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O homecare não é privilégio apenas para os conveniados de planos de saúde. Os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) também contam com a assistência médica em casa. Em Sergipe, o serviço é prestado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), através da Fundação Hospitalar de Saúde, por meio do setor de Oncologia do Huse. Os pacientes são atendidos na residência por uma equipe multidisciplinar de Cuidados Paliativos, conforme preconiza a Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Cuidados paliativos é uma abordagem multidisciplinar para pacientes e familiares que se encontram fora de possibilidades terapêuticas curativas para prevenir e aliviar o sofrimento físico e psicossocial”, definiu a coordenadora do Cuidados Paliativos do Huse, a médica Vanderlúcia Dultra.

A equipe é formada por um psicólogo, uma médica, uma assistente social, uma enfermeira e uma técnica de enfermagem, além do motorista. As visitas domiciliares são realizadas diariamente, de segunda à sexta. São três visitas por dia durante cinco dias na semana, realizadas pela médica e técnica de enfermagem. E de duas a três por dia, durante dois dias na semana, realizadas pelo psicólogo e assistente social. Vale ressaltar que, mediante a necessidade, a visita é realizada por todos os membros da equipe.

“É ótimo receber esse cuidado em casa”, disse Vera Lúcia Sílvia Menezes, filha da paciente Avelina Carvalho Silva, 86. Ela, que é uma das usuárias encaminhadas pelo oncologista ao serviço, conta que durante quatro anos labutou levando a mãe uma vez por mês ao Huse para fazer a quimioterapia.

Dona Avelina não anda mais e precisa da cadeira de rodas e da ajuda de familiares para se locomover. “Era muito ruim. A gente pegava o táxi com dificuldade ou então quando meu irmão podia nos levava”.

“Atendemos todas as classes sociais”, ressaltou a coordenadora. O acesso ao serviço é mediante a solicitação do médico oncologista assistente. Geralmente, são pacientes idosos, mas todos têm em comum a gravidade da doença e a dificuldade de locomoção.

Maria Célia Silva Miguel, 57, mora com a filha em um apartamento de classe média, na zona Sul da capital. Ela descobriu que tinha câncer no pulmão há um ano e vinha realizando o tratamento custeado pelo plano de saúde. Mas, no final de outubro, o quadro se agravou.

Ela perdeu a capacidade de andar e de falar por conta da metástase que atingiu o cérebro. Ela foi encaminhada ao serviço que funciona no ambulatório de Oncologia do Huse e, desde então, a assistência médica passou a ser feita em casa. Só este mês a equipe coordenada por Dra. Vanderlúcia esteve três vezes no apartamento dela. A última foi na segunda-feira, 25 de novembro, com agendamento de retorno para dois dias após, 27 de novembro. “O número de visitas depende da necessidade do paciente”, explicou Vanderlúcia Dultra.

A filha dela, Vanessa Silva, recebeu a equipe. “Em casa, minha mãe se sente mais confortável. É muito difícil enfrentar isso tudo”, confidenciou a jovem. O psicólogo do Cuidados Paliativos, Pedro César do Prado Santos, fez contato com a paciente e conversou com a filha. Orientou a jovem sobre a importância dela manter o contato visual e conversar com a mãe. “Tentamos mostrar que eles não estão sós”, disse Pedro César.

“A equipe vai apenas a endereços de residências na Capital e na Grande Aracaju. Os pacientes do interior não ficam desassistidos porque são encaminhados pelo ambulatório do Huse às equipes do PSF de seus municípios que os assistem em casa”, explicou a médica.

Durante as visitas, a médica avalia o paciente, prescreve medicamentos, orienta a família quanto aos cuidados. O psicólogo aborda os familiares e também a paciente.

Na visita à casa de Maria Célia, a assistente social, Agda Susan dos Santos Andrade, orientou Vanessa Silva e a técnica em enfermagem, Sílvia Letícia Rocha de Souza Silva, ajudou a médica na dispensação dos remédios. “É muito gratificante estar nessas visitas”, resumiu a técnica.

Para a médica Vanderlúcia, nada melhor para o paciente grave do que ser atendido no conforto do seu lar. “Ele e a família percebem que estão sendo cuidados. O cuidado paliativo melhora a sobrevida do paciente”, avaliou. “O paciente e seus familiares se sentem mais acolhidos”, complementou o psicólogo.

O Cuidados Paliativos não atende somente em domicílio. O serviço assiste no ambulatório atualmente cerca de 60 pacientes.

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