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‘A sintonia da revolução’. Este é o nome do CD que registra o resultado de um ano de trabalho junto aos adolescentes da Fundação Renascer e que teve seu pré-lançamento na noite de terça-feira, 22. "Tivemos momentos muito difíceis no ano passado, o que dificultava muito o nosso trabalho. A partir de conversas e observação, começamos a trabalhar com os adolescentes através do Hip Hop e os resultados não poderiam ser melhores", disse Maria José Batista, presidente da Fundação Renascer. "O projeto foi desenvolvido em cima de algo que eles gostam, que já faz parte da realidade deles. Foi deles para eles mesmos, não foi algo imposto, por isso conseguimos uma grande participação e dedicação por parte dos adolescentes", acrescentou Maria José.

Para um dos adolescentes que participam do CD, este é o primeiro passo para uma carreira e de uma nova jornada. "Isso tudo é muito emocionante. Tenho o sonho de ser cantor e esta é uma grande oportunidade de eu começar uma carreira e poder mudar o rumo da minha vida, buscando algo melhor", explicou.

Um bom exemplo do envolvimento dos adolescentes é DSR, de 22 anos. Ele já cumpriu sua medida, mas continuou participando do projeto. "Eu quis continuar não só porque eu gosto de música, mas porque posso ajudar a outros garotos a mudarem seu futuro sem precisar cair no erro", disse. DSR já compunha e, com o projeto, só aprimorou o talento. Ele hoje trabalha com a família numa oficina mecânica. "Esta é minha outra paixão e é com ela que vou sobreviver", acrescentou. Quando perguntado se ele está recuperado, ele é objetivo. "Só o tempo vai dizer. O mundo está cheio de tentações, a realidade não é muito diferente de quando eu entrei aqui, mas só o tempo vai dizer se eu estou forte o suficiente", finalizou.

O CD

Composto de 22 faixas, o CD é todo autoral. "Todas as músicas foram compostas pelos adolescentes e eles acompanharam todo o processo de desenvolvimento até chegar ao CD", disse Maria José. "Isso já mostra o potencial da garotada", acrescentou Hot Black.

O CD é um programa de rádio que traz música e informações, com a participação de adolescentes de abrigos e das unidades de medidas sócio-educativas da Fundação Renascer. Ao todo, são 20 adolescentes do Centro de Estudos e Observação (CEO), Unidade de Internação Feminina (UFem), Unidade Socioeducativa de Internação Provisória (USIP) e do Centro de Atendimento ao Menor (Cenam).

O lançamento está previsto para setembro. Serão prensadas, inicialmente, 500 cópias que serão distribuídas e comercializadas e o dinheiro será reinvestido no próprio projeto.

O projeto

O projeto Internação trabalha os quatro elementos do Hip Hop, que são o break, que trabalha o corpo através dança; o MC, que trabalha as mixagens e os equipamentos que fazem o som; o grafite, que trabalha a criação e a arte gráfica; e a rima, que trabalha a escrita.

"O Hip Hop, além de ser algo que eles adoram, permite-nos trabalhar outros temas, como gramática, cidadania, saúde, respeito. Só para ter uma idéia, eles pedem dicionários, para conferir as palavras, trabalhamos a parte gramatical, discutimos cidadania, direitos e realidade através dos temas que eles trabalham nas letras. É um estilo de música extremamente rico em conteúdo para trabalhar com os adolescentes", explicou Maria José.

O Hip Hop

O Hip Hop é um movimento cultural iniciado no fim da década de 1960 nos Estados Unidos como forma de reação aos conflitos sociais e à violência sofrida pelas classes menos favorecidas da sociedade urbana. É uma espécie de cultura das ruas, um movimento de reinvidicação de espaço e voz das periferias, traduzido nas letras questionadoras, no ritmo forte e intenso e nas imagens grafitadas pelos muros das cidades.

No Brasil, o movimento Hip Hop foi adotado, sobretudo, pelos jovens negros e pobres como forma de discussão e protesto contra o preconceito racial, a miséria e a exclusão. Como movimento cultural, o Hip Hop tem servido como ferramenta de integração social e mesmo de re-socialização de jovens das periferias no sentido de romper com essa realidade.

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