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A utilização da literatura de cordel em sala de aula é crescente. Seja para estimular a leitura, auxiliar na alfabetização ou até mesmo introduzir um conteúdo, os professores vêm aproveitando esses livretos com histórias e lendas populares de linguagem simples, e de fácil leitura, para interagir com os alunos e apresentá-los à cultura popular, muitas vezes desconhecida por eles.

Adepta do cordel como ferramenta didática, a professora Elenilda Novaes de Souza, que utiliza o cordel em sala de aula desde 2009, acredita que todos os professores deveriam utilizar este recurso, que é simples e de boa aceitação pelos alunos – principalmente na educação básica. “Além de servir para incentivar o hábito e o prazer da leitura, valoriza a cultura sergipana e os alunos adoram”, afirmou.

A professora explica que passou seis meses utilizando a literatura de cordel com seus alunos. “Primeiro apresentei a literatura de cordel aos alunos, discutimos sobre o tema, e encerramos o projeto com a produção de cordel dos alunos”, disse Elenilda. Segundo o professor do projeto Mova Brasil, Gilmar Ferreira, a principal função pedagógica do cordel é contribuir com a formação dos alunos e levar cultura para sala de aula.  Gilmar ministrou uma palestra sobre o tema na ultima edição do ‘Ponto de Encontro do Proler’.

Comércio de cordel

O uso mais frequente em sala de aula influencia também o comércio dos livretos. De acordo com o vendedor Joelson Santana, as crianças estão procurando mais pela literatura de cordel, incentivados pelos professores nas escolas. “Antes eram basicamente turistas e adultos que compravam, hoje o público mudou”, afirma Joelson, que vende os cordéis escritos por seu pai, Firmino Cabral, e também vindos de São Paulo e Fortaleza.

Em sua banca, localizada no mercado Thales Ferraz, em Aracaju, as produções são expostas na forma tradicional, em barbantes, e também são dispostos em uma mesa. Os temas são os mais variados, desde o cangaço até temas atuais, como a corrupção política e o caso do mensalão. Entretanto, segundo o vendedor, a preferência das crianças é outra. “Elas gostam mais  dos de comédia”, afirma o vendedor.

Na opinião de Joelson, que ganha a vida vendendo cordel, o uso dos livretos de forma didática com as crianças é muito bom. “É importante porque valoriza a cultura, e ensina as crianças a valorizar as coisas da terra”, finaliza.

Cordel e pesquisa

Cordelista e professor, Francisco Passos Santos – ou como é popularmente conhecido ‘Chiquinho do Além Mar’ – procura mesclar em suas aulas a literatura de cordel com a língua portuguesa. Para o professor, é de suma importância que o alunado tenha acesso a esses livretos, só assim estarão mais próximos de sua cultura.

“A ideia de inserir o cordel em minhas aulas tem dois motivos. O primeiro é o de fortalecer a leitura nas escolas e o segundo de fortalecer a escrita. Pois se você lê, você escreve melhor. Além disso, é imprescindível que o aluno conheça e identifique sua própria cultura, só assim ele terá sua identidade e não se apegue a cultura que não é sua [de outros países]”, explanou o professor.

É por toda a importância que o cordel tem em sua vida que Francisco, ao terminar sua graduação, decidiu fazer seu trabalho de conclusão de curso com a seguinte temática: ‘A importância e a eficácia do cordel em sala de aula’. “A temática de minha monografia foi voltada para este assunto. Através do cordel podemos estudar semântica, rimas, classes gramaticais, além da nossa história. O cordel é instrumento fortíssimo e ele tem que ser inserido em sala de aula”, finalizou.

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