Concurso de paródias envolve adolescentes na luta contra a Aids
Com o apoio das secretarias Estaduais e Municipais de Educação e de Saúde e da Federação das Escolas Particulares, além da participação de escolas federais, a realização desse festival foi possível.
Começando com o trabalho de prevenção com os adolescentes sobre DST/Aids, passando pelo processo de composição das músicas a serem selecionadas para o concurso, ambos feitos nas escolas, e culminando com o festival, essa mobilização conseguiu unir o útil ao agradável: trabalhar questões como DST/Aids, gravidez na adolescência e sexualidade de forma lúdica e alegre.
Todas as escolas da rede municipal concorreram. No entanto, apenas três tiveram suas paródias selecionadas a concorrer como finalistas: as Escolas Municipais de Ensino Fundamental José Araújo Santos, José Conrado de Araújo e Carvalho Neto.
“Aids em Mim”, paródia da aluna Jaqueline dos Santos, da Emef Carvalho Neto, foi uma das finalistas da tarde de ontem. Outra das concorrentes foi “Aids Não”, paródia da canção “Criminalidade”, de Edson Gomes, composta e interpretada por Ronaldo Oliveira Souza, da Emef José Araújo Santos.
Segundo a coordenadora pedagógica da escola, Julita Batista, o esforço dos alunos nesse processo educativo foi substancial. “Os alunos se sentiram valorizados e acabaram por se esforçar muito a fim de mostrar o quanto eles conseguem participar de todos os eventos e de todo e qualquer processo educativo”, informou. Ela ainda acrescentou que eles tinham a ânsia de mostrar para outras pessoas o que sabiam e o que podiam ensinar. “Após assistirem várias palestras e vídeos e de participarem de debates sobre os temas, eles partiram bem confiantes para a composição das letras. O que vai ficar marcado é que todos que participaram tiveram a oportunidade de ver que qualquer um pode ser selecionado, não importando a rede que estuda. Dessa forma eles se viram realmente incluídos na sociedade”, afirmou.
A escola José Conrado de Araújo concorreu com a composição “DST”, composta por Jonas Pereira Lima, 8ª série, que parodiou a canção “VOCÊ”, de Tim Maia. “Substituí ‘você’ por ‘DST’ e o resto da letra apenas fluiu, de forma bem fácil. Antes, eu demorei algum tempo procurando alguma música que encaixasse DST, porque eu queria mesmo era falar das doenças; todo mundo de certa forma sabe que tem que se prevenir e fala sobre isso o tempo todo, o interessante é saber o que vem depois”, explica Jonas Lima.
Quanto à competição Jonas afirma se sentir lisonjeado em poder representar a escola. “Poder defender essa escola é tudo pra mim. Não estou atrás da vitória, quero mesmo é fazer com que o pessoal ouça a minha paródia, ouça a mensagem que eu vim passar”.
As oficinas e discussões realizadas em cada colégio, para que os estudantes analisassem o tema da Aids, tinham uma finalidade ainda muito mais efusiva: a de retardar o efeito do estigma imposto aos adolescentes como sendo imunes à doença. “Por muito tempo as pessoas acreditavam e julgavam que a Aids só ocorria em pessoas adultas. Essa idéia acabou prejudicando todo o processo de prevenção da epidemia. Hoje se observa que a epidemia se dá principalmente entre pessoas de 20 a 25 anos e que geralmente essas pessoas adquiriram a doença cinco anos antes, ou seja, entre 15 e 20 anos, quando ainda eram adolescentes. Então, é entre os adolescentes que está crescendo o número de casos de infectados pelo vírus HIV. Por isso é muito importante mobilizar e fazer esse trabalho de prevenção rotineiramente com os alunos para que a gente cause um impacto na redução da epidemia”, explicou o coordenador do projeto, José Eudes Barroso.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text] [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]
