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A tecnologia é uma ferramenta que se tornou fundamental na vida contemporânea, desta forma, se torna indispensável pensar a cultura incluída na tecnologia. Neste contexto, o tema ‘Patrimônio Imaterial e a Era Digital’ foi proposto para embasar o Simpósio do 36º Encontro Cultural de Laranjeiras que teve início na manhã desta quinta-feira, 6, no Campus de Artes da Universidade Federal de Sergipe e que visa discutir com agentes e fazedores de cultura questões relacionadas ao patrimônio material e imaterial sergipano e sua relação com a modernidade.

Partindo deste pressuposto, foi abordado durante a segunda etapa de trabalhos no Simpósio, o Painel ‘Cultura, Tecnologia e Convergência’, que contou com a participação da professora de museologia da UFS, Janaína Melo; da diretora da Fundação Aperipê, Indira Amaral e do professor Saulo Barreto, do Instituto de Pesquisas em Tecnologia e Inovação (IPTI).

A secretária de Estado da Cultura, Eloísa Galdino, participou dos trabalhos durante a tarde e explicou a importância de se discutir tecnologia aliada à cultura. “Nós sabemos o quanto a internet ajuda a difundir inúmeras coisas e com a cultura não pode ser diferente. Através desta ferramenta, nós poderemos trabalhar a educação patrimonial, sobretudo com a juventude, por isso, trazer para este simpósio um tema tão atual, se faz importante, pois nós sabemos o quanto as pessoas utilizam maciçamente esta mídia, inclusive através das redes sociais, que podem ajudar a expandir e preservar o nosso patrimônio cultural. Portanto, com este tema, queremos mostrar que toda apresentação artística pode ganhar o mundo”, completou a secretária.

A professora de Museologia, Janaína Melo, afirmou que já existem projetos que visam à preservação patrimonial, que fomentam a criação e manutenção de blogs e a difusão da informação através da internet e mostra o quanto o fomento a esta prática é importante. “Através deste projeto nós levamos as pessoas a locais históricos e buscamos identificar o que eles percebem como patrimônio. A partir daí eles fotografam, filmam e identificam o que para eles deve ser preservado e montam seu blog”, explicou a professora.

Outro olhar

A presidente da Fundação Aperipê, Indira Amaral, por sua vez, defende que independente da plataforma com a qual a informação é passada, o mais importante é o conteúdo que é transmitido.

“Acredito que a mídia e a tecnologia tem papel fundamental na expansão da cultura, e penso que nenhuma mídia deve ser esquecida neste processo, todas elas têm muito a oferecer e devem ser exploradas, seja ela TV, rádio ou Internet. Hoje, não se imagina uma TV que não tenha um site ou um canal de comunicação com seu público, dessa forma podemos ver o quanto essas mídias se complementam”, apontou Indira, ressaltando ainda que a TV Pública de Sergipe está conectada e preparada para as novas tecnologias. “Somos a primeira TV aberta com conteúdo disponível para celulares, ou seja, qualquer pessoa no mundo, que desejar assistir a programação da Aperipê TV, pode baixar o aplicativo e ver toda a nossa programação”, finalizou.

Já o professor Saulo Barreto do IPTI, explanou sobre cultura digital e comentou acerca da injeção que foi dada nas culturas populares através da criação dos Pontos de Cultura pelo Governo Federal. Para ele, a cultura digital deve disseminar e preservar as manifestações culturais de um povo, protegendo o que o faz ser diferente e único.

“Através dos Pontos de Cultura o MinC buscou chegar às comunidades fazedoras de cultura e incentivá-las a não parar de produzir e disseminar sua produção. Afinal, o século XXI aponta um cenário baseado na sociedade da informação, através de um discurso que está materializado nos saberes locais, que é exatamente o que diferencia um lugar do outro. Hoje, isso é muito valorizado e deve sempre continuar sendo, pois o que existe no mundo hoje, e que muitos países buscam resgatar, é justamente  a cultura do diferente, é aquilo que faz algo ser específico localmente, e isso está essencialmente baseado nas pessoas que fazem a cultura local”, disse.

Participantes

Durante todos os debates o auditório do Campus de Artes da UFS se manteve lotado de agentes e fazedores culturais que buscavam ali informações e discussões produtivas para a cena cultural sergipana.

O estudante de teatro Francis Oliveira, por exemplo, estava bastante entusiasmado com o painel, e mostrou seu interesse em que temas como este se torne realidade. “A tecnologia é uma ferramenta que sem dúvida tem muito a ser explorada e a cultura é uma dessas áreas que carecem dessa força. Acredito com o fortalecimento deste debate as mídias irão massificar ainda mais o acesso a cultura através da internet e isso é muito positivo, pois ao mesmo tempo que desenvolve, preserva nosso patrimônio”, declarou.

Já o historiador Fernando Aguiar, que há 20 anos acompanha o Encontro Cultural de Laranjeiras, participou com muita alegria de mais um Simpósio e lembrou que é praticamente impossível se pensar em cultura na sociedade contemporânea sem aliá-la a tecnologia.

“Em uma sociedade sustentada pela visão tecnológica, não há como se dialogar setores que preservaram um conjunto de tradições sem estabelecer uma conexão com essas tecnologias. Porém, acredito que o que deve ser preservado são os elementos que salvaguardaram essas memórias a partir deste conjunto de tradições, afinal, abrir uma discussão sem abranger esses mestres é muito mais difícil, então acredito que este é um tema pertinente e que ainda tem muito a ser discutido com nossos produtores de cultura”, complementou.

Nesta sexta-feira, 7, tem mais um dia de muitos debates no Simpósio do Encontro Cultural de Laranjeiras, com a presença de Adauto Soares, da Unesco; Joyce Peixoto, do Instituto Recriando; além da professora Carla Rimkus e da secretária de Cultura de São Cristóvão, Aglaé Fontes. Já durante a tarde haverá uma mesa redonda com jovens mestres do Estado, além das presenças de João Paulo Marôpo, da Fundação Casa Grande, Nova Olinda (CE); Bárbara Cristina, líder das Taieiras de Laranjeiras e Arycleiton Rodrigues, do Maracatu Estrela Brilhante de Igarassu (PE).

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