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Exmº Sra. Deputada Angélica Guimarães, Presidente da Assembleia Legislativa
Exmº Sr. Desembargador Roberto Porto, Presidente do Tribunal de Justiça
Exmº Sr. Promotor de Justiça Orlando Rochadel, Procurador Geral de Justiça,
Exmº Sr. Conselheiro Reinaldo Moura, Presidente do Tribunal de Contas

Sergipanas e Sergipanos,

No alvorecer da civilização ocidental, quando o chamado “milagre grego” apresentava ao mundo a Filosofia, um homem chamado Heráclito, nascido em Éfeso, na Jônia, e considerado o mais importante dos filósofos pré-socráticos, pensava o mundo como expressão de mudança contínua e o movimento como realidade última e verdadeira. No decorrer das suas reflexões, Heráclito de Éfeso produziu um pensamento, dos mais conhecidos e citados, que pode assim ser exposto: “Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio: suas águas não são as mesmas e nós jamais seremos os mesmos.”

Há quatro anos, num primeiro de janeiro como hoje, compareci a esta casa para prestar juramento de fidelidade à Constituição e assumir o Governo do Estado de Sergipe, eleito que fora, em primeito turno nas eleições do dia 01 de outubro de 2006.

Hoje, retorno a esta Casa para, mais uma vez, prestar compromisso e assumir, por mais um mandato o Governo do meu Estado, eleito que fui, também em primeiro turno, nas eleições do dia 03 de outubro do ano que ontem se findou.

Mas, o rio em que hora mergulho já não é mais o mesmo e eu, como homem e político, carrego agora uma experiência pessoal e política que não possuia naquela solenidadede outrora.

O Governo que assumo neste momento, já não é o mesmo que assumi há quatro anos. Um processo complexo e difícil, mas, também, inexorável, produziu mudanças na qualidade da gestão, nas práticas administrativas e no conteúdo das políticas públicas que executa.

O Estado de Sergipe experimentou um período de transformações e mudanças, cujos resultados se espalham em todo o seu território, se fazem presente em todas as áreas da sua vida social e econômica e já podem ser aferidos e mensurados, traduzindo-se em vida nova para milhares de sergipanos.

No já distante primeiro de janeiro de 2007, adentrei este plenário acompanhado deste extraordinário homem público sergipano que é Belivaldo Chagas, companheiro fiel, vice governador leal, amigo solidário, cuja competência e capacidade de trabalho, somadas às qualidades do seu caráter,  mereceram a admiração e o aplauso da nossa gente.

Hoje, venho em companhia desta legenda da luta política e social de Sergipe, o ex-prefeito, ex-deputado federal, ex-deputado estadual e ex-vereador, Jackson Barreto, vice-governador do nosso estado, ora empossado. Referência da luta contra o regime militar, nos mandatos parlamentares que exerceu àquela época, Jackson foi o prefeito que incorporou a periferia à geografia administrativa da Prefeitura de Aracaju, tirando da retórica para a prática o compromisso efetivo com os mais pobres da nossa cidade. Não conheço quem o ultrapasse em sincero e devotado amor ao nosso povo. Filho de uma família pobre de Santa Rosa de Lima, Jackson Barreto, aprendeu com a sua mãe, a professora Neuzice Barreto, o exemplo da resistência à opressão e as lições de coragem cívica. Militante do antigo PSD, foi constantemente perseguida pelos adversários e inúmeras vezes transferida para os recantos mais longínquos do nosso estado. Mas não se dobrou aos poderosos nem aceitou a sentença de um senhor de engenho que, ao negar-lhe uma oportunidade para educar os filhos, lhe dissera que ainda havia vagas no eito da usina para os seus meninos cortarem cana. Neuzice, como aquela mãe coragem eternizada na personagem de Máximo Górky, não aceitou que o futuro dos seus filhos fosse definido pelo desprezo e pela insensibilidade do oligarca. Enfrentou-o. Engajou-se na política e no trabalho e ao lado do seu querido esposo…………, conheceu as maiores privações, mas não cedeu à humilhação, criando a sua família com amor e desvelo e legando a todos o seu exemplo de mulher, de mãe, de cidadã brasileira.

