Comunidade com mais de 300 anos comemora ações do Governo do Estado
Uma das moradoras mais antigas do quilombola Pontal dos Crioulos, dona Marina de Oliveira, 89 anos, foi a primeira a receber uma das 17 novas moradias, entregues pelo governador Marcelo Déda, no início da tarde desta quarta-feira, 20, no povoado a 10 quilômetros da sede de Amparo do São Francisco. Já instalada na casa de alvenaria de paredes brancas e janelas vermelhas, a aposentada demonstrava a satisfação de ter o direito de uma comunidade de cerca de 300 anos reconhecida pelo Governo do Estado. "Tem dois meses que deixei a de taipa para morar nessa daqui. É mais conforto, mais saúde, menos poeira", resume dona Marina.
A ação do programa ‘Casa Nova, Vida Nova’ já mudou também a rotina de poeira, taipa e mosquito da rendeira Maria Elisângela de Araújo, 27. "Na casa antiga era só um cômodo e o banheiro ficava armengado lá fora. Agora minha casa tem dois quartos e já deu até para aprontar o quarto da minha menina", relata Elisângela, mãe de Ingrid, 1 ano e 10 meses.
As moradias de alvenaria, que substituíram as de taipa, foram construídas com dois quartos, sala, cozinha e banheiro. No total, serão 37 moradias para a comunidade de 120 famílias de Lagoa dos Campinhos, que abriga os povoados Criolo, Pontal, Serraria e Lagoa Seca.
O pescador Antônio Fernandes Rodrigues, 45, cresceu na comunidade carregando madeira e barro para construção das casas de taipa e lutando para manter a memória e conquistar os direitos dos moradores remanescentes do quilombo. "Essas novas casas têm para gente um valor muito importante porque representa nosso suor e nossa batalha para ser reconhecido como quilombola e como parte da história de Sergipe", disse o pescador, membro da coordenação colegiada da comunidade de Lagoa dos Campinhos.
Crucifixo na parede, caçarolas improvisadas no paneleiro, cachorro na sombra do quintal, a nova casa da moradora Maria Tânia Martins, 46, agora oferece a infra-estrutura que ela sempre quis para criar os sete filhos. "É simples, mas é digno. Tem banheiro com encanação, tem parede de verdade, e a gente não fica mais preocupada com o barbeiro", disse a moradora.
O programa de erradicação da casa de taipa vai finalizar, ao todo, 261 casas, no valor de R$2.709.731,80. Os recursos são provenientes do Fundo de Combate à Pobreza, composto por recursos estaduais, oriundos da arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). Até agora, foram construídas 91 casas em dez povoados de quatro municípios – Riachuelo, Salgado, Amparo do São Francisco e Arauá.
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- Comunidade com mais de 300 anos comemora ações do Governo do Estado – Foto: André Moreira