[vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]

Quando o alemão Carl Orff imortalizou uma das obras mais importantes e complexas já produzidas na área da música, não imaginou que um dia a grande Orquestra Sinfônica do menor estado do Brasil iria resgatar e apresentar a Carmina Burana com tanta emoção, talento e intensidade.

A Orquestra Sinfônica de Sergipe (Orsse) surpreendeu mais uma vez a todos que assistiram o concerto de encerramento da temporada 2010, realizado na noite desta quarta-feira, 22, no Teatro Tobias Barreto. Sob a direção artística do maestro Guilherme Mannis, comando da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), e patrocínio do Instituto Banese, a Orsse apresentou ao público uma programação harmoniosa e apaixonante para encerrar a temporada com o clima de celebração e a sensação de dever cumprido.

A primeira peça da noite foi o Concerto n° 23, de Mozart, executado brilhantemente pelo solista já conhecido da Orsse, o pianista Amaral Vieira. Após o concerto para piano de Mozart, a orquestra surpreendeu todo o público com a esplendorosa Carmina Burana, obra baseada em textos medievais, e considerada pelo cenário crítico e artístico como uma das mais complexas e belas obras da música erudita.

Para a secretária de Estado da Cultura, Eloísa Galdino, encerrar a temporada 2010 de uma maneira que explorou toda a potencialidade do grupo é uma forma de celebrar o sucesso obtido em 2010 e preparar o público para outras grandes surpresas em 2011. “A orquestra encerrou a temporada 2010 em grande estilo e com a casa cheia, e não haveria melhor forma de finalizar essa temporada em que a orquestra realizou apresentações tão importantes na capital, em alguns municípios sergipanos, e num importante festival de música. Hoje é uma forma de o público prestigiar e valorizar esse trabalho com um concerto de Natal que mostra que a nossa orquestra já firmou uma relação afetuosa com a comunidade e com o público sergipano, e já é considerada um patrimônio nosso”, destacou.

O diretor artístico e maestro da Orsse, Guilherme Mannis, comemorou o sucesso do concerto, relembrando a trajetória de sucesso trilhada pelo grupo em 2010. “A Carmina Burana é uma peça que utiliza a orquestra em toda a sua plenitude, é uma peça completa e complexa, e eu estou muito satisfeito com a performance de hoje. O público compareceu, aplaudiu e os músicos e os coros deram tudo de si. Não poderia ter sido melhor, posso afirmar que hoje foi uma das noites mais especiais e emocionantes da minha carreira como maestro. Além disso, esse concerto foi uma forma de relembrar a grande temporada de sucesso, presenteando o público sergipano com duas obras fantásticas, e de difícil execução”, ressaltou.

Gran finale

A grande surpresa para o público neste concerto de final de ano foi a harmonização das duas obras apresentadas. A primeira delas, o Concerto nº23 para piano e orquestra do austríaco Wolfgang Amadeus Mozart, abriu o concerto apresentando toda a sutileza dos movimentos e a sintonia entre orquestra e piano, uma característica comum em todos os concertos de Mozart. Para o pianista e solista, Amaral Viera, a escolha desta obra de Mozart não poderia ter sido melhor, pois é um concerto que possui uma expressividade especial.

“A Orquestra Sinfônica de Sergipe realizou uma temporada muito vitoriosa. O grupo conseguiu fazer uma campanha muito bem sucedida na área musical e que está sendo reconhecida no país inteiro. Eu abri este concerto inesquecível com uma das obras de Mozart, que é muito bonita, de uma expressividade especial, e eu estou muito feliz em ter voltado a tocar para esta plateia calorosa, com esse programa harmonioso, que ao mesmo tempo combina o tradicional com a novidade, que foi a estreia da Carmina Burana, um ato especialmente auspicioso da Orsse, pois esta é uma das obras capitais mais importantes do século XX e que foi apresentada com maestria em sua primeira vez aqui em Sergipe”, assegurou o pianista.

Após a brilhante apresentação do concerto n º23 de Mozart, foi o momento de o público contemplar uma das obras mais aclamadas do século XX, Carmina Burana. A obra é uma coletânea de textos medievais que foram arranjados e transformados em cantata homônima pelo compositor alemão Carl Orff. A cantata é estruturada em prólogo, emoldurada por um símbolo da Antiguidade, a roda da fortuna. Esta é uma parábola da vida humana exposta a constantes mudanças, e requer três solistas (um soprano, um tenor e um barítono), dois coros, pantomimos, bailarinos e uma grande orquestra.