É impossível não perceber no espírito rebelde e nas atitudes corajosas de Jackson Barreto, as marcas da influência de Neuzice, transmitidas pela genética e pelo exemplo.

A companhia de Jackson Barreto me honra, porque permite retomar o fio da história, unindo o destino de duas gerações que, ao seu tempo e ao seu modo, resistiram a  uma Ditadura,  lutaram pela Democracia  e  ajudaram a erguer, sob o chão da pátria o estandarte imortal da liberdade.

Já se vê, portanto, que mudou Sergipe e com ele mudamos nós. Mudanças que podem ser percebidas nas mechas brancas que dominam os cabelos, prateando com a neve do tempo o alto da minha cabeça; mudanças que produziram no político um indiscutível amadurecimento e incorporaram no seu patrimônio uma rica experiência, construída no difícil cotidiano de governar um estado pobre.

Mas, se o tempo embranqueceu os meus cabelos e acumulou experiências na minha mente, promovendo mudanças significativas na minha vida, por outro lado reforçou convicções que me acompanham desde o início da minha militância no Partido dos Trabalhadores. Continuo acreditando que  o Governo deve ser de todos, jamais ficando refém de interesses oligárquicos;  que a ética pública é um imperativo irrenunciável;  que as ações governamentais devem priorizar os mais pobres; que não há crescimento legítimo sem justiça social;  que o Estado de Sergipe é  viável e que o seu povo tem o direito de construir uma vida melhor e dar um salto de qualidade em direção a um futuro de crescimento econômico e desenvolvimento social.

Hoje, como ontem, reafirmo as minhas credenciais de militante petista, socialista e democrata, compromissado com a luta do meu povo e incendiado pela mais nobre das idéias que já frequentaram o pensamento político da humanidade: a igualdade social. Por isso, continuarei a orientar o meu governo para as diretrizes estratégicas da inclusão social, da redução das desigualdades, da erradicação da miséria, da defesa do meio ambiente, da socialização do conhecimento e da universalização dos direitos e da cidadania.

Republicano por convicção, continuarei a defender o conceito de “coisa pública, visceralmente ligado à idéia de República e a combater o sentido de “cosa nostra” que alimentou políticas socialmente perversas e eticamente condenáveis.  Permancerei afirmando o caráter laico do estado, separando a esfera política dos dogmas religiosos e sustentando a liberdade de expressão, a liberdade religiosa e, inclusive, o direito daqueles que se afirmam ateus, agnósticos ou não seguem nenhuma religião. No seu discurso para este primeiro de janeiro, o papa Bento XVI, pontífice máximo da Igreja Católica, religião majoritária em nosso país e em nosso estado, afirma de forma incisiva: “[Nenhuma pessoa] deveria encontrar obstáculos, se quisesse eventualmente aderir a outra religião ou não professar religião alguma.

Senhora Presidente,
Senhoras e Senhores Deputados,

Não há quem não admita que ainda temos muitos problemas a enfrentar e resolver.  Não fez parte do meu programa construir um novo Éden, transofrmando o estado num paraíso na terra. O compromisso mudancista que trouxe ao governo se sustentou num programa racional, comprometido com Inclusão pelo Direito e pela renda e lastreado no planejamento participativo.

Salvo aqueles armados de preconceitos, ou cegos pelas paixões da política, ninguém em sã consciência pode negar os avanços obtidos pelo Governo de Sergipe nos últimos 4 anos.

Antes de redigir este discurso, consultei aquele outro que proferi aqui há quatro anos. Digo-lhes, com pureza dálma, que alegrou-me a consciência constatar que a imensa maior parte dos compromissos que assumi com o meu povo foi integralmente cumprida ou se encontra em vias de sê-lo.

