirem estratégias de ação entre os dois estados, Sergipe e Bahia.
 
Na oportunidade, foi apresentado pelos profissionais da ADAB o resultado do laudo laboratorial fornecido pela Embrapa – Mandioca e Fruticultura/Cruz das Almas –  onde confirmava a presença da bactéria Candidatus liberibacter ssp em viveiros de mudas nos municípios de Seabra e Barreiras e em propriedade no município de Bom Jesus da Lapa.
 
Segundo a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia, a própria Embrapa, no dia 31 de julho de 2012, emitiu Nota Técnica informando resultados moleculares positivos para o Greening ou HLB em diversos materiais analisados, a exemplo, de insetos infectivos procedentes das propriedades de Horto Fazenda e Horto Moisés, em Seabra, Horto Casa da Laranja e Floricultura Rosa Flor, em Barreiras e, no município de Bom Jesus da Lapa, na Fazenda Agropecuária Mineira do Grupo Germendoff, empresa sediada no Projeto Irrigado do Formoso, onde foram encontrados partes de material vegetativo de citros.
 
Durante a visita, representantes da Adab apresentaram as medidas de emergência fitossanitária para a região atingida, a começar pela notificação e interdição de hortos em Seabra; detecção de sintomas do Greening ou HLB e levantamento da incidência da praga na Fazenda Agropecuária Mineira; treinamento prático para a equipe técnica da ADAB em Bom Jesus da Lapa; apreensão e destruição de material que se encontrava nos hortos de Seabra; inspeção de pomar doméstico em Piatã/Ba e; averiguação de denúncia de trânsito irregular de mudas cítricas para a Fazenda São Paulo em Wagner (BA). Informaram também que pesquisadores da Embrapa/Cruz das Almas já comunicaram a presença do Greening ou HLB na Bahia em reunião realizada na Câmara Setorial da Citricultura, em Brasília (DF).
 
Posteriormente, o presidente e a coordenadora da Emdagro foram informados que as amostras coletadas pela a ADAB na propriedade localizada no município de Bom Jesus da Lapa, as quais foram encaminhadas para Instituto Agronômico/São Paulo, apresentou resultado negativo para a existência da bactéria, mas, segundo a própria agência, novas coletas foram feitas a fim de serem realizadas contraprovas visando dirimir as possíveis dúvidas quanto a existência ou não do Greening.
 
Preocupado com a situação o diretor geral da Agência Baiana, Paulo Emílio Torres lembrou que os resultados positivos da presença da bactéria, confirmado pelo laboratório da Embrapa de Cruz das Almas, se encontra distante dos municípios que são grandes produtores de citros da Bahia e Sergipe. “Com a fiscalização móvel mais intensiva impedirá que cargas de citros se desloquem da região afetada para outras regiões”, disse se comprometendo em disponibilizar mais técnicos para realizar inspeções nas propriedades citrícolas.
 
Já o diretor-presidente da Emdagro, Jefferson Feitoza de Carvalho, enfatizou a importância da citricultura para os dois Estados. “O prejuízo econômico que essa doença causa aos citricultores e o esforço que o estado de Sergipe vem fazendo para impedir a entrada de pragas que estão ausentes no Estado, ratificando que todos os postos de fiscalização de Sergipe estão em Alerta Máximo, onde todas as cargas de citros estão sendo inspecionadas e, caso seja encontrado material vegetativo suspeito, a carga será impedida de entrar em Sergipe”. Jefferson também informou que, “em respeito às Instruções Normativas do Governo Federal nº 3/2008 e 1/2009, foram realizados, na segunda quinzena de agosto desse ano, a emissão de 20 autos de multas, além da proibição de transitar por Sergipe, acarretando com isso, o retorno da carga ao seu Estado de origem, que é, nesse caso, a Bahia”.
 
