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Consolidar os avanços decorrentes da mudança no modelo de atenção às pessoas com transtornos mentais e avaliar o desenvolvimento da política de saúde mental em Sergipe. Estas são algumas das metas da 3ª Conferência Estadual de Saúde Mental – Intersetorial, aberta na manhã desta segunda-feira, 24, no auditório do Hotel Parque dos Coqueiros. O evento, que segue até esta terça, 25, tem como tema a ‘Saúde Mental, direito e compromisso de todos: consolidar avanços e enfrentar desafios’.
 
Em discurso na abertura da conferência, a secretária de Estado da Saúde, Mônica Sampaio, ressaltou que um dos eixos prioritários da Reforma Sanitária e Gerencial do SUS em Sergipe é a atenção psicossocial. “Com a instituição da Reforma Psiquiátrica, temos que evoluir na prática. Esta é uma luta que não é só do gestor, é também do trabalhador e do usuário”, disse, acrescentando que acredita nesta luta e que é militante da área por ter experiência familiar.
 
“Mas, precisamos aumentar o engajamento da sociedade, que é responsável por vários adoecimentos mentais, como é o caso das drogas. Precisamos buscar a reabilitação das pessoas através da estratégia de redução de danos e do resgate da cidadania”, completou. Segundo Mônica Sampaio, em breve, o governador Marcelo Déda fará a apresentação da Política Estadual de Combate ao Crack, que envolve, além da Saúde, outras secretarias estaduais, como Inclusão Social e Educação.
 
Conforme Ana Raquel Santiago, diretora de Atenção Psicossocial da Secretaria de Estado da Saúde (SES), a conferência, que envolve a participação de cerca de 500 pessoas, deve promover o debate da saúde mental com os diversos setores da sociedade no atual cenário da mudança do modelo assistencial.
 
“Durante as conferências municipais e regionais, confeccionamos o regulamento da etapa estadual que será levado para a conferência nacional no próximo mês em Brasília, contemplando o desenvolvimento de ações intersetoriais com ênfase nos direitos humanos, assistência social, educação, cultura, justiça, trabalho, esporte, entre outros”, enfatizou a diretora.
 
Consolidação
 
Para a psicóloga Renata Déda, coordenadora do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Dona Zifinha, em Simão Dias, esta conferência vem para consolidar os avanços na área. “Temos ainda muitas dificuldades, mas os avanços com a Reforma Psiquiátrica foram enormes até aqui”, ressaltou.
 
Segundo a psicóloga Ísis Lessa, coordenadora do Caps Carmem Prado Leite, em Estância, que realizou um fórum de saúde mental, é preciso compartilhar a discussão, já que o principal objetivo da política nacional é inserir os portadores de transtorno mental na sociedade.
 
É o que completa a conselheira estadual de Saúde, Vera Lúcia Tavares, presidente da Associação Comunitária de Apoio às Mulheres de Aracaju. “Sou usuária de Caps, pois tenho um filho especial e acho a conferência um local de buscar alternativas para melhorar a oferta de serviços, escutando as necessidades comuns dos usuários. É um local muito aberto, onde todos nós podemos opinar”, enfatizou.
 
Para o psicanalista Antonio Lancetti, referência histórica da Reforma Psiquiátrica no Brasil, Sergipe é o primeiro Estado do país a ter cobertura de Caps em 100% de seu território. “E isso em tempo recorde. Eu fico impressionado como aqui a luta antimanicomial é vista como algo positivo. O espírito das pessoas desta conferência é de alegria, é emocionante. Diferentemente de outros estados, que nem sequer teve conferência de saúde mental, mas apenas uma plenária”, frisou o psicanalista, que também é consultor do Ministério da Saúde.
 
Prêmio ‘Senhor dos Labirintos’
 
Durante a cerimônia de abertura, representantes dos usuários, trabalhadores e gestores do SUS que contribuíram com a saúde mental em Sergipe receberam o Prêmio ‘Senhor dos Labirintos’, uma homenagem a Arthur Bispo do Rosário, artista sergipano que viveu enclausurado num manicômio no Rio de Janeiro, tido como louco, mas que, após sua morte, suas obras foram reconhecidas internacionalmente.
 
Receberam o prêmio o governador Marcelo Déda, representado na pessoa da secretária Mônica Sampaio; a própria secretária de Estado da Saúde; a assistente social Maria Antônia dos Santos Lima; o médico Emanuel Messias Monteiro; o médico e deputado estadual Rogério Carvalho; a psiquiatra Ana Angélica Salmeron; o psicólogo José Augusto Oliveira; a promotora de Justiça, Berenice Andrade; a psiquiatra Maria Helena Ávila; o usuário Cristiano de Almeida Lima; e a promotora Miriam Tereza.
 
A diretora de Atenção Psicossocial da SES, Ana Raquel Santiago, que é psiquiatra, também recebeu uma homenagem especial. A cerimônia de abertura contou com a participação da Orquestra Filarmônica Santa Terezinha, da cidade de Moita Bonita. E, no auditório onde acontece o evento, estão expostas réplicas de algumas obras de Arthur Bispo do Rosário.

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