Recuperamos a regularidade fiscal do estado e, voltamos a acessar operações de crédito com instituições financeiras nacionais e internacionais.

O BANESE, vitimado por gestões temerárias, recuperou plenamente sua saúde financeira, modernizou sua performance operacional, investiu em tecnologia, ampliou de maneira extraordinária as suas operações de crédito e se transformou num exemplo de banco público e num dos mais destacados bancos comerciais do seu porte.

Em primeiro de janeiro de 2010, desta mesma tribuna eu manifestei o meu compromisso de modernizar a administração estadual e valorizar os servidores. Hoje eu posso lhes dizer que o nosso Estado vivencia um novo paradigma administrativo, onde os esforços para qualificar a gestão são reconhecidos por entidades como o Movimento Brasil Competitivo, dirigido pelo empresário Jorge Gerdau e registrados em revistas especializadas e no maior telejornal do Brasil, o Jornal Nacional da Globo, que divulgou experiência pioneira de controle de gastos e combate a desperdícios na área dos transportes. O concurso voltou a ser a porta de entrada no serviço público, possibilitando que contratássemos mais de 8.000 servidores, quase o triplo do governo anterior.

Direitos históricos dos servidores foram resgatados, como é o caso do FUNAPREV, cujos valores indevidamente recolhidos pelo governo passado foram integralmente devolvidos no nosso governo.

 O piso nacional do magistério é pago há mais de um ano e os militares receberam em novembro e dezembro as últimas parcelas de um acordo histórico que elevou a remuneração dos policiais e bombeiros militares sergipanos a um dos três melhores do Brasil. Essas categorias, ao lado de agentes penintenciários, policiais civis e defensores públicos, tiveram a melhor política salarial da sua história.

Os investimentos em Segurança Pública alcançaram volumes jamais vistos antes, garantindo a Sergipe o posto de Estado com o maior investimento per capita em Segurança Pública do Nordeste. Esse trabalho tem se refletido nas ações da nossa polícia, em especial nas operações de combate às drogas e ao crime organizado e no elevado percentual de elucidação de crimes e conclusão de inquéritos. Se é verdade que ainda temos indicadores elevados para alguns delitos, não é menos verdade que temos obtido melhoras consideráveis, como testemunham os números de homicídios da cidade de Itabaiana, drásticamente reduzidos.

Diante do caos da superpopulação carcerária e da crise das delegacias superlotadas, herança recebida há quatro anos, o nosso governo respondeu com investimentos que suplantam os 50 milhões de reais, construindo e inagurando 3 presídios, com destaque para o presídio feminino, primeiro construído em nosso estado, inaugurado há três dias. Com isso duplicamos o número de vagas no sistema prisional.

No meu discurso de posse em 2007, afirmei que instituiria uma forma republicana e solidária de relacionamento com os municípios, “olhando em primeiro lugar o cidadão, sem perguntar a opção partidária do prefeito”. Hoje, posso dizer-lhes que não houve um único município, um único prefeito que não recebesse investimentos e obras do Governo Estadual. Todos sem exceção receberam clínicas de saúde, ônibus escolares, ambulâncias e veículos de transporte para doentes crônicos, além de investimentos do programa Sergipe Cidades, em parceria com o BNDES, que tem levado obras de pequeno, médio e grande porte, nas áreas de infra-estrutura urbana e social, desenvolvimento econômico e educação aos municípios de Sergipe.

