Crianças assistidas pela Prefeitura de Aracaju ficam encantadas com a dança e músicas do Ilê Aiyê
As atividades fizeram parte projeto Ilê Aiyê – O Mais Belo dos Belos, trazido a Aracaju pela Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Esportes (Funcaju). A ansiedade da garotada era visível e a vontade de participar das oficinas aumentou depois que todos os componentes do grupo se apresentaram.
“Quero muito participar das oficinas, principalmente da de percussão, porque eu já pratico lá no Criança Cidadã”, disse Gilberto dos Santos, 17 anos. Antes que pudesse tocar, Gilberto e todas as outras crianças presentes ouviram atentamente as explicações dadas pelos músicos do Ilê Aiyê sobre o nome e a função de cada instrumento utilizado.
Oficinas
Cada criança escolheu de que oficina gostaria de participar e todos foram divididos em dois grupos. Conduzidas pelas bailarinas do Ilê, as crianças que optaram pela oficina de dança foram levadas a uma sala e, juntamente com dois músicos que faziam a marcação do ritmo, aprenderam os primeiros passos.
“Eu adorei tudo, ainda mais porque eu gosto muito de dançar”, disse Luana Vasconcelos, 10 anos, aluna da Escola Municipal Diomedes Silva, no bairro Santa Maria.
Quem preferiu participar da oficina de percussão pôde tocar diversos instrumentos como o surdo, tambor de som mais grave que serve para marcar o ritmo das músicas, e o cobel, feito de metal e tocado com uma baqueta de madeira, emitindo um som mais agudo, parecido com o de um sino.
“Eu achei muito bom aprender a tocar e fiquei com vontade de tocar mais”, disse David dos Santos, de apenas 8 anos. Ele também é aluno da Escola Diomedes Silva, e faz aulas de capoeira, futebol, dança e canto-coral dentro da jornada complementar do projeto Recriando Caminhos, de que participam cerca de 1000 crianças da rede municipal de ensino. O projeto é mantido pela ONG Missão Criança Aracaju em parceria com a prefeitura, o Unicef e a Petrobras.
Aspecto social
As educadoras do projeto Criança Cidadã não resistiram à musicalidade do Ilê Aiyê e também caíram na dança. “O coração e o sangue negros não deixam a gente ficar parada”, disse Amanda Rodrigues, professora de teatro. “Mas o melhor do encontro com o Ilê é a oportunidade que os meninos têm de conhecer sua própria cultura, e aceitá-la como parte de suas vidas”, enfatizou.
A professora de dança Lígia Borges, também do Criança Cidadã, destacou as oficinas como resgate da identidade cultural. “É uma excelente maneira de reafirmar a auto-estima das crianças”, garantiu. Lígia participou de toda a oficina de dança e disse que vai levar o que aprendeu para o projeto. “O que vi aqui vai me ajudar a desenvolver novas aulas e melhorar o nosso trabalho”, disse.
Para Lucinete Araújo, educadora e bailarina do Ilê Aiyê, o contato com a dança pode dar outra visão de mundo às crianças. ”A gente deixa de ser apenas um bloco de carnaval e busca levar arte e cultura para quem não tem oportunidade”, disse. “Na minha opinião, a arte é a melhor forma de incluir estas crianças e tirá-las da marginalidade”, concluiu.
Ilê Aiyê mirim
No final da manhã, as turmas de cada oficina mostraram tudo o que aprenderam e, juntas, tocaram e dançaram ao som dos ritmos afro-baianos do Ilê Aiyê. Visivelmente emocionada, a coordenadora de projetos da ONG Missão Criança Aracaju, Maria Luci Silva, resumiu o sentimento de todos os que trabalham com as crianças. “É em momentos como esse que a gente percebe e tem certeza de que todo o trabalho que fazemos vale a pena”, disse.
Amanhã, dia 13, às 14 horas, a garotada atendida pela ONG Criliber e pelo Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua (MNMMR) vai dançar e tocar na sede da ONG, localizada na rua Riachão, 733, bairro Cirurgia. Outras crianças interessadas em participar da oficina de amanhã deverão ligar para a Funcaju. O telefone para contato é 3179-2176.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]
- Crianças assistidas pela Prefeitura de Aracaju ficam encantadas com a dança e músicas do Ilê Aiyê – Fotos: Márcio Dantas AAN Clique na foto e amplie