Case: Governo do Estado entrega remédio em casa
Não é só o medicamento que ameniza o sofrimento de um doente. A assistência humanizada também alivia a dor. No Centro de Atenção à Saúde de Sergipe (Case) são dispensados, por mês, 320 tipos de medicamentos de alto custo e especializados a mais de 18 mil usuários. Desses, 3 mil recebem o remédio em casa. São pacientes prioritários com doenças que os impedem de ir regularmente ao Case para buscar o produto e que o recebem na própria residência por meio do Serviço de Dispensação Domiciliar (SDD).
Há seis anos e meio, a representante Suely Penalva, 41, sobrevive com um rim doado pela irmã Silvana. Desde então, depende de medicamentos. Ela foi uma das primeiras pessoas assistidas pelo SDD e, por causa do problema de saúde, não pode ir até o Case para buscar os remédios. “A cada três meses, o lote chega na minha casa, levado pelo motoboy do Case. A próxima remessa chega agora em novembro”, explicou Suely.
Na casa de Josefa Núbia Almeida, o Case envia mensalmente remédios para dois usuários: a irmã dela, Maria José, 73, e para a mãe, Josefa Maria de Almeida, 98. Dona Josefa sofre com o mal de Alzheimer e precisa de um medicamento que há pouco mais de seis anos não era dispensado no Brasil e a família precisava importar dos Estados Unidos. “O Cloridrato de Donepizila passou a fazer parte da lista e, desde então, excluímos esse custo do orçamento familiar. Pra mim é excelente”, exclamou Josefa Núbia.
A novidade do serviço foi apresentada à família através de Maria José. “Há uns três meses fui buscar o medicamento e, quando cheguei ao Case, me indicaram a procurar o serviço. As enfermeiras do SDD Maria Natividade, Mônica Ferreira Coelho e Maria Aparecida Menezes de Araújo são uns anjos. O SDD do Case é o céu”, reforçou a aposentada.
Humanização
A enfermeira do SDD/Case Mônica Ferreira Coelho lembra bem desta época como tudo iniciou. “O serviço começou em 2008 com entrega feita de forma aleatória apenas aos pacientes transplantados, depois passou a ser por patologias e, hoje, chega até o interior. Dos 60 usuários cadastrados iniciais, o número ultrapassa os 3 mil”, conta.
Outro beneficiado com o SDD é o aposentado Agamenon Hilário Silva, 68. A esposa Iraci Cardoso Silva, 63, buscava os remédios no Case até três meses quando foi feito o cadastro dos assistidos pelo serviço. “É uma facilidade. Tenho pressão alta, trombose e artrose nas pernas e ir todo o mês ao Case para pegar os remédios era um transtorno. Agora, meu esposo recebe os medicamentos em casa, com todo conforto”, relatou dona Iraci.
Um ano depois de criado, o SDD chegou ao interior do Estado, inicialmente pela cidade de Estância, que já conta com quase 350 pacientes cadastrados (dados de julho). “Hoje, há pacientes que se beneficiam do serviço em 20 municípios (Lagarto, Itabaiana, Estância, Tobias Barreto, Umbaúba, Monte Alegre, Divina Pastora, Carmópolis, Capela, Nossa Senhora da Glória, Pedra Mole, General Maynard, São Cristóvão, Propriá, Canindé, Salgado, Muribeca, Indiaroba, Santa Rosa de Lima e Maruim). São cidades que aderiram ao programa para prestar um atendimento mais humanizado”, comenta Luciana Alves, coordenadora interina do Case.
No interior, os remédios chegam até os usuários por meio de representantes legais. A assistente social da prefeitura de Itabaiana, Samira Gabriela Leite Almeida, é um deles. Uma vez por semana, com horário previamente pactuado pelos gestores municipais, ela vai ao Case com a procuração assinada de parte dos usuários assistidos pelo serviço. “Presto contas no setor, apresento os documentos e só depois retorno ao município com os remédios que serão entregues para os respectivos donos”, comenta Samira.
Ainda de acordo com Luciana Alves, o acesso ao SDD é para pessoas com necessidades especiais, idosos e crianças sem acompanhantes, com mobilidade reduzida, transplantados, nefropatas e usuários em hemodiálise. “O interessado responde a um questionário no próprio setor e passa por uma triagem. Para os doentes de outras cidades, fora a capital, é preciso que o município faça a adesão e o paciente passe por uma perícia para constatar a necessidade da entrega domiciliar”, ressalta.
Investimentos
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) aplicou no Case no ano passado R$ 27,5 milhões na compra dos medicamentos de alto custo. Em média, o Estado arca com 70% das despesas de custeio da Saúde Pública e a União 30%. Nos dois últimos meses, só no Case, esse índice de investimento do Governo subiu para 80%. Em setembro e outubro, o custeio do Case ficou em R$ 4.507.632,13. Desse montante, apenas R$ 356.890,38 vieram do Ministério da Saúde.
[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]- Case: Governo do Estado entrega remédio em casa – Foto: Ascom/SES