Ainda naquele discurso, eu assumi o compromisso de descentralizar o desenvolvimento econômico, interiorizar a industrialização e incentivar a implantação de empresas que gerassem empregos para os Sergipanos. A presença da Estrela em Ribeirópolis, da Crown em Estância, da West Coast em Aparecida e Salgado, da Pado em Itaporanga, da Althenburg e outras dezenas de empresas em Socorro, são testemunhas do compromisso cumprido. Isto sem falar na ampliação da Dakota, em Simão Dias e da Azaléia em Frei Paulo. Ao todo implantamos mais de 100 empresas em Sergipe, mobilizando mais de 1 bilhão em investimentos privados e gerando o recorde histórico de 25.000 empregos, só nos últimos 12 meses. Por cinco meses seguidos este ano, Sergipe foi o estado que mais gerou emprego formal na indústria de transformação no Brasil.

A criação de uma legislação especial para a micro e a pequena empresa, somada a uma política de compras públicas que priorizou o setor, criou em Sergipe um dos melhores ambientes para os pequenos negócios, rivalizado apenas pelo Estado do Paraná.

Mas, nem só de indústria vive o interior. Interiorizamos o ensino superitor e a Universidade chegou em Laranjeiras, com o campus da cultura, e em Lagarto com o campus da Saúde que levará pela primeira vez, dentre outros, os cursos de medicina e de odontologia para o interior.

A nossa agricultura, reverteu uma tendência que apontava para uma redução constante de sua importância para a economia sergipana e viveu momentos históricos, em especial na produção de milho e de leite e no fortalecimento da agricultura familiar. Os investimentos no agronegócio também cresceu, ampliando-se a produção da cana-de-açucar e viabilizando a instalação de duas novas usinas que geram juntas mais de 4 mil empregos com carteira assinada.

“Mudar é recuperar a nossa infraestrutura viária e ampiar os investimentos em saneamento básico” disse eu em 01 de janeiro de 2007. Quem não se lembra da situação em que estavam as nossas estradas? Quem não se recorda das promessas de novas rodovias repetidas por décadas?
O nosso governo efetivamente mudou essa realidade: mais de 1.800 km de estradas recuperadas e implantadas. A rota do sertão se transformou num eixo de progresso onde o desenvolvimento local, o turismo e a integração regional acontece. A rodovia Lourival Baptista é um verdadeiro tapete para os que trafegam na região centro-sul. A ponte Joel Silveira já permite que milhares de sergipanos e turistas possam passar o reveillon no litoral sul e voltem para dormir em casa, sem balsas nem filas. A ponte Gilberto Amado completará, no final deste ano a interligação do nosso litoral à linha verde baiana, dinamizando o turismo regional. A rodovia que liga Vaca Serrada a Niterói, em Porto da Folha, está pronta, bem assim a que liga a sede do município à Ilha do Outro, resgatando promessas esquecidas de quase meio século. Dezenas de outras novas rodovias estão sendo implantadas em todo o estado.

No saneamento, a finalização da duplicação da adutora do S.Francisco e a conclusão da baragem do Rio Poxim, baniram o fantasma do racionamento da grande Aracaju. Com a finalização das obras de ampliação e integração das Adutoras Sertaneja, do Semi-Árido, vamos melhorar e ampliar o fornecimento de água tratada para mais de 120 mil famílias do Sertão e do Agreste. As obras de esgotos sanitários em Aracaju, Socorro, Barra dos Coqueiros e São Cristóvão vão ajudar a despoluir nossos rios e dar saúde a nossa gente. A DESO, com todos os seus problemas e dificuldades, que reconhecemos, saiu das páginas policiais e abandonou a lista de escândalos com nomes estranhos e cortantes.

Minhas Senhoras e meus Senhores,

Elencar todas as promessas cumpridas e as realizações deste governo, consumiria um tempo gigantesco e estenderia desnecessariamente esta solenidade.

Quero apenas acrescentar que não considero que está tudo resolvido. Tenho consciência dos problemas que temos para enfrentar e dos avanços que precisamos promover.

Concorri à reeleição porque sabia da grandeza da nossa obra, fruto do denôdo da nossa equipe, da competência dos nossos técnicos e servidores, do trabalho dos nossos operários e das legítimas reivindicações do nosso povo. Tinha a convicção de que Sergipe não queria voltar atrás, não iria trilhar o caminho do atraso, nem abdicar da sua vocação de progresso.