Para interpretar a voz feminina da cantata, a soprano Gabriela Pace foi a convidada da noite. Vinda de uma família de músicos, Gabriela Pace é detentora de prêmios importantes na área da música e fez grandes participações em obras como Carmem, La Bohème, e O Guarany, e fez uma sublime participação em Carmina Burana. “A Carmina Burana é uma coletânea de canções profanas, composta por uma série de textos que aborda a roda da vida, e é realmente muito boa a sensação de ter interpretado a obra. Essa orquestra é maravilhosa, eu tive o prazer de conhecer há aproximadamente três anos, e é incrível o crescimento que eles vem tendo nesses últimos anos. Fiquei muito impressionada pela qualidade do grupo, pela dedicação e interpretação deles. Estou muito feliz em ter me apresentado aqui”, disse.

A apresentação da Carmina Burana impressionou a todos e reafirmou a orquestra como sendo uma das orquestras mais completas do país. “A gente vem notando a evolução do grupo e sempre acompanhamos de perto todo esse trabalho, e realmente, a Orsse está entre as melhores orquestras das que tivemos oportunidade de prestigiar no país. E é muito gratificante para mim, que sou sergipano contar com esse apoio cultural no estado. O grupo sempre tem me surpreendido positivamente, e hoje não foi diferente”, afirmou o médico André Leite Monteiro acompanhado de sua esposa e também médica, Fabíola Pollachi.

Conquistas

A temporada 2010 da Orsse realizou grandes apresentações, entre elas a Ópera Aïda, que foi apresentada em forma de concerto, e englobou grandes talentos do Estado, como a Lira Sancristovense, além de solistas da nossa terra, e o Coro Sinfônico, o que resultou em um espetáculo único, que lotou o Teatro Tobias Barreto e plantou uma nova semente para futuras produções do mesmo segmento.

Além da Ópera, a série ‘Maestros Convidados’, trouxe regentes de vigor internacional, como Roberto Tibiriçá, Isaac Karabtchvesky, Marcelo de Jesus, entre outros que, com suas novas idéias, coroaram ainda mais o trabalho musical no Estado. Além deles, inúmeros solistas fizeram emocionantes apresentações, a começar pelo grandioso Nelson Freire, considerado, pela crítica especializada, como um dos 10 maiores pianistas do século, além de nomes como Gilberto Tinetti, Pavel Gomziakov, Ricardo Castro, Daniel Guedes, entre outros. O talento sergipano não ficou de fora nessa jornada: Eduardo Garcia, Cláudio Alexandre, Jonatas Matias, Manoel Vieira Jr. foram destaques, e ainda execuções de composições e arranjos do pianista e regente do coro sinfônico, Daniel Freire.

Outro grande triunfo do grupo foi a participação no 41° Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão, o maior e mais importante festival de música da América Latina. Neste evento, pode-se dizer que Orsse foi a embaixatriz da cultura do Nordeste: nos últimos 20 anos nenhuma orquestra profissional da região havia se apresentado no aclamado Festival.

A Orsse também incentivou a criação de um coro infantil que realizou uma participação importante no concerto de encerramento. Para a jornalista Célia Silva, mãe de uma das integrantes do coro infantil da Orsse, a iniciativa de criar um coro para as crianças é uma forma de incentivá-los  por meio da música. “Acho a iniciativa de elaborar um coro infantil fantástica. A minha filha estuda música no Conservatório, que também é uma instituição do Estado, assim como a Orsse, e essa oportunidade de ela estar exercitando o seu aprendizado em música com a orquestra sinfônica, que é a nata da música erudita no nosso estado é maravilhosa. Eu estou muito satisfeita com o trabalho da Orsse, e o concerto foi maravilhoso, surpreendente”, declarou.

Além das inúmeras apresentações no Teatro Tobias Barreto, a orquestra, a exemplo dos anos de 2007, 2008 e 2009, também realizou uma produção de caráter pioneiro em Aracaju com a série de Concertos na Catedral Metropolitana e magníficas apresentações pelo interior de Sergipe, na série “Orquestra na Estrada”, com um total de oito cidades contempladas, onde através de concertos didáticos e com repertório adequado, os cidadãos puderam conhecer e se orgulhar de terem uma orquestra.

E o público já está ansioso pela programação de 2011. “Eu sempre aprecio os concertos da orquestra. O grupo é muito bom, e o que eu vi hoje foi uma apresentação de primeiro mundo, foi uma surpresa excelente. O grupo conseguiu se superar e fechar o ano com chave de ouro, já estou aguardando as boas surpresas que eles com certeza nos trarão no próximo ano”, finalizou o aposentado Adalberto Sabino dos Santos.

[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text] [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Comments are closed.