Centro de Oncologia celebra o Natal com a chegada do Papai Noel

Orações de agradecimento e pedidos de renovação. Foi com uma missa especial que o Centro de Oncologia do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse) iniciou sua programação natalina. O evento, realizado nesta quinta-feira, 16, contou com a presença do governador Marcelo Déda, que se encontrava no Huse por conta da inauguração do novo pronto-socorro.
 
Durante a celebração, o padre Givanildo falou sobre a importância do nascimento de Jesus para a humanidade. Palavras que motivaram reflexões entre pacientes, acompanhantes e funcionários. “Precisamos trabalhar sempre com o coração voltado para o bem. Só a fé nos fortalece e nos ajuda a acreditar que tudo é possível”, disse a enfermeira Meire Jane.
 
Depois dos louvores, o grupo Mama Fest, formado por pacientes com câncer de mama, realizou uma apresentação teatral recontando a passagem bíblica do filho de Deus. O presépio vivo foi encenado e cantado pelas mulheres que hoje servem de exemplo para aquelas que acabaram de receber o diagnóstico. “Queremos mostrar que a doença não é uma sentença de morte, é apenas o início de tudo, um recomeço para enxergar a vida de outra forma”, desabafou Iraci Silva.
 
Papai Noel
 
Após o momento artístico, clima de ansiedade. Posicionados nas escadarias do prédio e até mesmo no estacionamento da unidade, todos buscavam o melhor ângulo para visualizar a chegada do Papai Noel. Passados alguns minutos de ansiedade, o bom velhinho surgiu do alto, acenando no helicóptero do Grupamento Tático Aéreo (GTA) da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP).
 
Nesse instante, crianças e adultos não pouparam sorrisos. A pequena Ketlyn Mariana, cinco anos, era uma das mais empolgadas. No colo da mãe, admirava a movimentação sem esconder a ingenuidade da infância. “É ele que está trazendo meu presente não é?”, indagava a menina que passou por longas sessões de radioterapia para a cura de um tumor no cérebro.
 
Até para os mais velhos a aeronave se transformou numa atração à parte. Segundo o agricultor José Dantas, 52 anos, natural de Brejo Grande, para ele a cena era inédita. “Estou impressionado. Esse helicóptero é bonito demais, quero tirar uma foto”, disse o agricultor.
 
Doações
 
Diante do grande número de pacientes infantis, este ano, a equipe de humanização do Centro de Oncologia decidiu inovar. Graças ao projeto ‘Adote uma cartinha’, todas as crianças internadas para tratamento ou mesmo acompanhadas ambulatorialmente para o controle da doença receberam presentes. “Foram mais de 200 cartinhas adotadas por voluntários, arquitetos, jornalistas, estudantes, médicos, enfermeiros, enfim, pessoas que demonstraram amor ao próximo e nos ajudaram à realizar o sonho da meninada”, explicou a coordenadora Rute Andrade.
 
De tênis à celular, as centenas de caixas de presentes espalhadas pelo salão demonstravam o espírito de solidariedade dos sergipanos. Flávio Gabriel, 12 anos, foi um dos primeiros a abraçar o Papai Noel após receber o brinquedo dos sonhos. “Uma ‘bike’ grande, era o que eu queria. Isso mesmo que eu escrevi na carta. Agora vou pedalar na minha rua”, falou apressado. A pequena Isadora, quatro anos, também foi presenteada com uma linda bicicleta cor de rosa. “Rosa porque é de menina. Também tem cestinha e buzina”, comentou satisfeita.
 
Esperança
 
Embalados pela emoção, pacientes e familiares aproveitaram o clima natalino para renovar as esperanças. Moradora da cidade de Estância, Aline de Paula, trazia nos braços a filha que luta contra um tumor no sistema nervoso central. “Aqui, sei que tenho uma segunda família. Na hora da tristeza, da dor e do sofrimento sempre tem alguém para me confortar”.
 
Mesmo com lágrimas nos olhos, Mel Santana fez questão de compartilhar o momento. Mãe de um adolescente que morreu há apenas oito dias, a dona de casa encontrou forças para seguir em frente. “A leucemia pode ter sido mais forte que ele, mas eu tenho certeza que a vontade veio lá do céu. Esteja onde estiver, meu filho está feliz por essa linda confraternização. Vou continuar minha jornada ajudando pessoas que passaram pelo mesmo problema que eu. Afinal, não se pode perder a esperança”, concluiu.