A vitória mais uma vez no primeiro turno – a sétima na minha carreira política e a quarta para o executivo, contando as duas para prefeito da capital, ganha sem na primeira volta – é a prova inequívoca de que o povo quer a continuidade, apóia o nosso programa e confia no seu governador. Mas, temos consciência de que não podemos dormir sobre os louros da vitória, nem minimizar os problemas que ainda resistem, cobrando soluções e encaminhamentos. Feliz de quem ouvindo a doce música da vitória, é capaz de ler os recados que as urnas também lhe mandam.

O principal desses recados é que o povo sergipano gostou do que teve neste últimos quatro anos, manteve-nos no governo, mas quer ainda mais. Não elegeu uma continuação conformista, mas apoiou uma continuidade pro-ativa, com capacidade para avançar por sobre os alicerces e paredes já erguidos e com coragem para identificar possíveis erros e corrigi-los.

Por isso, o nosso novo governo não abrirá mão da inovação, de novos programas e projetos, de novas obras e serviços.

Saúde, Segurança, Educação e Desenvolvimento Social serão políticas prioritárias no novo governo, sem prejuízo de aumentar os investimentos nas outras áreas. Melhorar a qualidade e universalizar o acesso às políticas sociais será uma obsessão do meu novo governo.

Sei que a Saúde é um dos temas mais candentes da conjuntura, não apenas aqui, mas em todo o Brasil. Tenho consciência que nosso povo ainda não tem os serviços de saúde que merece e que é nossa responsabilidade provê-los.  A Saúde será a nossa prioridade número um.

Temos confiança na política de saúde que formulamos e estamos executando. Tomamos decisões estratégicas que lançaram as bases e fundaram os paradigmas de um novo sistema. Apoiamos os municípios na qualificação e ampliação da atenção básica, construímos reformamos e ampliamos 14 hospitais; investimos 300 milhões na nova rede; mudamos o referencial de gestão, com a criação das fundações; e  institucionalizamos a relações entre o Estado e os gestores municipais, consolidando a estrutura do SUS em nosso estado.

Grande parte das obras já foram entregues, mas ainda não concluímos a construção da rede hospitalar. Quando ela estiver plenamente implantada, acredito que vai possibilitar uma melhoria significativa na atenção à saúde, reduzindo a superlotação do HUSE e aumentando a resolutividade das unidades do interior.

Neste mandato, a grande tarefa será, portanto, fazer funcionar plenamente o novo sistema, melhorando a qualidade do serviço, aperfeiçoando a gestão, viabilizando o financiamento do custeio. Vamos trabalhar duro para melhorar o acolhimento e o atendimento dos pacientes e abriremos um amplo diálogo com os nossos servidores, as entidades de classe, a sociedade sergipana e a oposição, se ela aceitar o debate.

Aproveito este momento, para fazer um respeitoso convite à aguerrida oposição: vamos debater de forma profunda, sistêmica e programática a saúde do nosso estado. Façamos uma trégua cívica que nos permita discutir o tema sem abordagens apriorísticas nem radicalismos estéreis. Não tenho o monopólio das boas intenções. Não tenho compromisso com o erro. Estou aberto a receber sugestões e não sou imune a críticas. A única condição que imponho é que o debate se dê de forma democrática e respeitosa, sem fazer da dor alheia bandeira política, nem da morte estandarte eleitoral.  Aliás, senhores deputados da ilustrada bancada da oposição, sobre este ou qualquer outro tema de interesse público esse será sempre o meu posicionamento, seguindo a lição de Nélson Mandela: “mesmo quando o choque entre nós tiver assumido a forma mais extrema, eu gostaria que combatêssemos de acordo com os nossos princípios e idéias e sem ódio pessoal para que, no final da batalha, qualquer que seja o resultado, eu possa apertar orgulhosamente a sua mão, por sentir que lutei contra um oponente correto e valoroso que observou o código de honra e decência.