Medidas da Emdagro
 
Segundo a coordenadora de Defesa Vegetal, a Emdagro vem incisivamente adotando medidas que visem proteger os pomares de citros sergipanos, a exemplo de colocar em alerta máximo os postos fixos, principalmente os postos de Cristinápolis, Indiaroba e Tobias Barreto, assim como intensificar as fiscalizações da equipe móvel; alerta as autoridades do setor agrícola; divulgação de Nota Técnica.
 
“Estamos também direcionando ações no sentido de divulgar as informações acerca da doença através de campanhas de massificação, bem como garantir a distribuição de material técnico a produtores e técnicos agrônomos. Outras medidas estão no sentido de envolver as lideranças dos municípios citrícolas para compartilhar as responsabilidades, intensificar os monitoramentos fitossanitários em toda região sul e centro sul do Estado”, esclareceu, acrescentando que estará programando reuniões com Agrônomos e Técnicos da Emdagro dos 14 municípios da região citrícola com vistas a elaboração de Plano de Contingência e levantamento de estudos por parte da pesquisa (Emdagro/Embrapa) para implantação do programa de controle biológico.
 
O Grenning
 
O Grenning é a uma das doenças mais temidas da citricultura. Também conhecida como Huanglongbing (HLB), ela é transmitida pelo psilídeo Diaphorina citri e causada por bactérias de floema Candidatus Liberibacter ssp e é considerada a mais devastadora doença dos citros em todo o mundo, cujos danos são severos em todas as variedades da cultura e não se conhece resistência genética, sendo o vetor encontrado em todo país.
 
Constatada no Brasil em 2004, o Grenning estava presente nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná, e em agosto de 2012 foi confirmado o primeiro foco na Bahia sendo este o primeiro estado do Nordeste a manifestar essa doença. De acordo com a Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, no 1º semestre de 2012 foram erradicadas 13,8 milhões de plantas cítricas com sintomas do Greening nos pomares paulistas, causando enormes prejuízos econômicos aos produtores.
 
“A disseminação da doença ocorre tanto a curta distância entre plantas do talhão, como a longas distâncias. Os adultos do psilídeo se alimentam tanto em folhas maduras como em brotos novos, onde o inseto adquire a bactéria se alimentando em plantas doentes. Os sintomas podem aparecer tanto em plantas jovens como em plantas em produção, inicialmente nos ramos que se destacam pela presença de folhas de cor amarela em contraste com a coloração verde das folhas dos ramos não afetados”, afirma a Coordenadora de Defesa Vegetal da Emdagro, Aparecida Andrade.
 
Segundo ela, uma vez afetado o ramo, a bactéria se espalha por toda a planta, atingindo a copa, tornando a produção desprezível. “Mesmo apresentando sintomas em um único ramo da planta, a bactéria já pode estar alojada bem abaixo no tronco e raízes e, uma vez contaminadas as plantas novas não chegam a produzir e plantas adultas tornam-se improdutivas em 2 a 5 anos. Os frutos podem apresentar internamente diferença de maturação nas diferentes partes, ou seja, ter um dos lados maduro e o outro verde, além de ficar deformado, pequeno e assimétrico”, detalhou Aparecida.
 
Controle
 
De acordo com o Ministério da Agricultura, o controle do greening é baseado em cinco medidas fundamentais que devem ser adotados por todos os citricultores de maneira coletiva, assim deverão ser realizadas inspeções nos pomares constantemente, planta a planta. Também, deverá acontecer o arranquio de árvores contaminadas de qualquer idade e severidade de sintomas, para que não sirvam de fonte de contaminação ás outras plantas da mesma propriedade e dos vizinhos.
 
Outra forma de controle se dá através do monitoramento e aplicação de inseticidas que deve ser realizado quando observada a presença do vetor em 10% dos brotos nas áreas com alta incidência da doença. O plantio de mudas sadias também é uma outra forma de controle, desde que essas mudas sejam adquiridas em viveiros protegidos, certificadas pelo Ministério da Agricultura, assim como a eliminação das Murtas – planta hospedeira do psilídeo e, principalmente, da bactéria.
 

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