Pretendo dar continuidade aos avanços já conquistados na segurança pública. Para isso, continuaremos investindo na sua atualização tecnológica, em armas e equipamentos. Nossa meta será reduzir fortemente os indicadores de violência, em especial aqueles referentes a homicídios. Vamos fazer concursos para ampliar o contingente da polícia civil e militar, fortalecer suas presenças no interior e investir na polícia técnica.

Na Educação a meta é a qualidade. Nossa participação nos vários exames nacionais que aferem o a qualidade do ensino tem sido abaixo do que esperávamos. Pretendemos introduzir mudanças pedagógicas e de gestão que melhorem o aprendizado dos nossos alunos e recupere o prestígio do ensino público estadual.  Queremos evoluir para novos critérios, democráticos e participativos, de escolha dos dirigentes escolares. Mas, sem tornarmos a escola refém de interesses políticos ou corporativos.

Outro objetivo deste novo governo será a expansão e consolidação da rede estadual de ensino profissionalizante. Nossa meta é termos, em 2014, treze escolas técnicas estaduais em funcionamento, na capital e no interior de Sergipe.

Na Assistência social, vista como direito do cidadão, jamais como favor do governante, pretendemos ampliar o programa mão amiga, e expandir as parcerias com o governo federal em programas como o de aquisição de alimentos e a bolsa família. O Governo quer e vai se fazer mais presente ao lado dos setores mais vulneráveis da nossa sociedade, acolhendo-os, atendendo-os e ajudando-os a se incluirem plenamente na sociedade. Iremos aos povoados do interior e às periferias da capital construir laços de solidariedade com as famílias mais pobres, construindo uma aliança que ajude a evitar a ruptura do grupo familiar com o consequente avanço das drogas e da criminalidade.

Senhores e Senhoras,

O que dará sustentabilidade ao suporte social construído pelo governo será um desenvolvimento econômico impregnado de distribuição de renda e inclusão social.  Por isso, os investimentos públicos em infra-estrutura que geram emprego, melhoram a qualidade de vida, integram territórios e dotam o estado de condições indispensáveis à atração do investimento privado, continuarão. 

Nada inclui mais que o emprego com carteira assinada e direitos laborais respeitados, por isso vamos trabalhar muito para continuar trazendo novas empresas para Sergipe, sem esquecer de estimular os investidores sergipanos a acreditarem na nossa economia e no potencial do nosso mercado.

Sra. Presidente,

Encerra-se hoje um dos mais belos momentos da vida política nacional. O mandato do Presidente Lula conclui-se nesta data. Lula mostrou-se capaz de liderar o seu povo e conduzir a nação brasileira para um momento extraordinário e inédito, com crescimento econômico, distribuição de renda e mobilidade social, criando uma nova classe média que ancorou o desenvolvimento brasileiro, gerando um novo mercado interno com altíssima capacidade de consumo.

O segredo de Lula foi confiar no povo e priorizar os mais pobres. Foi entender a necessidade de um projeto nacional, integrador, capaz de reduzir desigualdades, aumentar a auto-estima do brasileiro e inserir de forma soberana o Brasil no mercado internacional e na política mundial.

Sergipe deve muito à sensibilidade do presidente Lula: nenhum outro investiu tanto em nosso estado, diretamente através de obras e programas federais ou mediante parcerias com o Estado e os Municípios.

É meu dever registrar que em todos os avanços obtidos nos últimos quatro anos há a marca da parceria republicana e da solidariedade companheira do Presidente Lula com o povo sergipano.

A ele endereço os meus agradecimentos e destino as minhas orações. Lula sai do palácio, deixa o governo, mas jamais deixará o coração do povo brasileiro, este povo reconhecido que o transformou no estadista mais popular da humanidade.

Hoje também se inaugura uma nova era: pela primeira vez na história da República uma mulher assume a Presidência. Dilma Roussef vai presidir o Brasil com a responsabilidade de continuar a obra de Lula e avançar ainda mais no desenvolvimento socioeconômico do nosso país. Desejo-lhe boa sorte, declaro meu apoio integral à sua luta e minha solidariedade à sua liderança. Espero que as parcerias do mandato Lula sejam ampliadas no governo da presidenta Dilma. Que Deus a inspire e proteja.

Caríssimos Sergipanos, Caríssimas Sergipanas,

Volto ao governo com o coração cheio de alegria e os ombros vergados sob o peso da responsabilidade. Só vale a pena a reeleição se aquele que foi reconduzido se dedicar de corpo e alma à construção de um governo melhor do que o primeiro.  Este, tenham certeza, será o meu desafio: fazer mais e melhor por Sergipe e pelos sergipanos.

Eleito por uma coligação liderada pelo Partido dos Trabalhadores, formada por…..Partidos, é meu dever reconhecer e agradecer o contributo inestimável que todos tiveram na minha reeleição. A nossa vitória foi completa: Os dois senadores eleitos, Valadares e Eduardo Amorim, integraram a minha chapa; dos 08 deputados federais sergipanos, 07 são da nossa coligação; dezoito dos 24 deputados estaduais foram eleitos por partidos da nossa base. Venci no primeiro turno e a Presidente Dilma Roussef ganhou em Sergipe nos dois turnos.

Quero, mais uma vez, desta tribuna, agradecer ao generoso povo sergipano que me deu a honra de mais uma vez representá-lo à frente do governo do estado.  Peço a Deus que me dê inteligência, saúde e coragem para honrar este mandato. Meu objetivo é o mesmo  que me trouxe aqui há quatro anos: fazer de Sergipe um grande estado e da nossa gente um povo feliz.

Aos meus familiares aqui presentes, agradeço o amor incondicional, a solidariedade ilimitada, o apoio ininterrupto, as orações cotidianas.

Aos integrantes do meu secretariado, servidores do estado e integrantes da minha administração, agradeço o empenho, o trabalho e a competência que emprestaram para o sucesso do nosso projeto.

A esta augusta Casa, ao agradecer o apoio que tive no primeiro mandato, reitero o apelo pela continuidade desta parceria republicana, que se estriba nos princípios constitucionais que garantem a independência dos poderes, sem esquecer de cobrar-lhes a harmonia.

Ao Poder Judiciário endereço os meus agradecimentos pela relação institucional de altíssima qualidade que foi mantida ao longo destes anos. Tenho certeza que, ao lado do Tribunal de Contas e do Ministério Público, poderemos continuar atuando de forma colaborativa em prol do sucesso da democracia e pela eficiente prestação de serviços aos cidadãos.

Eis-me aqui de novo, caríssimos conterrâneos, tão igual e tão diferente. A tarefa continua a mesma, mas o campo onde vou semear já não é o mesmo. Está mais fértil, mais bem cuidado, há implementos novos a auxiliar a semeadura e adubo de boa qualidade para alimentar a semente.

A experiência adquirida e o amadurecimento conquistado envelheceram a face, mas não subverteram o espírito. Ele ainda brilha de entusiasmo juvenil, inspirando novos projetos e alimentando uma esperança otimista no futuro de Sergipe e do Brasil. Não parei de sonhar, mas aprendi como tornar pos sonhos em realidade.

Escreveu Fernando Pessoa, o maior dos poetas lusos depois de Camões:

“Deus quer,
o homem sonha,
a obra nasce.”

Que os meus sonhos dialoguem com o querer divino, produzindo uma obra que, edificada no terreno da história, traduza o meu amor por minha terra e sirva  à causa da felicidade do meu povo.

Que Deus proteja Sergipe e abençoe os sergipanos.

Vencemos e Venceremos!

Viva Sergipe!

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